Capítulo 35

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Anahí definitivamente lidava com sentimentos novos e não é difícil imaginar o quanto estava se esforçando para não meter os pés pelas mãos. Vivera uma espécie de relacionamento com Alfonso durante três anos, e durante todo esse tempo permaneceram limitados à sexo, depois o perdeu quando se quer imaginava que sofreria com isso. E agora estavam ali, reconstruindo o que fora quebrado para quem sabe garantir a existência de um futuro. Mas não era só isso, a Anahí apaixonada funcionava de uma forma que Alfonso não conhecia, e mesmo que Jamie pertencesse ao passado, dentro dela ainda se fazia presente alguns resquícios da insegurança que ele deixara.

Ela sentia ciúmes e aquilo a assustava, primeiro de Natalie quando a viu no festival de rock e agora do telefonema que ele recebera e fez questão de atender o mais distante possível. Mas para Anahí ciúme não era um bom sinal, não era sinônimo de cuidado e sim medo. Presa no que brotava em seu peito ela saiu da banheira antes que Alfonso retornasse, não se importou com o rastro de água que deixou por todo o quarto enquanto procurava outra toalha, só respirava fundo para controlar o instinto de questioná-lo sobre a ligação e sobre todas as teorias que se formaram em sua cabeça.

Anahí sentou na borda da cama assim que amarrou o roupão na cintura e buscou o celular, de imediato pensou em ligar para Samantha, mas desistiu quando percebeu que já passava das onze da noite. Alfonso retornou carregando consigo um sorriso satisfeito, que se desfez aos poucos assim que vira Anahí com uma expressão nada boa.

Alfonso: Aconteceu alguma coisa? – Perguntou, apontando para o celular que ela pressionava entre as mãos.

Anahí: Não, na verdade só pensei em ligar para uma pessoa, mas desisti. – Devolveu, colocando o aparelho no criado mudo.

Alfonso: Está tudo bem com o seu pai, relaxa. – Pediu, e sentou ao lado dela.

Anahí: Você tem razão, eu preciso relaxar. – Assentiu, para depois procurar seu lugar na cama.

Alfonso fez o mesmo, mas puxando-a para perto, envolvendo o corpo dela entre seus braços e pernas, cheirando seus cabelos e pescoço. Mal sabia a confusão que acontecia bem ali, e acreditando que estava tudo maravilhosamente bem ele adormeceu.

Na manhã seguinte Anahí pulou da cama sem fazer barulho, lavou o rosto e escovou os dentes no quarto ao lado para não acordá-lo. Depois desceu as escadas e procurou papel e caneta nas gavetas espalhadas em um enorme móvel da sala. Assim que encontrou guardou os objetos no bolso do roupão e alimentou Maya e Marley para só depois iniciar o que pretendia. Já do lado de fora ela se acomodou na poltrona de descanso, deixando os joelhos curvados para apoiar o papel.

Anahí escreveu três perguntas que ela mesmo deveria responder, a primeira referia-se a uma qualidade que acreditava possuir. Ela pensou alguns minutos, escreveu, riscou o que havia escrito, e então escreveu novamente. A segunda deveria escolher uma palavra que representasse o que possuía de mais importante na vida e a respondeu rapidamente, a última questionava sobre o que a fazia feliz.

Parecia um exercício bobo, mas Samantha a instruíra de fazê-lo todas as vezes que perdesse o foco em si mesma, para relembrá-la o que realmente era, o que amava e o quanto merecia ser feliz. Anahí só não esperava que Alfonso tivesse um sono tão leve capaz de logo perceber sua ausência, e que agora estaria parado em sua frente encarando-a curioso.

Alfonso: Bom dia. – Iniciou, coçando os olhos. – Caiu da cama?

Anahí: Lembrei que não colocamos ração para os cachorros ontem, então... – Devolveu, e logo foi interrompida.

Alfonso: Posso ver? – Apontou o papel.

Anahí: Não é nada demais. – As bochechas coraram com aquela possibilidade.

Refém do DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora