Capítulo 31

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Anahí não era acostumada com gestos e palavras tão genuínas de carinho, mas diferente de anos atrás ela desejava aquilo. Desejava ser adorada, agraciada, amada, não somente para descobrir a dimensão daquelas palavras, mas para vivê-las. E Alfonso ansiava pelo mesmo, talvez com menos receio que ela, com menos cicatrizes, mas igualmente entregue e disposto a fazer dar certo.


Anahí: Desde quando você é tão romântico?


Alfonso: Sempre fui, você que não notava. – Mostrou a língua, para depois escorregá-la em seu queixo.


Anahí: Certo...- Opinou com uma pausa. – Então me mostre isso agora, ok? – Pediu.


Alfonso: Agora, agora? Ou agora daqui para a frente? – Brincou, arrancando dela uma gargalhada.


Anahí: Pode começar agora. – Piscou, salpicando um beijo nos lábios dele. – Mas antes disso nós precisamos de um banho. – Disse, e só então se desvencilharam.


Os dois dividiram o pequeno espaço dentro do box e vez ou outra os lábios se uniam, mas Anahí não permitiu que as carícias passassem disso, afinal, alguns minutos atrás fizera um esforço gigantesco para conter as próprias reações enquanto Alfonso enterrava o membro dentro dela. Não poderia arriscar novamente uma vez que o quarto do pai ficava ao lado.

Debaixo do chuveiro, Anahí se concentrou em deslizar o sabonete nas costas dele, depois disso os papéis se inverteram e foi a vez de Alfonso, tocando-a primeiramente no pescoço e deixando ali um beijo marcado assim que a água desfizera a espuma.


Quando terminaram o banho Anahí ofereceu uma toalha limpa para ele e enrolou outra nos cabelos. A ida até o quarto aconteceu aos tropeços, Alfonso parecia contrariado com a cena em sua frente, ele completamente nu enquanto ela vestia um moletom comportado até demais.


Alfonso: Onde você vai? – Perguntou, enquanto ela soltava os cabelos.


Anahí: É hora do medicamento do meu pai, dez minutinhos e estarei de volta. – Disse, antes de evitar os lábios dele e sair porta a fora.


Anahí correu escada abaixo em busca dos remédios, já havia passado alguns minutos do horário e ela se condenara o caminho inteiro. Mas respirou aliviada quando entrou no quarto do pai e percebeu que ele ressonava tranquilo, o que significava que conseguira ser discreta. Como era rotina, Arthur acordou de bom grado e tomou as pílulas que a filha oferecera, e só então ela se despediu com um beijo em sua testa.  Depois disso voltou para o próprio quarto, para encontrar Alfonso esparramado na cama dela quase cochilando.


Anahí: Voltei. – Disse baixinho, se acomodando ao lado dele.


Alfonso: Que bom, já estava com saudade. – Devolveu, puxando-a para si pela cintura.


Anahí: Você levou a sério a história do romantismo. – Brincou, aconchegando o corpo entre os braços dele.


Alfonso: Eu sempre te levei a sério. – Corrigiu, e Anahí ergueu o olhar até ele. – Ok, desculpe...sem falar no passado.


Anahí: Isso, obrigada. – Respondeu.


Alfonso desistiu de puxar outros assuntos quando percebeu que ela adormecera quase instantaneamente, e não lembrou de nada que pudesse ser tão reconfortante como sentir a respiração quente em sua pele. Ele não demorou muito para acompanhá-la, certo de que poderia permanecer daquela forma -  com ela enroscada em seu corpo - pelo resto da vida.


Mas a noite não foi tão calma como ele imaginara, Anahí despertou diversas vezes, entre pedidos de desculpas e tentativas falhas de não o acordar. O celular dela soava a cada três horas, lembrando-a do horário dos próximos medicamentos, e outras vezes só para certificar-se que o pai estava bem. Alfonso despertou junto com ela todas as vezes, mas na última - quando viu a luz do sol escapar pela fresta das cortinas -, fingiu que dormia pesadamente, somente para evitar a expressão de constrangimento que Anahí transparecia toda vez que não conseguia sair do quarto sem ser notada.

Refém do DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora