Pov. Rafa
Meus calcanhares clicam no cimento da calçada enquanto desço a rua. Estou indo me encontrar com S/n em sua “nova aventura”, como ela chama. Manu deveria vir comigo, mas o bebê está vomitando, então ela optou por ficar de fora.
Faz mais de um ano que ela bateu no meu carro. Um ano de pura felicidade, realmente; bem, menos naquela semana em que a chutei para fora depois que ela comprou baterias para as crianças. Que elas tocavam juntas. Nós também tomamos a decisão de deixá-las na casa dela, para quando vamos lá.
Os sapatos de salto creme que estou usando estão começando a beliscar os meus pés, mas eram os únicos sapatos que eu tinha que combinavam com essa roupa. Estou usando uma saia lápis de cintura alta, rosa claro, até a altura do joelho e uma camisa de manga comprida, com gola de renda para corresponder. Meu cabelo está preso em um coque na base do pescoço.
Caminho até as escadas para o endereço que ela me deu. Eu verifico meu telefone, me certificando que estou no lugar certo. Uma vez que eu confirmo onde estou, abro a enorme porta de mogno.
Ao abrir a porta, dou um passo para dentro e paro. Toda a sala está cheia de velas brancas, acentuando a cor mogno escura do interior. Um balcão espesso está no meio do cômodo, aberto em ambos os lados. Buquês de rosas brancas preenchem todos os quatro cantos. Três lustres de cristal estão pendurados acima do balcão. Pequenos, pedaços de cristais caem em gotas abaixo deles, parecendo diamantes.
O lugar todo tem mesas baixas, todas com rosas brancas no centro e velas ao seu redor. A luz da vela piscando em todo o balcão lança um brilho amarelo fraco através do espaço. Lá, em pé no meio da sala, encostada ao balcão, está a minha mulher. Vestida em um de seus ternos pretos, com um ligeiro brilho sobre ela. Um braço escorado no balcão, com os pés cruzados na frente dela.
– Ei, linda. – diz S/n, e vem ao meu encontro.
– O que é tudo isso? – eu olho em volta, notando que ninguém mais está aqui.
– Você está fantástica. – ela se move para beijar meu pescoço.
– Você também. – eu agarro as lapelas do blazer. – O que é isso?
– Isso. – ela me diz – É a minha nova aventura chamada Crazy Days. É minha, de Lauren e Gizelly. Deus me livre, deixá-las fora.
– Então, isso é tudo seu? – eu olho ao redor para ver que é muito ela. Mogno escuro em todos os lugares, mesas baixas, elegante.
– É nosso. – diz ela enquanto vejo suas mãos inquietas em suas laterais. – Eu vendi minha casa. – ela as esfrega. – Eu nunca estou lá. Era bobagem mantê-la. Mas... – sua voz diminui.
– Mas? – eu ando até ela e tomo sua mão, que está fria. – O que está acontecendo? – eu beijo sua mão para tentar fazê-la se sentir melhor.
– Quero que compremos uma casa juntas. Eu quero que nós tenhamos algo juntas, que seja apenas nosso. – ela sussurra e, levanta nossas mãos para beijar a minha.
– Tudo bem. – digo a ela.
– Tudo bem? Só assim, tudo bem? – S/n fica surpresa com a minha resposta.
– Querida, vivemos juntas. Nós não passamos uma noite separadas em um ano. – eu sorrio para ela, enquanto ela olha para mim. – Eu gostaria de ficar no mesmo bairro por causa das crianças e escola, mas sim, apenas isso.
S/n sorri para mim, com os olhos brilhando.
– Isso foi fácil. – ela cai de joelhos na minha frente. A mão que ela não está mais segurando se move para cobrir minha boca, e a bolsa que estava pendurada nela cai no chão. – O dia em que a conheci, você mudou minha vida. Você entrou no escritório com toda aquela insolência, e quase me matou. Duas vezes. – ela ri, seus olhos nunca deixando os meus, e eu sorrio com a memória.
– Oh, por favor, como eu poderia saber que você era alérgica ao pó? – reviro os olhos para ela. – Eu vi as fotos. Não foi tão ruim assim.
S/n só olha para mim, obviamente, discordando.
– Desnecessário seria dizer que eu me apaixonei por você. Eu me apaixonei por Gabe e Rachel, e até mesmo Manu. – continua. – Eu quero que fiquemos juntas para sempre. Eu quero acordar toda manhã e ver o meu anel em seu dedo. Eu quero sair e segurar sua mão para que todos possam saber que você é minha. – ela balança a cabeça. – Eu sei que parece bobagem, mas com meu anel em seu dedo, para o mundo saber que você é toda minha, é importante para mim.
As lágrimas que eu estava segurando descem pelo meu rosto.
– Você quer que eu seja sua? – pergunto-lhe e ela acena com a cabeça que sim. – Bom, porque eu quero que você seja minha. Eu quero ver o meu anel em seu dedo todas as manhãs. Eu quero ver o meu anel brilhar ao sol quando você beber café no trabalho. Eu quero ver o meu anel em seu dedo quando formos para os jogos de hóquei e as outras mães babarem em cima de você. – eu sorrio para S/n. – Então, eu acho que seria um sim. Sim, eu vou ser sua. Eu serei sua esposa. Eu serei sua para sempre. – eu digo a S/n e, e em um segundo, ela está de pé e me girando em seus braços. Eu rio alto e envolvo meus braços no seu pescoço, a cabeça dela inclina contra a minha. Ela para e me coloca para baixo, pega uma caixa de anel azul do bolso. Quando ela abre a caixa, o diamante solitário redondo brilha à luz das velas. S/n pega a minha mão esquerda, coloca o anel no meu dedo. Encaixa perfeitamente.
– Ela disse sim! – S/n grita, e eu sorrio antes de, aparentemente do nada, Gabe e Rachel correrem para nós, seguidos por minha mãe e pai. Gizelly, Manu, Barbara, e todos os nossos amigos mais próximos e familiares os seguem.
Ouço parabéns sendo gritado, enquanto um garçom chega com taças de champanhe. S/n vai até mim com Gabe ao lado dela e Rachel segurando sua mão, e ela levanta sua taça para brindar.
– Obrigado a todos por terem vindo. Gostaria de brindar à minha futura esposa, e Gabe e Rachel por me darem a sua permissão. Saúde!
– A chefe tentadora. – eu digo enquanto levanto o meu copo com um sorriso para a mulher que começou como minha chefe cretina e acabou sendo a mulher dos meus sonhos. Ela se inclina e beija meus lábios, selando a nossa felicidade!
FIM
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Chefe Cretina - Rafa / You G!p
FanfictionRafaella Voltar ao trabalho deveria ser uma transição indolor, mas quando minha nova chefe se revela uma idiota arrogante e audaciosa, ela rapidamente transforma minha vida profissional em um mundo de tortura. Tudo bem, chamá-la de cretina antes de...