Capítulo 4

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— Eu acho que isso não será possível. — Minha suposta mãe, disse. — Você deve ir embora, florzinha.

— Mas eu não posso ir pra casa, prometi à minha mãe que eu acharia meus pais verdadeiros.

— Acontece que você... — Ela fica muda. — Ah esquece, garota. É melhor você ir.

— Não. — O homem de cabelos verdes disse. Ele aponta para mim. — Ela fica.

— Mas Pudinzinho! — Ela o reprime.

— Harley, vá para a sala, preciso falar com você.

Ela assente, e sai. Mas ele permance, e fica me olhando com um olhar misterioso.

— Sabe criança, você não devia estar aqui. — Ele sussurra. — Mas já que está aqui, fique à vontade.

— O-obrigada. — Gaguejo.

— Só não se intrometa no meu caminho, e não queira o que é meu. — Seus olhos se escurecem de forma arrebatadora.

Eu engoli em seco, sentindo um nó no estômago. Esse homem parece ser um demônio, e eu temo que isso seja um perigo para mim.

Ele me deixa sozinha no quarto. E nesse momento eu reparo ao redor, as paredes são pintadas da cor cinza, e há uma cama, e uma cômoda. Nada espetacular, mas é agradável. Minha mochila está num canto, isso me conforta porque terei o que vestir. Eu havia pensado que tinham atado fogo nas minhas coisas.

Os minutos passam, e nada de alguém aparecer. Sinto muita fome, e isso faz com que eu corra o risco de sair do quarto só para procurar algo para comer.

Sigo pelo corredor, e entro numa porta, dando de cara com uma sala estranha, cheia de armas, facas, e outros objetos perigosos. Sinto um arrepio no corpo, quando viro em direção à porta, levo um susto.

— Não devia estar aqui.

— Desculpe, eu só queria achar a cozinha. A senhora não vai ficar aborrecida comigo, vai?

— Sou jovem demais para ser chamada de senhora, não acha? — Ela debocha.

— Mas você é a minha mãe, ou não é?

— Sei que você está confusa, e com mil perguntas na ponta da língua, mas as guarde para depois. Vamos, vou te levar para a cozinha, lá prepararemos uns sanduíches deliciosos.

— Ok. Confiarei em você. — Digo, ainda receosa.

Ela apenas abre um sorriso e me puxa pelo braço.

*
Depois de certo período conversando com a Harley, acabei confirmando que sou filha dela, ela solta as coisas muito fácil, pelo menos isso arranquei dela. Porém, ela parece estranhamente desconfortável.

— Você está bem? Parece pensativa. — A questionei.

— Só recordando algumas coisas. — Ela responde baixinho. — Já parou pra pensar no quão estranho é conversar com alguém e ver um filme passando na sua cabeça?

— Não sei dizer. Para mim é normal pensar em momentos do passado. — Falei enquanto tomava um gole do suco. — Mas o quê exatamente você está pensando? Sei que é sobre mim, é algo bom?

— Querida, não há nada de ruim que envolva você, tudo é bom. — Ela diz acariciando meu cabelo. — Só é estranho ter você aqui.

— E onde mais eu poderia querer estar? — A encaro. — Mary é a mãe mais incrível do mundo, sempre me amou muito e soube me educar. Mas você é a que me gerou. E o seu marido por mais louco que pareça, é meu pai.

— Sobre isso, eu não...

— Docinho. — Meu pai a envolve num abraço. Ele apareceu do nada, bem na hora que minha mãe parecia querer dizer algo importante, talvez fosse só impressão. — Vou para uma festa de velhos amigos, volto mais tarde.

— Ok, querido. — Beijou-lhe os lábios.

— Até logo, criança. — Ele acenou para mim, ironicamente.

— Por que ele me trata assim? — Perguntei.

— É só o jeito dele. — Ela pegou uma revista e começou a folhear, procurando uma maneira de fugir da conversa.

Preferi manter o silêncio, pegando uma outra revista e também me distraindo.

Oii, capítulo atrasado, mas está . Comente o que está achando. E se gostar vote, isso me motiva a continuar. Bjs Pudinzinhos. 💋

A Filha da ArlequinaOnde histórias criam vida. Descubra agora