Era onze horas da manhã, e eu ainda estava deitada, quando minha mãe apareceu no quarto. Ela estava com outro semblante, parecia menos tensa.
— Belle. Eu queria me redimir pelo mau começo que tivemos. Você gostaria de ir ao cassino hoje à noite?
— Um cassino? — Perguntei perplexa. — Isso não é ilegal por aqui?
— Ah bobinha. Você que pensa! — Ironizou enquanto jogava um pacote em minha direção. — Para você. Espero que goste. Caso contrário terá que usar obrigatoriamente, queridinha.
— Ah mãe... Posso chamá-la assim?
— Deixe eu pensar. Claro. — Ela abriu um sorriso.
— Mãe, sendo como for acho que irei gostar.
— Então abra logo, e tire suas conclusões. — Ela deu uma piscadela.
Assenti. Abri aquele pacote, e o que encontrei era um vestido, a cor era vermelho com detalhes azuis e pretos. Era incrível como um vestido podia ser tão lindo do jeito que era, mas havia um porém. O vestido era repleto de caveiras, antes eu poderia achar ridículo, mas eu realmente gostei.
O que fiz foi deixar o vestido repousado na cama, e fui na direção da minha mãe, a abraçando. Ela parece hesitar, mas no fim se rendeu ao abraço.
— Um abraço muito quentinho, aqueceu meu coração. — Ela sussurrou. — Quase não ganho abraços.
Olhei-a, confusa.
— Meu pai não a abraça? — Perguntei surpresa.
— Ele não é muito de demonstrar sentimentos.
— Mas não deveria ser assim. Quem ama de verdade deve demonstrar, caso contrário a outra pessoa o deixa. — Retruquei.
— Eu... Eu... Jamais poderia abandonar o meu Pudim. — Ela parecia estar em um transe, pensando além da realidade. — Ele é tudo que tenho.
— Não estou falando para deixá-lo. Mas estou tentando abrir os seus olhos. Porque há uma diferença entre amar alguém e se ter amor próprio.
— O que seria esse amor próprio? É de comer? — Ela abriu um sorriso.
— Não acredito que você está me fazendo essa pergunta. — Falei enquanto colocava as mãos na cabeça. — Olha, amor próprio é você se priorizar, e jamais aceitar menos do que você mereça. É cuidar de si mesma, se pondo em primeiro lugar antes de qualquer outra pessoa.
— Mas Belle, o Coringa é o único que se importou comigo. — Ela parecia irritada comigo. — Eu sou diferente, tá. Não preciso de amor próprio, se posso ter alguém como o meu Joker, para amar.
— Talvez você não seje tão diferente assim. Há mulheres que aguentam muitas coisas erradas, e adivinhe, e mesmo assim ficam ao lado desses homens, porque pensam que são tudo que tem.
Minha mãe dá as costas, mas antes de sair do quarto disse:
— Tem razão. Apesar de saber disso, eu não vou deixá-lo, a menos que ele não queira mais nada comigo. — Murmurou. E saiu fechando a porta.
Mesmo com tão pouco tempo, eu via a dificuldade que minha mãe enfrentava naquele lugar ao lado do Coringa. Só que eu não imaginava que eu descobriria o pior de todos dali.
Continua....
Oi meus amores. Tudo bom com vocês? Espero que sim 😊 passando para agradecer vocês por não desistirem da história. E também peço para que se possível, me seguirem no meu instagram de frases, lá coloco frases de amor próprio, de livros, trechos de filmes, memes... Enfim, um pouco de tudo kk. E também coloco algumas frases minhas, o link está na descrição do meu perfil, e ah, se não me segue, aproveita e passa a seguir, vou ver se trago novidades. Um grande abraço ❤️
Bom, este capítulo foi meio que inspirado em um comentário de uma leitora, sobre como o relacionamento do Coringa e da Arlequina é abusivo, e é mesmo né gente... Mas tenho que escrever com as características deles, se não sairia um pouco do que eles realmente passam no relacionamento.
Próximo capítulo continuará sendo narrado por Belle, e se passará no cassino. Muitas descobertas e reviravoltas a caminho! Fiquem ligados.
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A Filha da Arlequina
Fiksi PenggemarQuando Arlequina acidentalmente encontra uma bebê numa lixeira, ela pensa em duas hipóteses: deixar a criança para alguém achá-la, ou pegar e cuidar da pequena e frágil bebê. E a segunda opção vence. Mas será que o Coringa aceitará numa boa? E ela s...