Capítulo 8

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Papai, papai olha para mim! - Diana pediu dando pulinhos animados e eu soube naquele momento a minha palavra favorita para toda vida: papai. Como então pouco tempo eu já os amava tanto, era indescritível, quase mágico, era simplesmente perfeito. Eles eram a melhor parte de mim, meu melhor acerto em meio a tantos erros, eu os levaria comigo para sempre.

- Sim, meu amor. - Virei-me para ela dando-lhe a maior atenção.

- Olha o que a mamãe me ensinou. - Ela respirou fundo e se preparou. - M-A-T-T-E-O! - Ela soletrou meu nome, meu nome! Eu não podia ser mais feliz, olhei para os lados para agradecer Luna por tudo, mas ela não estava na sala.

- Onde está a mamãe?! - Perguntei olhado para cima, onde Federico estava escalando meus ombros e pulando dali.

- Não sei papai, acho que ela saiu. - Federico disse antes de pular no chão e eu entrei em pânico. Luna não poderia me deixar sozinho assim com as crianças, eu não estava preparado, não sou nada comparado a ela, e se acontecer alguma coisa?!

- Onde foi que você se enfiou Lu?! - Perguntei retoricamente encarando a porta.

- Papai, vamos procurar a mamãe! - Federico ofereceu empolgado.

- Legal! Esconde-esconde! O meu favorito! - Diana comemorou juntando as mãos. Fitei meus filhos que me encaravam cheios de expectativa.

- Tudo bem, tudo bem! - Cedi e eles gritaram. - Vamos começar pela sala, mas em silêncio senão a mamãe perceberá tudo. - Falei e os dois levaram o indicador à boca. Seguimos para fora silenciosamente, meus filhos esgueiravam-se pelas paredes imitando espiões, eu não consegui evitar o riso.

- Shhhh! - Os dois fizeram em uníssono e eu levantei minhas mãos em sinal de rendição, continuávamos em direção a sala quando comecei a ouvir vozes.

- Sei que é meio inesperado, mas quando a minha secretária me entregou o convite, sabia que tinha que agradecer. - Um homem disse sorrindo para Luna. Ele era alto, moreno, tinha um sorriso jovial, com certeza fazia sucesso com as mulheres.

- Tio Simón!!!! - Meu filho correu para o homem que o recebeu de braços abertos e na hora reconheci seu nome, ele era o tal amigo de Luna que Diana havia mencionado. O que esse cara quer aqui?!

- Como vai o meu melhor amigo?! - Simón perguntou e eu fiquei irado, eu deveria ser o melhor amigo do meu filho, eu! Mas você acabou de chegar, sabe-se lá há quanto tempo esse cara está na vida deles. Minha consciência me denunciou e eu fiquei extremamente inseguro.

- Mamãe, a senhora não sabe brincar?! - Diana questionou um pouco indignada, o que me fez lembrar Âmbar logo de cara. - Essa brincadeira é de se esconder, eu, o Fe e o papai te achamos rápido demais! - Ela protestou e imediatamente os olhos do tal Simón se arregalaram, Luna percebendo isso, sorriu sem graça e se virou para mim.

- Bem, Matteo esse é Simón pediatra das crianças. - Ela apresentou e eu suspirei um pouco aliviado, então ele era só o médico e nada de mais. - Simón esse é Matteo, meu ex-marido e pai das crianças. - Ela falou aquilo doeu um pouco em mim. Essa era a primeira vez que Luna me apresentava assim, como o seu ex, nós nunca terminamos na época do namoro, nem sequer demos um tempo, éramos bons juntos, então era muito estranho vê-la se referindo a mim daquela forma.

- Muito prazer, Simón. - Ele estendeu a mão e eu a apertei. Encaramo-nos e não levou nem um segundo para que eu percebesse que ele queria ser mais do que o médico das crianças, ele queria um lugar maior, o lugar que eu já havia ocupado um dia. - Seus filhos são ótimos. - Elogiou com um sorriso que juguei ser falso.

- Eu sei. - Respondi simplesmente. - Obrigado por estar cuidando tão bem deles. - Agradeci por educação, não vou ficar fazendo ceninha na frente da Luna ou dos meus filhos, eles não mereciam isso.

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