Melissa falando:
Já disse que odeio que me acordem? Mesmo que o façam de forma involuntária?
Pois bem, acordei porque tinha alguem a acariciar o meu cabelo e não tenho que fazer grande esforço para descubrir quem era.Abro os olhos e sento-me na cama no momento em que ele aproxima-se de tal forma que a respiração quente dele choca contra o meu rosto e sinto o peso dos lábios suaves dele sobre a minha bochecha:
- Bom dia babygirl. Dormiste bem? —aproxima-se mais para beijar os meus lábios mas eu ponho a mão no peito dele para o manter afastado—
- Dormi —digo seca recuando um pouco para manter distância–
- Baby girl —o suspiro cansado dele é o que inunda os meus ouvidos— por favor deixa-me aproximar-me de ti
- Não —digo naquele mesmo segundo, levantando-me e indo em direção a cada de banho, tranca do-me la dentro para que ele não podesse entrar—
Não acredito no arrependimento dele. Não tem como uma pessoa mudar assim da noite para o dia. Não com algo que o caracteriza, que define, em parte, o que ele é.
Essa atitude violenta de daddy faz parte dele. É a forma que ele tem de descarregar e lidar com a raiva que ele cria sem motivo.
O carácter descende da personalidade e a personalidade não muda. O carácter de uma pessoa não muda, é o que o caracteriza, faz parte dele.Rondava tanto os meus próprios pensamentos que nem tinha dado pelo tempo passar.
Levava 1h dentro da banheira cheia com água quente e espuma, rodeada de um hambiente calmo para me permitir relaxar.Quando finalmente decido sair do baho, visto uma saia negra com padrão na parte de baixo e um top da mesma cor e com o mesmo padrão, uma maquilhagem natural e cabelo solto.
Desço as escadas sabendo que o André estava enfiado no escritório, provavelmente a espera que descesse porque saí apenas ouve o som do salto dos meus sapatos a baterem nas escadas:
- Vou sair
- E pedís-te permissão a quem?
- A ninguém...não pertenço a ninguém e não tenho que pedir permissão a ninguém
Esperava uma reação, um comentário ou alguma ordem mas não. Não disse nada, deu meia volta e trancou-se no escritório.
Andre falando:
Se me incomodou? Claro. A forma como me tratou? Péssima, inaceitável tendo em conta o papel que cada um de nós exerce.
Posso ter sido um pouco bruto da última vez e exagerado na dose mas mesmo assim ela deve-me obediência. Eu sou o dominador e ela a submissa. Tem que saber que com cada erro recebe um castigo e não tem o direito de ficar zangada com isso...Já eram quase 23h e ela não tinha voltado. O telemóvel dela continuava desligado e não tinha ninguém para a vigiar porque não foi de carro.
Ia voltar a tentar a minha sorte e voltar a ligar-lhe mas nesse mesmo instante a porta da frente abre-se, deixando-se ver a Melissa com ar despreocupado e muito descontraído:- Melissa! —o olhar calmo dela encontra-se com o meu e analisa-me de uma forma tão intensa, era como se tivesse acesso completo á minha mente— onde andaste?
- Por aí —diz restando-lhe importancia com um simples levantamento de ombros— boa noite André
- Melissa —chamo mas, pelos vistos, ela não se incomoda com isso pois continua a subir as escadas, ignorando completamente o meu chamamento— Melissa, não me podes tratar assim...Melissa!
Melissa:
Consegui ignorá-lo com êxito, até chegar ao meu quarto, quando impede-me de fechar a porta pondo o pé a frente:- Como te atreves a ignorar-me dessa forma? —está zangado, muito zangado—
- Baixa o tom André. Não tens direito de falar-me dessa forma —tento demonstrar seguridade de mim mesma e obrigo-me a manter-me firma e não desviar o olhar—
- Não só tenho o direito como também faço isso quando e como me apetecer!
Não foi o grito dele que me deu medo, foi a raiva que ele transmitia pela forma ameaçadora de andar, com a qual se aproximava.
Á medida que ele avançava eu recuava e recuei tanto que fiquei contra a parede e com ele a centímetros do meu corpo:- Babygirl... —menos um passo de distancia entre nós—...ouve. Estou arrependido, sei que não agi da melhor forma mas peço-te... —menos um passo distância. Teoricamente, não havia mais distância entre nós. As mãos dele estavam sobre o meu rosto e obrigava-me a encara-lo, acho que para ver que estava a ser sincero—...não me trates com indiferença
>>Babygirl, eu amo-te, preciso de ti e sei que tu também precisas de mim
- André, tu fizeste-me mal...
- Eu sei, mas, por favor, dá-me mais uma chance. Deixa-me aproximar-me de ti. Prometo não voltar a magoar-te. —acorta a distancia que separa os nossos lábios para os unir mas desvio o rosto, empurrando-o de leve para que se afastasse—
- Preciso de tempo...e espaço para poder esquecer o que aconteceu...

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Can I call it "love"?
RomanceLe para descubrir! Livro com conteúdo +18, se não gostam parem de ler😘