Capítulo 07

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Alfonso acordou naquela manhã disposto a recuperar seu autocontrole, a conversa com Chris martelava em sua cabeça, talvez ele estivesse realmente certo, Anahí não poderia lhe oferecer nada além de sexo, e mesmo que fosse prazeroso para ambos os lados, ele tinha certeza que seria o primeiro a sair machucado. Principalmente por notar a forma que seus pensamentos se teletransportavam em redemoinho, oscilando entre o cheiro, o sabor dos seus lábios, e a saudade instantânea que sentia quando saía de dentro dela, para depois vê-la ir embora.

E quando seus pensamentos lhe atormentavam, ele corria. A corrida matinal virara rotina, mas, diferente das outras vezes, havia uma companhia nada simpática em cima do seu sofá.

Alfonso: Qual a parte do não suba no sofá você não entendeu, Maya? – Perguntou irritado, sem conseguir conter os espirros automáticos diante da invasão peluda. – Inferno, a Anahí me paga. – Esbravejou.

A cadela permaneceu atenta as queixas, mas não esboçou nenhum tipo de reação, apenas girou a cabeça para demonstrar que pouco se importava com as lamentações. Alfonso desistiu de reclamar, logo quando ela se aproximou, certamente imaginava que iriam passear, e constatou isso quando abriu a porta e Maya o acompanhou.

Alfonso: Onde você pensa que vai? – Perguntou, e ao mesmo tempo riu da cena patética que era discutir com ela. – Você não merece, mas se ficar vai destruir meu apartamento. – Ponderou. – Não me olhe assim, não gosto de você, só não é conveniente deixá-la sozinha com meus sapatos. – Finalizou, antes de ajustar a coleira nela.

Meia hora depois os dois retornaram, Maya eufórica depois de correr atrás de todos os pássaros que ousaram pousar próximo a ela, e Alfonso contrariado por precisar contê-la, sem ter oportunidade de ouvir uma música se quer em seus fones de ouvido.

Quando o elevador se abriu, os latidos estridentes ecoaram no corredor, Anahí estava ali, mas precisamente parada em frente a porta dele.

Anahí: Oi neném da mamãe. – Mimou a cadela, que distribuía lambidas em seu rosto.

Alfonso: Não sabia que viria tão cedo. – Ergueu a barra da camisa, para enxugar o suor em seu rosto.

Anahí: Fiquei com receio que jogasse Maya pela janela. – Brincou.

Alfonso: Você tem sorte, era exatamente o que eu iria fazer agora. – Ironizou, enquanto abria a porta.

Anahí: Desculpe por incomodar, eu... – Iniciou.

Alfonso: Tudo bem. – Cortou, incisivo. – Então? – Questionou, quando Anahí o acompanhou até o meio da sala.

Anahí: Obrigada. – Agradeceu. – Não vamos mais tomar seu tempo, vem Maya. – Chamou, e viu Alfonso torcer o maxilar.

Ele deveria deixá-la ir, pensou...

Deveria, mas não deixou.

Alfonso: Ainda é cedo, me acompanha no café da manhã? Só preciso de uma ducha antes.

Anahí: Tudo bem, eu espero.

Alfonso concordou com a cabeça, e então foi até o quarto, onde se desfez das roupas suadas, e só então entrou debaixo do chuveiro, deixando que à água corrente minimizasse os efeitos dela em sua pele. De olhos fechados, ele iniciou mentalmente a conversa que pretendia ter com Anahí, mas foi impedido com o toque suave das pequenas mãos.

Alfonso abriu os olhos e lá estava ela, completamente nua, os cabelos soltos sobre os ombros, carregava consigo um sorriso pretensioso, no canto dos lábios, com a certeza que ele faria qualquer coisa que pedisse, com mínimo esforço.

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