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GWEN

Atualmente.

Então minha pequena e doce Ava nasceu, com graça e beleza. Ela é a coisa mais certa de toda a minha vida. Em nenhum momento pensei em não tê-la. Claro que abdiquei de muitas coisas por ela, perdi em certa parte a minha adolescência mas eu não me arrependo e nem nunca o farei.

Hoje com quatro anos Ava Hale é a menina mais linda e inteligente. Minha filha é esperta e é meu maior orgulho.

Claro que tentei novamente contato com seu pai, mas foi a mesma coisa que nada. Ou ele trocou de celular ou ainda sigo bloqueada. Tentei contato pelas redes sociais, porém quando se é famoso, fica difícil ser ouvida em meio a multidão. Então deixei por isso mesmo, sei que um dia irei encontrá-lo e não exitarei em contar sobre Ava.

E sim, ele agora é famoso. Parece que realizou o seu tão esperado sonho e hoje joga em um time na França. Fico feliz por ele, mas de certa forma ainda me sinto mal com tudo isso. Pela forma que ele me tratou, por não me responder em mensagens que eu mando as cegas em suas redes e por nunca ter me procurado.

Mas vida que segue não é mesmo? E agora eu tenho uma pequena que depende de mim.

Não sei o que seria de mim se não fosse a Alexis e minha mãe. Elas sem sombra de dúvidas foram meu porto seguro e minha âncora. O quão difícil é ser mãe solteira e o quão vulnerável nós ficamos quando uma pequena vida depende exclusivamente de você é algo surreal.

Forcei o meu máximo na gestação, mesmo com um enorme barrigão eu segui indo para as aulas e quando faltava apenas dias para Ava vir ao mundo, eu tranquei a faculdade. Dois meses depois de ter dado a luz, lá estava eu dando minha cara a tapa. Correndo atrás de emprego e retornando aos estudos. Minha filha merecia o mundo e eu não ficaria sentada, eu daria isso a ela. Voltei a todo vapor e agradeço a Deus todos os dias pela minha mãe e Alexis. Elas em nenhum momento me fizeram parar, apenas me mandaram forças e incentivos.

No ano passado eu terminei meus estudos. Ava com três para quatro anos, já estava na escolinha estão as coisas já estavam mais fáceis. Consegui um emprego em minha área, e com muito sufoco consegui alugar um apartamento para mim e minha princesa. Minha mãe não gostou muito disso, o fato de nós duas sairmos de casa. Mas nós precisávamos disso, eu precisava. É minha independência e responsabilidades. E também o lado bom de ser contadora é que é mais fácil de fazer HomeOffice, assim não perco nada da infância da minha pequena.

- Então a tia falou que era hora do lanchinho, o Bryan que estava de castigo teve que lanchar na sala. - Ava tagarela enquanto eu termino de pentear seus cabelos.

Acabei de busca-lá na creche e hoje marcamos de lanchar na casa da minha mãe.

- É mesmo? Deve ser muito ruim ficar trancado na sala enquanto todos brincam.

- Eu não faço nem ideia mamãe. - diz distraída brincando com sua boneca no colo - Mas deve ser mesmo.

- O que você aprendeu hoje? - pergunto

- A familinha do B. - diz toda animada - A tia Kath disse que eu sou esperta.

- Mas é claro que é, você é minha filha. - digo e aperto seu nariz a fazendo rir

- Eu sou esperta igual a mamãe. - diz e ergue os braços em diversão

- Agora me diz qual a familinha do B. - peço e fico em pé arrumando sua roupa

- B com A é BA. B com E é BE. B com ... - parece pensar

- I. - digo e ela sorrir

- B com I é BI. B com O é BO. E B com U é BU. - Termina e eu bato palmas

- Muito bem, fico orgulhosa com isso. - digo e ela sorrir toda boba - Você é meu maior orgulho. - digo e encosto minha testa na dela

Suspiro e me afasto a olhando. O tempo está fresco então agora a tarde então a vesti com um vestidinho verde de alças finas. Ava é muito calorenta. Já eu uso uma bermuda jeans e regata, meus cabelos estão soltos assim como o dela.

- Pronta para ver a vovó? - pergunto e ela confirma com a cabeça

- Sim! - praticamente grita em alegria

- Então vamos nessa. - pego em sua mão e saímos do seu quarto.

- Cadê a madrinha? - Ava pergunta pela Alexis

- Vamos passar na casa dela e ver se ela quer vir conosco. - digo

Pego meu celular e enfim saímos de casa. Tranco a porta e atravesso o corredor esmurrando a porta do apartamento da Alexis.

- Acho que ela não está. - minha filha diz e eu acabo rindo

Pouco depois uma Alexis descabelada e de roupão aparece na porta e eu puxo Ava para mais perto de mim.

- Pois não? - minha amiga pergunta querendo rir da minha casa

- Vamos lanchar com a vovó, quer vir madrinha? - Ava é rápida em perguntar

- Não, a madrinha está fazendo exercícios agora. - responde minha amiga ofegante

- Então deixamos para a próxima, não é filha? - pergunto já querendo sair dali

- É, pode ser. - responde

Eu logo a tiro dali mas não sem antes lançar um olhar repreensivo para Alexis

- Puxa, deve ser legal fazer exercícios. A madrinha parecia tão feliz. - Ava solta com toda sua inocência

- Nem tanto meu amor. - respondo

Pegamos o elevador e logo estávamos saindo pelos portões do edifício. Pegamos um táxi que nos deixou exatamente em frente a nossa antiga casa, ou melhor o lar da minha mãe.

- Vovó, cheguei. - Ava corre desesperada para dentro da casa

- Olha se não é a minha linda netinha. - minha mãe a pega no colo e a enche de beijos - Você está cada dia maior e mais bonita, a quanto tempo não te vejo. - faz drama

- Mãe, a senhora a viu dois dias atrás. - digo e suspiro me sentando no sofá

- Exato. Tempo o suficiente para me deixar cor saudades. - diz - A vovó fez aquele bolo de chocolate que você adora. - diz e coloca Ava no chão.

- Eba! - minha filha corre em direção a cozinha

- E você? Como está? - pergunta

- Exausta. - digo com sinceridade, o que az nós duas rirmos

- Vem, vamos para a cozinha. Fiz café para você. - diz e estende a mão para mim

Café nunca pode ser negado.

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Xxlys

GwenOnde histórias criam vida. Descubra agora