Capítulo 8

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Uma bomba relógio, era assim que Dean estava se sentindo por causa da sua ansiedade, como se fosse simplesmente explodir e morrer. A ficha que veria o seu pai só caiu quando se deitou para dormir, e apenas conseguiu fechar os olhos depois de tomar um calmante no meio da madrugada. Sabia que se ferraria por ter que acordar cedo por causa do voo, mas precisava de algumas horas de paz; paz da sua própria mente.

Quando o despertador tocou, o Winchester quis jogá-lo na parede. Ele respirou fundo e abriu os olhos sentindo que o remédio ainda estava fazendo efeito em seu corpo, deixando-o completamente sem forças. Depois de alguns minutos conseguiu se levantar e se sentiu mal, mas pelo menos descansou algumas horas, o que evitaria olheiras fundas e preocupações desnecessárias de Sam.

Ele andou até ao banheiro e tomou um banho que o despertou um pouco. O calmante logo sairia do seu organismo, e por isso não se importou muito. Vestiu uma calça jeans, uma blusa henley cinza de dois botões e botas de couro marrom.

Dean saiu do seu quarto e andou até à cozinha, vendo Cas de pé fazendo ovos e bacon em uma frigideira. Automaticamente a sua boca salivou e o seu estômago roncou pelo cheiro maravilhoso. O moreno parecia o típico homem perfeito daquelas comédias românticas antigas. O Winchester nunca falaria em voz alta que às vezes assistia esse tipo de coisa, era como um segredo obscuro de quando uma pessoa gosta de algo ruim e sabe que é ruim, e por isso tem vergonha.

Dean ficou pensando por alguns instantes, se fosse namorar uma pessoa, com toda a certeza essa pessoa seria como Cas, o que é impossível, pois apenas existe um Cas. Primeiro, o cara cozinha bem pra caralho. Segundo, ele é fofo, tipo, muito mesmo. E terceiro, gostoso, só de vê-lo as vezes ficava duro. Poderia ficar pensando nas infinitas qualidades do moreno o dia inteiro, mas estava sem tempo, infelizmente.

— Você é humano? — Dean perguntou do nada e se sentou na mesa cruzando os braços.

Cas o olhou com o cenho franzido enquanto colocava bacon em um prato branco de porcelana.

— O que? Como assim? Me explica.

— Você não tem um defeito, seres humanos possuem defeitos — disse seriamente.

Cas estava corando e ficando sem jeito. Dean mordeu a bochecha para não rir, estava amando ver o moreno daquele jeito, era tão adorável.

— Isso não é verdade, eu tenho defeitos sim — Cas colocou dois pratos na mesa e se sentou em frente ao Winchester.

— Duvido, fala um então — fitou o moreno em desafio e começou a colocar café em uma caneca.

— Eu... — Cas parecia pensar e não ter sucesso — sou estranho.

Dean revirou os olhos.

— Fale um defeito real, não um que o deixe adorável.

Cas mordeu o lábio para não rir e olhou para o Winchester.

— Eu... eu ronco, certeza que ronco e tenho chulé.

Dean soltou uma gargalhada alta. O que Cas disse nem eram defeitos reais. O Winchester tinha certeza que o moreno não roncava, o seu sono era extremamente leve, perceberia. Era mais fácil Dean ser o que roncava ali, sem dizer os infinitos defeitos que possuía, como não levar o lixo para fora, jogar a toalha molhada em cima da cama, deixar as suas coisas espalhadas pela casa, enfim, muitos defeitos. Pensar nessas coisas o fez chegar a conclusão que não era lá um homem para se ter um relacionamento sério, e talvez por isso nenhum deu certo.

— Dean... você ainda quer que eu seja o seu par? Tipo eu?

— Como assim "tipo eu"? — levantou uma sobrancelha.

Amnésia [Destiel]Onde histórias criam vida. Descubra agora