Dean olhava para uma mulher negra de cabelos cacheados sentada em sua frente. Ele estava nervoso apertando as mãos em punho e batendo a perna freneticamente. O Winchester estava na clínica psicológica que Benny havia indicado porque odiava as pessoas se preocupando consigo como se ele fosse uma criança que poderia se machucar a qualquer segundo.
O Winchester começou a fazer um tratamento psicológico depois que saiu do hospital, pois mal se levantava da cama para comer. Depois disso veio as crises de pânico — coisa que acontecia muito de repente — e então ele foi diagnosticado com TEPT e depressão. Realmente um tratamento o ajudou a melhorar, mas nos últimos meses ele simplesmente decidiu parar por achar que não precisava mais.
Dean estava sentado em uma cadeira em frente a mulher e até naquele momento ela não havia realmente começado com a terapia; as perguntas eram básicas sobre o seu tratamento anterior.
— Por que você parou com o tratamento anterior? — ela o olhava com extrema atenção profissional.
Dean se moveu um pouco na cadeira e olhou para o chão. Sempre se sentia sem jeito em se abrir.
— Por que sente vergonha? Isso não é nenhum pouco vergonhoso, buscar ajuda profissional é o certo, Dean — a mulher continuou falando.
— Huh — Dean coçou a garganta para começar a falar. — Eu me sentia melhor, achei que não era mais necessário — a encarou um pouco aflito.
— Parar com um tratamento psicológico no meio é perigoso e todo o processo pode ir por água abaixo.
Dean engoliu em seco se sentindo envergonhado e apenas balançou a cabeça em confirmação.
— Meio que eu já sabia — deu de ombros.
— Ter essa atitude imprudente significa que você precisava continuar o tratamento. — Billie ofereceu biscoitos a Dean. Ele pegou alguns rapidamente. Quando se tratava de comida não rejeitava nada. — Me fale mais o que estava pensando naquela época, quando decidiu parar.
Dean respirou fundo antes de começar a falar:
— Eu pensei que estava bem, não tive mais nenhuma crise de pânico. Não precisava mais de um comprimido — confessou respirando fundo.
— Você de alguma forma se sentiu humilhado por precisar disso — foi uma afirmação.
— Talvez...— A sua vontade era de sair correndo dali e deixar a mulher conversando sozinha. Estava com raiva, raiva dela ter dito a verdade.
— Você poderia me contar o que causou o seu quadro?
A mente de Dean voltou para a sua adolescência, onde o seu pai praticamente o obrigava a ser como ele queria. Se desobedecesse sempre era castigado, a sua vida era respeitá-lo e escutar tudo que ele dizia calado. Ser rebelde resultava em ossos torcidos e quebrados. Na maioria das vezes nem sequer ia para o hospital, sempre que isso acontecia se costurava com o que tinha em casa. Sem anestesias e remédios, apenas dor.
Depois que Sammy ficou grande o suficiente para perceber tudo o que havia de errado, começou a confrontar John, mas toda vez que o seu pai iria machucá-lo, Dean entrava na frente. Sam não merecia apanhar apenas por dizer a verdade, mas Dean? Ele já estava acostumado; o que seria mais uma surra, afinal?
Ele se lembrava perfeitamente de como fora a pior de todas, a que resultou em sua internação por hemorragia interna. Estava namorando com um garoto escondido e no colégio se tratavam amorosamente. Foi a primeira vez que amou alguém, que finalmente saiu do armário e ficou feliz por ser quem era; era uma sensação tão boa. Não sabe como, mas os boatos chegaram em seu pai.
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Amnésia [Destiel]
FanfictionDean levava uma vida simples como Bombeiro em Lawrence. Nada parecia fora do lugar, até que, durante uma noite de tempestade de neve, ele se deparou com um homem quase morto. Ao decidir abrigar o desconhecido, que não se lembrava de absolutamente na...