Capítulo 33

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- Está quente, não é?! - Luna se abanou.

Nós estávamos há uma semana executando nosso plano para engravidar, e de longe essa era a coisa mais difícil que eu já havia feito em toda minha vida. Me movi um pouco, me aproximando mais de Simón, o que o fez me encarar com estranheza, eu engoli seco e voltei a encarar a TV, não queria ficar agarradinho com meu cunhado favorito, mas não dava para ficar perto de Luna assim.

- Quente, está muito quente. - Luna falou ofegante. - Eu vou tomar um banho de piscina.

- Quê?! - Âmbar franziu o cenho. - Lu, são dez da noite.

- Eu sei, mas preciso me refrescar um pouco. - Luna sorriu sem jeito, e se virou em direção a porta que levava ao jardim.

- Lu, não vai trocar de roupa?! - Minha irmã questionou novamente.

- Ah, não de roupa é melhor. - Luna me encarou e eu assenti, então ela saiu.

- Vou subir e tomar a um banho. - Falei me levantando do sofá.

- Outro?! - Âmbar semicerrou os olhos. - Tem alguma coisa de estranho entre você e a Lu. - Ela colocou a mão no queixo. - Vocês conseguiram?! - Minha irmã perguntou com animação. Ela assim com toda nossa família sabia que Luna e eu estávamos tentando ter nosso bebê.

- Não. - Neguei com a cabeça. - Mas, estamos empenhados nisso.

- Matteo. - O doutor amor chamou. - Não que seja da minha conta.

- E não é. - Sorri para ele sem vontade.

- Mas, acho que você e a Luna deviam relaxar um pouco em relação a gravidez, o estresse pode interferir no ciclo de Luna e não será benéfico. - Ele disse de boa vontade.

- Acredite se quiser, o estresse é o nosso maior aliado. - Declarei e subi as escadas.

Quando terminei meu banho me deitei na cama e encarei o teto. Como isso virou um incomodo tão grande?! Pensei frustrado. Em minha mente Luna e eu conseguiríamos ter filhos logo na primeira tentativa, tivemos gêmeos e não estávamos nem tentando, mas a verdade é que todos aqueles meses frustrados haviam se tornado piores para mim do que o período de abstinência que estava vivendo. E se nós fossemos aqueles casais que não conseguiam mais engravidar, e se no meio desses quase seis anos algo tivesse acontecido e nós dois não pudéssemos mais ter filhos?!

- No que está pensando?! - Luna se deitou ao meu lado usando um moletom largo.

- Na nossa saga pelo bebê. - Disse e ela deu um sorriso amarelo.

- Posso ligar o ar?! É que vai ficar insustentável dormir assim sem ele. - Ela apontou para o moletom e eu assenti. - Amor, eu também tenho medo, mas nós estamos tentando e se isso não der certo há alternativas.

- Então você também considera que há algo errado?! - Perguntei chateado e Luna assentiu.

- Temos que pensar em todas as possibilidades. - Ela se virou para mim e acariciou meu rosto. - Mas, também temos que nos lembrar de que temos boas opções. - Luna sorriu. - Fertilização in vitro, inseminação, e até mesmo a adoção.

- Animaria entrar na fila?! - Questionei curioso.

- É claro, mas desde que você também queira, vamos tomar todas as nossas decisões em conjunto. - Ela selou os nossos lábios.

- Gosto da ideia da adoção. - Sorri fraco e Luna colou nossas testas. - Eu sou muito sortudo por ter encontrado você.

- Não, como eu sou por ter você. - Disse e me beijou, aos poucos nosso carinho ficou mais lento, mais terno. - Será que teremos problemas se burlarmos um pouquinho nosso plano de abstinência.

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