- Pai! - Pulei da cadeira.
- Senhor. - Matteo se levantou ficando de frente para ele, ficamos em silêncio por alguns instantes.
- Algum de vocês irá me explicar o que eu vi aqui, ou vão ficar mudos. - Meu pai exigiu e eu tomei fôlego.
- Pai... - Comecei com cautela sem saber ao certo o que dizer.
- Miguel, podemos conversar a sós?! - Matteo perguntou sério.
- O que quer me dizer, pode ser dito aqui. - Meu pai sorriu com deboche.
- Miguel, eu quero conversar com o senhor a sós. - Matteo manteve a voz baixa, e meu pai arregalou os olhos. - Vamos até a lanchonete do hospital. - Indicou sério. - Nós dois temos muitos assuntos.
- Temos. - Meu pai disse sisudo.
- Vamos então?! - Matteo apontou para o corredor.
- Sim. - Meu pai respondeu, eles estavam em uma guerra fria.
- Confie em mim. - Matteo segurou meu rosto, em seguida selou nossos lábios e saiu junto ao meu pai.
- Querida. - Minha mãe me abraçou. - Como está Diana?!
- Na cirurgia, acho que entrou há uns vinte minutos. - Me sentei na cadeira. - Sinceramente não sei se tenho que me preocupar mais com ela ou com Matteo e papai.
- Se concentre em sua filha meu amor, nesse momento Matteo e seu pai estão se resolvendo, depois, quando sua filha estiver bem, será o momento de você se resolver com seu pai. - Minha mãe instruiu. - Vamos por partes querida, por partes.
- O que seria de mim sem a senhora. - Eu a abracei de lado.
- E como foi a viagem?! - Ela abriu um sorriso sabido.
- Um sonho mãe, um sonho. - Suspirei feliz. - Olhe. - Estendi minha mão esquerda.
- Vocês não fizeram isso?! - Minha mãe perguntou incrédula.
- Sim! - Confirmei com a voz aguda.
- Querida, sem igreja, sem vestido, sem fotógrafo, sem bolo. - Minha mãe suspirou. - Isso sem falar que um casamento no Brasil não é válido aqui.
- Mãe em primeiro lugar, eu já tive um casamento com igreja, fotógrafo, etc. seria legal ter uma celebração na igreja, mas acho que não cabe, sabe?! - Expliquei rápido. - E segundo, nós não nos casamos no civil, fizemos uma cerimônia na praia apenas nós dois e as crianças e honestamente isso me basta por enquanto.
- Por enquanto, porque vamos ter outra cerimônia, nem que seja apenas uma coisa simples no civil e uma bênção depois. - Minha mãe determinou.
- Mas depois, no momento nós queremos nos focar em reconstruir nossa família. - Disse sorrindo. - Ah, mamãe estão demorando demais.
- Quem?! - Ela arqueou a sobrancelha.
- Com Diana, eles estão demorando demais lá dentro. - Apontei para porta. - Eu só quero minha filha.
- Calma querida. - Minha mãe tocou meu ombro. - Vamos esperar, notícia ruim chega depressa.
- A senhora tem razão. - Recostei minha cabeça em seu ombro.
- E sobre aquela mulher?! - Ela interrogou com cautela. - Vocês conversaram?!
- Sim e eu estou confiando no Matteo, mas também estou com os olhos bem abertos. - Contei segura.
- Faz bem. - Ela disse e nós duas ficamos em silêncio, por algum tempo, depois voltamos a falar sobre coisas bobas, então novamente nenhuma palavra foi dita, até que Matteo e meu pai chegaram, meu marido se sentou ao meu lado.
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Abraça-me
RomancePoderia um amor nascer de um casamento terminado?! Para Luna Valente não, ela deixou de acreditar no amor quando se separou do homem dos seus sonhos. Agora depois de anos quando finalmente se reergueu e conseguiu uma vida feliz perto da família que...