O Castigo

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Melissa falando:
"Garanto que depois deste castigo não vais conseguir sentar uma semana".
Já se passou uma semana desde então e esta frase não me sai da cabeça. Se tem coisa que eu aprendi com o André, sobre a submissão, é que quanto mais tempo passa, pior é o castigo.

Estava a tomar banho quando o Daddy abre a porta da casa de banho, sem bater, e como por instinto cubro o meu corpo com as mãos.

André falando:
Não vou dizer que não foi engraçado ver a Melissa tapar o corpo, com as mãos, ao abrir a porta daquela forma mas gostei mais da atitude dela.

O olhar dela muda instantáneamente de um assustado para um inexpressivo e o corpo dela relaxa automaticamente ao me ver, lindo:

- Babygirl! Acordada a estas horas? —fecho a porta e ela vira-se de costas para mim, *mal educada*—

- Não conseguia dormir

- Hmmm —tiro a roupa sem fazer barulho e entro na cabine, posicionando-me atrás dela—

Melissa falando:
Percebi quando abriu a porta da cabine e ouvi a mesma a ser fechada segundos depois.

Já alguma vez sentiram o corpo tensar-se de um momento para o outro, poucos segundos antes de bater 1min desde que se permitiram relaxar? Foi exatamente o que aconteceu comigo quando as mãos do André abraçaram a minha cintura por completo, sem esforço algum:

- Estas com medo Babygirl?

- Com medo? Não...Devia?

- Não? —e como tudo tem que piorar, para mim, e aproveitando a minha ligeira distração a sua mão esquerda vai desde a parte dorsal da minha cintura até ao meu abdominal para fazer pressão e puxar-me até ficar praticamente com colada a ele. A mão direta tinha subido pelo meu corpo até ao meu pescoço onde exercícia força, pouca mas exercícia— mas devias estar porque eu não esqueci o que fizeste a semana passada e vais receber o teu castigo.

Viro-me de frente para ele e ao levantar a cabeça, a primeira coisa que aparece no meu campo de visão é o sorriso malicioso no rosto dele. Aquele típico sorriso que intimida.

Não tenho nem tempo de reagir quando dou comigo já fora da casa de banho com o André a puxar-me, pelo pulso, para fora do quarto:

- Onde vamos??

- Para o quarto de jogos brincar Babygirl.

E já no bendito quarto de jogos e com a porta trancada sou suspensa no teto por duas cordas, amarradas nas mãos e presas numa cena de metal, colada ao teto:

- 1, 2 ou 3?

- hmm?

- Escolhe Babygirl

- 2 —outra coisa que aprendi sobre a submissão: Nunca escolher nem o primeiro, nem o último, sempre um intermédio, porque, embora não pareça, os intermédios são sempre os mais suaves—

- Chicote —*eu disse*. Se o 2 é o chicote, o 1 deve ser o cinto e o 3 o ferro. Deixo de voar pelos meus pensamentos, sobre o que estava a acontecer quando vejo-o a pegar num chicote negro, grande, pela aparecencia, bastante pesado e aproxima-se de novo—

É incrível como a descontração dele não balanço nem por um segundo. A postura mantinha-se intacta, mesma frieza no olhar, mesmo ar de superioridade. Acho que era mais a forma como ele se impunha que me intimidava, e criava certo medo dentro de mim, do que a ideia do bdsm e do sádico:

- Diz um número de 10 a 20

- 15 —mesma coisa. Nunca o último ou o primeiro. Neste caso demonstra ou muita força, ou demasiada fraqueza. Ser-se submissa não significa forçares o teu limite nem poupar-te de um castigo. É aprender e/ou criar táticas para sair beneficiada—

- 15 chicoteadas. Quero que contes cada uma delas. Entendido?

Deduzi que não ia usar a força nas primeiras chicoteadas e estava certa.
Também estava certa quando disse que o chicote era pesado. Ele era, bastante, e comecei a sentir o peso desse chicote depois da 5° chicoteada, quando, a cada chicoteada, a força aumentava:

- Conta Melissa —doí, doí mesmo. Não consigo continuar a contar depois da 10° chicoteada pela força que ele usava—

Baixo a cabeça para respirar e acalmar-me um pouco, encontrar algum lugar de refugio na minha mente que me faça esquecer a dor das últimas 3 chicoteadas, mas é impossível.
Assim que baixo a cabeça vejo as marcas que o chicote tinha deixado com aquelas 10 chicoteadas e arréglalo os olhos como primeira reação. Reação seguida de uma outra, involuntária: as minhas mãos agarram as cordas, às quais estava atada, e aperto as mesmas com força para controlar aquela mínima raiva que se começava a formar dentro de mim:

- 10...—não tinha percebido quanto tempo levava calada até que é me dada a mesma ordem pela segunda vez e reago dizendo o número—

- Hmm...15...já chega —digo num sussurro apenas e audível a 5 segundos de perder qualquer vestígio de força e desatar a chorar. Cada parte do corpo que o chicote tinha atingido ardiam. Sabia que algumas das feridas estavam abertas mas não sabia nem a profundidade nem a gravidade delas—

O Daddy larga o chicote e pega-me ao colo, fazendo-me entrelaçar as pernas na cintura dele para assim posicionar-se bem e penetra-me com lentidão:

- Babygirl! Vou-te fazer gritar o meu nome, vou-te rebentar toda e só paro quando eu estiver cansado!

O Daddy fode-me com força durante muito tempo, na mesma posição e sempre a interromper o meu orgasmo e impedir-me gozar.
Só depois de gozar dentro de mim solta-me, deita-me na cama, fazendo a mesma coisa mas sobre mim e voltando a penetra-me, desta vez com mais firmeza:

- Aahh —as minhas unhas enterram-se nas costas dele e vão descendo pelas mesmas deixando várias marcas avermelhadas, repetidas, com cada estocada, tantas vezes que em vez de marcas, ficam feridas abertas ou semi-abertas—

- Hmm! Babygirl! —agarra nos meus  braços e prendo-os por cima da cabeça com uma das mãos—

- Desculpa Daddy

- O Daddy te ama —sussurra no meu ouvido e como resposta solto um gemido baixo, amortiguado pela própria mordida de lábio—

Depois de mudarmos de posição umas quantas vezes, quando acho que o castigo acabou o André deita-se comigo encima dele e olha-me, dizendo-me só pelo olhar o que ele queria:

- Autopenetra-te Babygirl

- Daddy, já chega, estou cansada —digo tentando sair de cima dele mas ele impede-me isso exercendo força nas mãos para me manter quieta—

- Vamos Babygirl, obedece —nego com a cabeça, várias vezes seguidas e ele suspira, entendendo que não ia conseguir mais de mim por hoje—

Deita-me ao lado dele, tapa-me e começa a brincar com o meu cabelo para me fazer adormecer mais rápido. Objetivo que concretiza pois poucos minutos depois adormeço entre os lençóis daquela cama.

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