Capítulo 6

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- Oi maninho! - Âmbar falou animada ao telefone.

- Oi Âmbs, ligando no meio da semana, o que houve?! - Perguntei olhando para a sala da frente que estava vazia.

- Adivinha onde eu estou! - Pediu empolgada.

- Não sei, em alguma praia paradisíaca. - Supus conhecendo o gosto de Âmbar em me provocar com suas viagens incríveis.

- Não! - Ela negou frustrada. - Eu trabalho sabia?! Estou na sua casa bobinho. - Contou e eu quase caí da cadeira.

- O quê?! Como?! Achei que você só viria no mês que vem. - Falei preocupado com a presença de Âmbar em minha vida sem aviso prévio.

- É, eu realmente viria no mês que vem, mas decidi mudar, achei que você precisava de mim. - Contou e eu bufei. - Não venha reclamar, já estou aqui e pronto, além disso, hoje ainda quero passar na empresa para ver como as coisas estão fluindo. - Declarou e eu congelei.

- Não! - Neguei o mais rápido que pude, eu não tinha contado a Âmbar que Luna trabalhava na corretora, estava esperando o melhor momento, mas se ela viesse agora transformaria tudo em um grande circo. - Descanse, você fez uma viagem longa, amanhã você vem e bisbilhota cada canto do meu trabalho. - Propus para ganhar tempo, mais tarde com calma eu diria a verdade a ela.

- Você está querendo me espantar! - Ela me pegou. - Não sei o porquê, mas está, e como eu sou muito boa, vou respeitar você e irei só amanhã, mas pode esperar que teremos uma conversinha mais tarde.

- Eu sei, eu sei. - Concordei conformado.

Depois de despedi-me de Âmbar, meu corpo pareceu ter recebido doses altas de sonífero, eu não conseguia trabalhar e eu precisava muito, ainda estava lidando com a bagunça do antigo dono da corretora, era muito trabalho e com minha irmã aqui ele só aumentaria, ela me faria revisar cada ponto, fazer vários relatórios de produtividade ao melhor estilo Âmbar. Se conseguir manter os olhos abertos fui até a copa dos funcionários pegar um café e tentar acordar com a pequena caminhada até lá, ao chegar vi que já haviam pessoas ali e não me surpreendi ao constatar que eram Luna e Nina tomando o café enquanto fofocavam.

- Quero que seja algo intimo, só os amigos mais próximos, uma celebração da vida e do amor. - Luna falou sorrindo. Ela quer celebrar o amor?! Pesei um pouco aflito e limpei a garganta, ela se virou e nossos olhares se encontraram, nos últimos dois meses acho que ela se habituou a minha presença e agora toda a vez que nos víamos eu recebia olhares tranquilos e serenos dela e isso me trazia uma paz gigante, contudo vê-la dizer que queria celebrar o amor assim tão sorridente, fazia com que meu coração se apertasse. Será que ela irá se casar?!

- Desculpe, sem querer atrapalha-las, mas eu queria saber se ainda tem café?! -Perguntei frio, sem conseguir esconder a minha insatisfação com que acabara de ouvir.

- Sim, na garrafa preta. - Respondeu em paz bebendo sua xícara, ela se preparou para sair, contudo o intruso ali era eu, logo se alguém deveria sair este alguém era eu.

- Podem ficar eu só vou servir e já vou. - Pedi com a mesma frieza. Por que Luna estar com outro me incomoda tanto?!

- Então amiga que vestido planeja usar?! Tem que ser épico, já que uma festa assim, só se faz uma vez. - Nina falou empolgada tirando-me ainda mais o sossego. - Branco?! - Perguntou e eu desejei nunca ter entrado ali. Luna vai se casar, para que mais uma mulher se vestiria de branco?! Constatei e fiquei inundado por tristeza.

- Não, branco não, eu odeio branco e você sabe. - Negou um pouco irritada, e eu fiquei confuso Luna adorava branco, lembro-me ainda de como ela ficava feliz toda vez que ia provar um vestido de noiva diferente. - Eu vou usar algo claro, talvez um amarelo pastel, mas nada de branco. - Ela explicou e eu fiquei ainda mais para baixo, ela não usaria branco, mas ainda assim parecia um casamento.

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