Capítulo 06

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Pov. Rafa

S/n me pediu para ficar até mais tarde, como seu eu fosse. Eu fui muito específica sobre isso quando preenchi o formulário. Eu pego o telefone antes de sair, discando para Manu. Fico surpresa quando ouço a voz de Rachel:

- Oi, Mamacita. - eu sorrio só de pensar nela ali de pé na cozinha com seus cachos saltando.

Eu ando para o carro e digo que estarei em casa em vinte minutos. Entro na minha garagem, estaciono o carro e descanso a cabeça no volante, limpando o estresse do dia com algumas respirações e deixo-o sair. Eu acho que é a primeira vez durante todo o dia que eu finalmente respiro normalmente.

Eu não tenho muito tempo para mim mesma antes de ouvir Gabe correndo para fora da casa.

- Mãe, você tem que vir rápido. - o tom de sua voz me traz de volta à realidade.

Eu tiro o cinto de segurança, pronta para correr para dentro.

- Qual é o problema? - eu olho para ele.

- Tia Manu está fazendo o jantar. - ele olha para mim nervoso, seus grandes olhos verdes abertos com desânimo.

- Oh, merda. - eu digo e rapidamente dirijo-me para casa. A última vez que ela tentou nos fazer o jantar, comemos couve-flor com amendoins pegajosos. Não havia nada de bom naquela mistura. Inferno, mal eram comestíveis. Eu não vou nem falar sobre o sabor que deixou na minha boca também.

Corro para porta assim que eu ouço o detector de fumaça ligar.

- Oh, Cristo, Manu, o que diabos você está fazendo? - eu pego uma vassoura do armário e me posiciono abaixo do detector de fumaça, usando a vassoura para ventilar a fumaça para longe. - Jesus, Jesus, Jesus. - eu canto ao olhar para a cozinha a tempo de ver Manu puxando uma bandeja carbonizada de couve-flor do forno.

- Oh meu Deus, oh meu Deus, oh meu Deus! Eu sinto muito! Saí fazer um pouco de ioga com as crianças, e me esqueci completamente. - explica ela, enquanto caminha com a bandeja para a pia, liga a água, e molha as cinzas do que um dia já foi uma couve-flor. O som crepitante de água que bate na bandeja de metal quente enche a cozinha tranquila, juntamente com uma fumaça fedorenta de queimado, cheia de vapor que tem o potencial de religar o detector de fumaça agora em silêncio novamente. Eu faço a única coisa que realmente posso, que é continuar a balançar e ventilar.

- Oh, tia Manu, o que vamos comer agora? - pergunta Rachel. Ela é a única de nós que tenta comer as criações de Manu.

Manu bate as mãos.

- Oh! Eu tenho alguns tofus que podemos cortar e... - antes que ela pudesse até mesmo terminar a frase, Gabe e eu gritamos uma combinação firme em pânico.

- Não!

Eu olho para a bagunça que está a minha cozinha e começo uma contagem mental até dez.

- Ok, eu vou me trocar. Gabe, comece o seu trabalho de casa. Rachel vá começar a estudar as suas palavras de ortografia. Você - aponto para minha irmã - limpe essa bagunça. Eu vou encontrar algo para misturar e fazer uma massa.

Ela geme.

- Eu não tenho nenhuma massa sem glúten aqui.

Eu olho para ela.

- Ok, então você vai para casa. Faça isso. - eu aponto para a cozinha. - Limpe essa bagunça antes de sair.

Eu vou para cima e mudo minhas roupas de trabalho para uma calça de ioga e camiseta. Estou no modo mãe agora. Eu volto para baixo e vejo que Gabe está sentado à mesa fazendo a lição de casa, enquanto Rachel está na sala de estar escrevendo suas palavras, e Manu está colocando coisas na máquina de lavar.

Chefe Cretina - Rafa / You G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora