Capítulo 18

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- Mamãe, eu posso fazer um desenho para o quarto do papai ?! - Diana perguntou assim que terminou sua tarefa.

- Claro meu amor, tenho certeza de que ele vai adorar. - Respondi sorrindo. - Que tal fazer aquele gatinho lindo que você sabe fazer.

- Pode colocar borboletas também ?! - Diana interrogou pegando alguns lápis.

- Sim, elas ficamão lindas. - Afaguei seu rosto. - Fe por que não faz um desenho também ?! O papai iria gostar muito.

- Eu não sei desenhar. - Ele disse olhando para baixo.

- Não diga mentiras Federico. - Franzi o cenho. - Seus desenhos são lindos. - Contrariei dando a ele alguns lápis. - Sabe o que eu acho que o papai iria gostar ?! - Questionei e ele negou com cabeça. - Que você desenhe um avião bem bonito, sem céu com muitas nuvens. - Falei empolgada e os olhos dele brilharam.

- Um foguete também! - Exclamou já começando a desenhar.

- Um foguete também. - Repeti sorrindo. - Eu estou na cozinha com um voto e com um voto. - Avisei e saí da sala, quando cheguei na cozinha, flagrei uma cena constrangedora minha mãe recostada na bancada agarrada ao meu pai beijando-o. - Filha entrando. - Disse e eles se soltaram assustados. - Seus netos estão na sala, só para comentar. - Peguei um copo de água na geladeira.

- Eu vou ... eu vou ... - Meu pai se enrolou visivelmente envergonhado. - Eu ...- Coçou a cabeça e eu ri. - Vou fazer uma ligação. - Anunciou e saiu vermelho de tanta vergonha.

- Você não deveria ter feito isso. - Minha mãe recriminou e eu gargalhei. - Pode parar com isso mocinha, a senhorita não tem moral para fazer isso. - Disse com falsa raiva. - Ou pensa que eu me esqueci da cena que você protagonizou com seu marido na frente dos seus filhos?!

- Aiii mamãe! - Exclamei apaixonada. - É tão bom poder beijar Matteo outra vez. - Confessei corando.

- Ah, minha querida não sabe o quanto é importante te ver assim, tão feliz. - Ela afagou meu rosto. - Mas, você está consciente de que ele não se lembra?! E que na cabeça dele vocês ainda são aqueles jovens descobrindo o amor juntos.

- Estou mamãe, e frisei isso muito para ele na nossa conversa no hospital. Ele sabe em que pé estamos, fiz questão de deixar isso muito claro. - Falei sentando-me no banco.

- Contou a ele sobre o divórcio?! - Perguntou receosa.

- Contei, falei tudo, resumidamente é claro, mas não deixei de fora nenhum detalhe importante inclusive Emília. - Respondi e minha mãe fitou o chão, preocupada.

- Você fez certo querida, mas foi uma jogada arriscada. - Ponderou e eu fiquei confusa. - Veja bem, Emília sempre, sempre, será um assunto delicado entre vocês, pode não parecer minha filha, mas ela ainda é o inimigo, mesmo não estando presente.

- A senhora acha?! - Interroguei insegura, queria começar novamente com Matteo, mas não estava disposta a competir com Emília novamente, mesmo com o fantasma dela.

- Acho meu amor. - Confirmou e eu tremi. - Não fique com medo, enfrente essa situação. - Ela falou com firmeza. - Matteo amava você, mas quando ela apareceu, ele se deixou levar e sabe por quê?! - Indagou e eu neguei com a cabeça. - Matteo era imaturo para os negócios e para o casamento, e Emília surgiu como uma válvula de escape para isso.

- Está dizendo que eu não fui o suficiente para ele?! - Perguntei indignada e minha mãe riu baixo.

- Não filha, lógico que não. - Negou rindo. - O que estou dizendo é que ele não sabia como lidar com os próprios sentimentos, mesmo os que ele tinha por ela, então permitiu que ela indicasse o caminho. - Explicou e eu suspirei. - Hoje, creio que aquela paixão que ele tinha por ela acabou, no entanto isso deu lugar à raiva por ela ter o separado das crianças e de você, e a raiva minha linda é um sentimento perigoso.

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