Amnésia [Destiel]

Capítulo 13

Havia se passado uma semana, e Dean não tinha notícia alguma de Cas. Não se arrependia de ter rasgado aquele papel, qualquer coisa que tivesse escrito lá, queria ouvir dos próprios lábios do moreno, e não por uma carta de despedida clichê.

Cas havia ido embora sem hesitar, o olhar dele era diferente, o jeito que a sua voz saiu com raiva ainda era algo que fazia o coração do Winchester doer. Claro que Dean sabia o porquê dele estar com raiva, mas ele sequer parou para pensar direito antes de tirar conclusões precipitadas, como se não o conhecesse muito bem. O Winchester sabia que se tentasse explicar tudo Cas não ouviria, pois pessoas com raiva ficam cegas e surdas praticamente; seria inútil.

Acordar e sentir o lado da sua cama vazio doía, aceitar que nunca veria o moreno outra vez doía ainda mais. Dean nunca ficou tão apaixonado daquele jeito por alguém, ele apenas desejava que aquela relação não tivesse tantas complicações, mas não tinha como ter evitado o que havia acontecido, a bomba apenas explodiu.

Ainda não tinha coragem de entrar no quarto que fora de Cas por meses, para falar a verdade viver naquela casa já estava sendo torturante. Quando olhava para a cozinha apenas conseguia ver os beijos que davam distraidamente enquanto cozinhavam juntos e falavam sobre tudo. Quando olhava para a sala via eles abraçados no sofá assistindo alguma coisa qualquer. E quando olhava para o seu quarto via os dois na cama, com braços e pernas emaranhados.

O moreno estava em cada maldita parte daquela casa, e mesmo depois de alguns dias, Dean podia sentir o cheiro dele impregnado nos seus lençóis. O Winchester nunca teve coragem de trocá-los, ainda gostava de ir dormir e imaginar que nada havia mudado, que Cas estava ali, ao seu lado.

Dean sentia raiva de si mesmo por ser tão estupidamente dependente, provavelmente Cas estava em Nova York vivendo a sua vida de antes, como se nada tivesse acontecido. O Winchester ainda o amava, mas tinha certeza que ele não sentia o mesmo, não Castiel Novak. Compreendia a atitude que o moreno teve, mas ele iria embora de qualquer jeito, e a carta era uma prova disso, ela fora premeditada.

Mesmo estando terrivelmente machucado com tudo, Dean necessitava saber se Cas estava bem e vivo. Ainda não teve coragem de ligar para Sam e perguntá-lo como as coisas estavam em Nova York, o seu irmão provavelmente ficaria preocupado por saber o que havia acontecido, e Dean não queria que isso acontecesse.

O Winchester trocou de roupa rapidamente e pegou a chave do Impala em uma mesa. Nos últimos dias ele trabalhou mais que o normal para tentar esquecer de tudo, mas não estava dando certo. Os seus amigos ficavam perguntando o que havia acontecido para ele estar daquele jeito, mas Dean não conseguia dizer a verdade. Ele odiava mentir para Charlie, mas não queria ela envolvida naquela merda toda.

O Winchester entrou no carro e bateu a porta colocando os dedos no volante, olhando para o completo nada. Uma explosão de lágrimas o atingiu fortemente. Ele estava tentando ser forte, mas não conseguia, a única coisa que vinha em sua mente era o momento em que se abriu para Cas naquela noite, das palavras sinceras que ele disse. Dean sentia uma grande vontade de apenas encher a cara em algum bar qualquer e ficar com a primeira pessoa que visse, mas não tinha forças para isso.

O Winchester necessitava de noticias de Cas, apenas uma para ficar em paz. Ele só conseguiria seguir em frente se tivesse certeza que o moreno realmente não queria mais nada, e assim, talvez aos poucos, o seu amor passasse.

Dean respirou fundo e girou a chave ligando a baby, começando a dirigir em direção à delegacia. Mike sabia de tudo e era do FBI, talvez ele tivesse novas informações. Se Cas estivesse voltado mesmo para Nova York, ele saberia.

O Winchester estacionou o carro e bateu a porta tomando coragem para começar a andar. Ele entrou na delegacia, vendo policiais andando de um lado para o outro.