Capítulo 36

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Não existe uma receita que nos ensine amar da maneira certa, não é sobre doar é sobre compartilhar, confiar, respeitar. Dentre tantos verbos que agregam o "amor" Anahí saberia lidar com alguns deles, mas não tão bem quanto Alfonso, porque viver um relacionamento abusivo deixa sequelas e ela não estava totalmente livre delas.

Só com Anahí chorando entre seus braços foi que Alfonso percebeu que precisaria aprender a lidar com a vulnerabilidade que ela deixou transparecer. Aquela Anahí que soluçava e afundava o rosto em seu peito lhe mostrara que era tão forte, mas ao mesmo tempo tão frágil, deixando-o com um desejo enorme de protegê-la de qualquer situação que trouxesse sofrimento. Mas não era só isso que preocupava Alfonso, ele sabia que de uma forma ou de outra o trauma que ela carregava respingaria nele, e que precisaria ser paciente para lidar com a insegurança que ela já demonstrava ter.

Com esse pensamento Alfonso procurou os lábios dela, na tentativa de tomar para si os seus medos e reafirmar os próprios sentimentos. Anahí correspondeu o beijo, enlaçando os braços ao redor do pescoço dele e deixando que os soluços se dissipassem. Eles não precisavam trocar uma só palavra, talvez elas fossem insuficientes para mensurar o que realmente sentiam. Anahí já havia se apaixonado uma vez e não recebeu o sentimento de volta, mas aquilo que crescia em seu coração era algo além de tudo aquilo, algo maior, profundo e bonito. Com Alfonso não fora muito diferente, mesmo com tantos laços nenhum deles fez seu peito palpitar em descompasso e a garganta doer por não conseguir digerir tantas sensações.

Eles se amavam, afinal.

Anahí: O meu pedido foi negado por tanto tempo... – Iniciou, as mãos agora procuravam as dele. – O Jamie não vai deixar barato, tenho medo não só por mim como também por você. – Admitiu.

Alfonso: Não tenha medo, você não está sozinha. – Apontou. – Não vou deixar que nada de mal lhe aconteça. – Emendou. – E ele não é burro, sabe que qualquer intercorrência só agravaria a situação.

Anahí: O Jamie não tem medo Alfonso, e não exagero quando afirmo que ele é psicopata.

Alfonso: Posso ser seu segurança particular. – Brincou, puxando os lábios dela com os dentes.

Anahí: Estilo FBI? Com escuta e colete a prova de balas? – Entrou na brincadeira.

Alfonso: Sim, a desculpa perfeita para não desgrudar de você um só minuto.

Anahí: E como pretende receber pelos seus serviços? – Instigou, erguendo a sobrancelha.

Alfonso: Assim. – Disse, tomando os lábios dela outra vez, deixando aquele assunto para outro momento.

A chuva não cessou e o frio se tornou insuportável então os dois correram de volta para a casa, depois disso foi difícil convencer Anahí que precisavam voltar para Los Angeles antes do anoitecer. Ela queria aproveitar cada minuto ao lado dele da melhor forma, o despindo da roupa molhada antes de chegar ao quarto, tocando seu corpo em lugares estratégicos para garantir que ficasse tão excitado quanto ela. E ali, no corredor imenso que os levava a todos os dormitórios, ele afundou o membro dentro dela, enquanto Anahí procurava apoio nas paredes brancas. Os dois gemiam em sincronia, Alfonso mordia, beijava e chupava o pescoço dela, que em resposta se contorcia e rebolava o quadril, deixando as estocadas cada vez mais frenéticas.

As gotículas de água escorriam na pele e pareciam entrar em ebulição com o atrito. Era igualmente prazeroso para os dois – nunca deixara de ser -, de olhos fechados eles gozaram, sentiram os espasmos tomando as pernas, deixando-as trêmulas, aproveitaram o arrepio e o calor que invadia as intimidades, tudo isso enquanto os gemidos eram substituídos por nomes: "Anahí", "Alfonso", era muito mais do que simplesmente transar.

Refém do DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora