Minha mãe, Mary, arrumou as malas de manhã, quando eu ainda estava na escola. E por falar em escola, terei que me ausentar por uma semana, até ter costume com minha nova família, que nem sabem que irei morar com eles.
Já fiz minhas malas também, mesmo a contragosto.
— Animada? — Minha mãe surge da cozinha com um copo nas mãos.
Paro de fazer o penteado no cabelo, e a encaro.
— Nem um pouco. — Dou de ombros.
— Sinto muito.
— Consigo entender, mãe. — Volto a mexer no cabelo. — Só que é difícil ter que encarar o fato de buscar a ajuda da minha mãe que nem conheço.
— Também entendo essa situação estranha para você. — Ela se aproxima e beija minha bochecha. — Acredite, estou com muito medo de você achar a sua mãe mais legal do que eu.
— Nunca. — A abraço.
Assim que minha mãe se despede de mim, em meio às lágrimas, eu entro em casa e pego a minha mala, trancando a porta e indo para algum lugar, totalmente sem rumo.
Depois de mais de duas horas, estou num local bem amedrontador. Será que tem alguma possibilidade dos meus pais morarem aqui?
Falando em pais, minha maior preocupação é no que o meu pai irá achar em me ver. Já que ele não aceitava que eu fosse sua filha, e isso é triste para mim.
Caminho por mais uns cinco minutos, quando fico assustada ao me deparar com um homem musculoso.
— O que você faz aqui? Não sabe que é proibido passar por este lugar? — Sua voz é de dar arrepios.
— Não sabia-a. — Gaguejo.
— Pois bem, é melhor cair fora daqui, se não quiser que eu te esmague.
— Por favor, não me machuque! Só estou a procura da minha mãe.
— Sua mãe? — Pergunta pensativo.
— Sim.
— Por aqui ela não deve estar. Agora sai daqui! — Ele grita.
— O que está acontecendo nessa porra? — Um homem de cabelos verdes nos encara.
— Chefe, a culpa é dessa maluca que diz estar procurando a mãe. — Aponta na minha direção.
— Ei, essa maluca aqui tem nome. — O fuzilo com o olhar.
— E posso saber qual é o seu nome? — O estranho de cabelo verde me encara.
— Belle. — Respondo. Ele fica instantaneamente chocado, e eu não sei o por quê. — Algum problema com o meu nome? — Questiono erguendo uma sombrancelha.
— Todo o problema se resume ao seu nome. — Ele sibila baixinho, e seu sorriso aparece de forma macabra. — Pegue esta garota e a leve para a jaula.
— O quê? — Pergunto confusa.
Mas ninguém me responde. Só sei que o grandalhão me segura bem forte, jogando-me nas suas costas e me levando a força para algum lugar. Sinceramente não quero conhecer nenhuma jaula.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Filha da Arlequina
FanfictionQuando Arlequina acidentalmente encontra uma bebê numa lixeira, ela pensa em duas hipóteses: deixar a criança para alguém achá-la, ou pegar e cuidar da pequena e frágil bebê. E a segunda opção vence. Mas será que o Coringa aceitará numa boa? E ela s...