- Está quente, não é?! - Luna se abanou.
Nós estávamos há uma semana executando nosso plano para engravidar, e de longe essa era a coisa mais difícil que eu já havia feito em toda minha vida. Me movi um pouco, me aproximando mais de Simón, o que o fez me encarar com estranheza, eu engoli seco e voltei a encarar a TV, não queria ficar agarradinho com meu cunhado favorito, mas não dava para ficar perto de Luna assim.
- Quente, está muito quente. - Luna falou ofegante. - Eu vou tomar um banho de piscina.
- Quê?! - Âmbar franziu o cenho. - Lu, são dez da noite.
- Eu sei, mas preciso me refrescar um pouco. - Luna sorriu sem jeito, e se virou em direção a porta que levava ao jardim.
- Lu, não vai trocar de roupa?! - Minha irmã questionou novamente.
- Ah, não de roupa é melhor. - Luna me encarou e eu assenti, então ela saiu.
- Vou subir e tomar a um banho. - Falei me levantando do sofá.
- Outro?! - Âmbar semicerrou os olhos. - Tem alguma coisa de estranho entre você e a Lu. - Ela colocou a mão no queixo. - Vocês conseguiram?! - Minha irmã perguntou com animação. Ela assim com toda nossa família sabia que Luna e eu estávamos tentando ter nosso bebê.
- Não. - Neguei com a cabeça. - Mas, estamos empenhados nisso.
- Matteo. - O doutor amor chamou. - Não que seja da minha conta.
- E não é. - Sorri para ele sem vontade.
- Mas, acho que você e a Luna deviam relaxar um pouco em relação a gravidez, o estresse pode interferir no ciclo de Luna e não será benéfico. - Ele disse de boa vontade.
- Acredite se quiser, o estresse é o nosso maior aliado. - Declarei e subi as escadas.
Quando terminei meu banho me deitei na cama e encarei o teto. Como isso virou um incomodo tão grande?! Pensei frustrado. Em minha mente Luna e eu conseguiríamos ter filhos logo na primeira tentativa, tivemos gêmeos e não estávamos nem tentando, mas a verdade é que todos aqueles meses frustrados haviam se tornado piores para mim do que o período de abstinência que estava vivendo. E se nós fossemos aqueles casais que não conseguiam mais engravidar, e se no meio desses quase seis anos algo tivesse acontecido e nós dois não pudéssemos mais ter filhos?!
- No que está pensando?! - Luna se deitou ao meu lado usando um moletom largo.
- Na nossa saga pelo bebê. - Disse e ela deu um sorriso amarelo.
- Posso ligar o ar?! É que vai ficar insustentável dormir assim sem ele. - Ela apontou para o moletom e eu assenti. - Amor, eu também tenho medo, mas nós estamos tentando e se isso não der certo há alternativas.
- Então você também considera que há algo errado?! - Perguntei chateado e Luna assentiu.
- Temos que pensar em todas as possibilidades. - Ela se virou para mim e acariciou meu rosto. - Mas, também temos que nos lembrar de que temos boas opções. - Luna sorriu. - Fertilização in vitro, inseminação, e até mesmo a adoção.
- Animaria entrar na fila?! - Questionei curioso.
- É claro, mas desde que você também queira, vamos tomar todas as nossas decisões em conjunto. - Ela selou os nossos lábios.
- Gosto da ideia da adoção. - Sorri fraco e Luna colou nossas testas. - Eu sou muito sortudo por ter encontrado você.
- Não, como eu sou por ter você. - Disse e me beijou, aos poucos nosso carinho ficou mais lento, mais terno. - Será que teremos problemas se burlarmos um pouquinho nosso plano de abstinência.
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Abraça-me
RomansaPoderia um amor nascer de um casamento terminado?! Para Luna Valente não, ela deixou de acreditar no amor quando se separou do homem dos seus sonhos. Agora depois de anos quando finalmente se reergueu e conseguiu uma vida feliz perto da família que...