- Oi maninho! - Âmbar falou animada ao telefone.
- Oi Âmbs, ligando no meio da semana, o que houve?! - Perguntei olhando para a sala da frente que estava vazia.
- Adivinha onde eu estou! - Pediu empolgada.
- Não sei, em alguma praia paradisíaca. - Supus conhecendo o gosto de Âmbar em me provocar com suas viagens incríveis.
- Não! - Ela negou frustrada. - Eu trabalho sabia?! Estou na sua casa bobinho. - Contou e eu quase caí da cadeira.
- O quê?! Como?! Achei que você só viria no mês que vem. - Falei preocupado com a presença de Âmbar em minha vida sem aviso prévio.
- É, eu realmente viria no mês que vem, mas decidi mudar, achei que você precisava de mim. - Contou e eu bufei. - Não venha reclamar, já estou aqui e pronto, além disso, hoje ainda quero passar na empresa para ver como as coisas estão fluindo. - Declarou e eu congelei.
- Não! - Neguei o mais rápido que pude, eu não tinha contado a Âmbar que Luna trabalhava na corretora, estava esperando o melhor momento, mas se ela viesse agora transformaria tudo em um grande circo. - Descanse, você fez uma viagem longa, amanhã você vem e bisbilhota cada canto do meu trabalho. - Propus para ganhar tempo, mais tarde com calma eu diria a verdade a ela.
- Você está querendo me espantar! - Ela me pegou. - Não sei o porquê, mas está, e como eu sou muito boa, vou respeitar você e irei só amanhã, mas pode esperar que teremos uma conversinha mais tarde.
- Eu sei, eu sei. - Concordei conformado.
Depois de despedi-me de Âmbar, meu corpo pareceu ter recebido doses altas de sonífero, eu não conseguia trabalhar e eu precisava muito, ainda estava lidando com a bagunça do antigo dono da corretora, era muito trabalho e com minha irmã aqui ele só aumentaria, ela me faria revisar cada ponto, fazer vários relatórios de produtividade ao melhor estilo Âmbar. Se conseguir manter os olhos abertos fui até a copa dos funcionários pegar um café e tentar acordar com a pequena caminhada até lá, ao chegar vi que já haviam pessoas ali e não me surpreendi ao constatar que eram Luna e Nina tomando o café enquanto fofocavam.
- Quero que seja algo intimo, só os amigos mais próximos, uma celebração da vida e do amor. - Luna falou sorrindo. Ela quer celebrar o amor?! Pesei um pouco aflito e limpei a garganta, ela se virou e nossos olhares se encontraram, nos últimos dois meses acho que ela se habituou a minha presença e agora toda a vez que nos víamos eu recebia olhares tranquilos e serenos dela e isso me trazia uma paz gigante, contudo vê-la dizer que queria celebrar o amor assim tão sorridente, fazia com que meu coração se apertasse. Será que ela irá se casar?!
- Desculpe, sem querer atrapalha-las, mas eu queria saber se ainda tem café?! -Perguntei frio, sem conseguir esconder a minha insatisfação com que acabara de ouvir.
- Sim, na garrafa preta. - Respondeu em paz bebendo sua xícara, ela se preparou para sair, contudo o intruso ali era eu, logo se alguém deveria sair este alguém era eu.
- Podem ficar eu só vou servir e já vou. - Pedi com a mesma frieza. Por que Luna estar com outro me incomoda tanto?!
- Então amiga que vestido planeja usar?! Tem que ser épico, já que uma festa assim, só se faz uma vez. - Nina falou empolgada tirando-me ainda mais o sossego. - Branco?! - Perguntou e eu desejei nunca ter entrado ali. Luna vai se casar, para que mais uma mulher se vestiria de branco?! Constatei e fiquei inundado por tristeza.
- Não, branco não, eu odeio branco e você sabe. - Negou um pouco irritada, e eu fiquei confuso Luna adorava branco, lembro-me ainda de como ela ficava feliz toda vez que ia provar um vestido de noiva diferente. - Eu vou usar algo claro, talvez um amarelo pastel, mas nada de branco. - Ela explicou e eu fiquei ainda mais para baixo, ela não usaria branco, mas ainda assim parecia um casamento.
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Abraça-me
RomancePoderia um amor nascer de um casamento terminado?! Para Luna Valente não, ela deixou de acreditar no amor quando se separou do homem dos seus sonhos. Agora depois de anos quando finalmente se reergueu e conseguiu uma vida feliz perto da família que...