Capítulo 15

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A noite chegara e com ela um sentimento estranho de ansiedade. Anahí desenhava os lábios com um batom vermelho vinho, os cachos ganharam ondas largas com o uso do babyliss, o delineado nos olhos os deixaram mais vívidos, e para compor a produção escolheu um vestido de satin na cor bordô, muito parecido com a tonalidade do batom, o modelo entrelaçava na cintura com uma amarração na lateral, deixando o decote em v exposto. Ela sorriu assim que finalizou, aquele era o vestido que Alfonso tanto gostava e que pedira para ela usar em seu aniversário, mas como boa e nata implicante não usara, refletiu que agora fosse o momento propício.
Como Alfonso estava temporariamente sem celular, os dois já haviam combinado o horário que ele passaria para buscá-la, e pontualmente assim o fez.

Anahí avistou pela janela o carro dele estacionado na frente do seu prédio, e não demorou muito para se despedir de Maya e descer o elevador. O clima estava ameno, com uma suave brisa noturna, e Alfonso a esperava do lado de fora com o corpo apoiado na lateral do carro, manteve os braços cruzados enquanto um sorriso tomava seus lábios ao avistá-la tão deslumbrante, no automático ele moveu a cabeça em negação repreendendo a si mesmo por ser capaz de ainda se surpreender com a beleza dela.

Anahí: Quanta elegância. – Elogiou ao se aproximar, repousando a mão no peito dele.

Alfonso: Minha companhia exige. – Piscou, colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. – Você está linda Ana. – Retribuiu o elogio.

Anahí: Você também, inclusive use esse terno mais vezes. – Pediu em meio sorriso.

Alfonso: Vou usar, mas me deixe vê-la. – Pegou na mão dela, para girá-la. – Adoro quando usa esse vestido, parece que foi feito especialmente pra você.

Anahí: Vem aqui. – Chamou, usando apenas o dedo indicador.

Alfonso: Hum? – Se aproximou e Anahí entreabriu os lábios para delinear os lábios dele com a língua, deixando-o surpreso.

Anahí: Um beijo diferente para não borrar o meu batom.

Os dois trocaram um sorriso cúmplice e entraram no carro. No caminho Alfonso contou-lhe sobre a tarde agradável com a mãe e a mania dela de entupi-lo de comida e afagos, Anahí permaneceu calada, concentrada no que ele dizia, vez ou outra esboçava algum sinal de concordância ou deixava escapar uma risada quando imaginava o quanto ele era mimado pela família. Em outras situações talvez pudesse sentir uma pontinha de inveja das relações que tanto fazia falta, mas seu coração estava aquecido, radiante com o momento que tivera com o próprio pai. Parecia pouco comparado a como Anahí e Arthur eram grudados antes dos primeiros sintomas, mas toda lembrança, por menor ou mais breve que fosse, era suficiente para acalentar a sua alma.

Assim que chegaram Alfonso entregou o carro para o manobrista e esperou Anahí na entrada. Ela ensaiou os passos até ele, relutante, esforçando-se para não estragar tudo com sua insegurança enraizada. Virou o rosto, avistando jovens casais adentrando o local, que dirvegia entre o ar luxuoso, mas ao mesmo tempo intimista. Alfonso estendeu a mão até ela, que demorou para devolver o ato.

Alfonso: Deixe tudo aqui fora Ana, seja só você. – Pediu, e ela envolveu a mão na dele em resposta, para só depois entrarem juntos pela porta principal.

Anahí aceitou o vinho, para diminuir o desconforto. Ela girava a taça com o líquido com um sorriso aberto, enquanto observava Alfonso conversar em francês com o garçom.

Anahí: Tão diplomata. – Brincou. – Gosto da sua inteligência, mas as vezes esqueço que exerce um cargo tão importante. Talvez se você continuasse com a meia dúzia de seguranças eu lembraria com mais frequência.

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