Capítulo 28

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- Pai! - Pulei da cadeira.

- Senhor. - Matteo se levantou ficando de frente para ele, ficamos em silêncio por alguns instantes.

- Algum de vocês irá me explicar o que eu vi aqui, ou vão ficar mudos. - Meu pai exigiu e eu tomei fôlego.

- Pai... - Comecei com cautela sem saber ao certo o que dizer.

- Miguel, podemos conversar a sós?! - Matteo perguntou sério.

- O que quer me dizer, pode ser dito aqui. - Meu pai sorriu com deboche.

- Miguel, eu quero conversar com o senhor a sós. - Matteo manteve a voz baixa, e meu pai arregalou os olhos. - Vamos até a lanchonete do hospital. - Indicou sério. - Nós dois temos muitos assuntos.

- Temos. - Meu pai disse sisudo.

- Vamos então?! - Matteo apontou para o corredor.

- Sim. - Meu pai respondeu, eles estavam em uma guerra fria.

- Confie em mim. - Matteo segurou meu rosto, em seguida selou nossos lábios e saiu junto ao meu pai.

- Querida. - Minha mãe me abraçou. - Como está Diana?!

- Na cirurgia, acho que entrou há uns vinte minutos. - Me sentei na cadeira. - Sinceramente não sei se tenho que me preocupar mais com ela ou com Matteo e papai.

- Se concentre em sua filha meu amor, nesse momento Matteo e seu pai estão se resolvendo, depois, quando sua filha estiver bem, será o momento de você se resolver com seu pai. - Minha mãe instruiu. - Vamos por partes querida, por partes.

- O que seria de mim sem a senhora. - Eu a abracei de lado.

- E como foi a viagem?! - Ela abriu um sorriso sabido.

- Um sonho mãe, um sonho. - Suspirei feliz. - Olhe. - Estendi minha mão esquerda.

- Vocês não fizeram isso?! - Minha mãe perguntou incrédula.

- Sim! - Confirmei com a voz aguda.

- Querida, sem igreja, sem vestido, sem fotógrafo, sem bolo. - Minha mãe suspirou. - Isso sem falar que um casamento no Brasil não é válido aqui.

- Mãe em primeiro lugar, eu já tive um casamento com igreja, fotógrafo, etc. seria legal ter uma celebração na igreja, mas acho que não cabe, sabe?! - Expliquei rápido. - E segundo, nós não nos casamos no civil, fizemos uma cerimônia na praia apenas nós dois e as crianças e honestamente isso me basta por enquanto.

- Por enquanto, porque vamos ter outra cerimônia, nem que seja apenas uma coisa simples no civil e uma bênção depois. - Minha mãe determinou.

- Mas depois, no momento nós queremos nos focar em reconstruir nossa família. - Disse sorrindo. - Ah, mamãe estão demorando demais.

- Quem?! - Ela arqueou a sobrancelha.

- Com Diana, eles estão demorando demais lá dentro. - Apontei para porta. - Eu só quero minha filha.

- Calma querida. - Minha mãe tocou meu ombro. - Vamos esperar, notícia ruim chega depressa.

- A senhora tem razão. - Recostei minha cabeça em seu ombro.

- E sobre aquela mulher?! - Ela interrogou com cautela. - Vocês conversaram?!

- Sim e eu estou confiando no Matteo, mas também estou com os olhos bem abertos. - Contei segura.

- Faz bem. - Ela disse e nós duas ficamos em silêncio, por algum tempo, depois voltamos a falar sobre coisas bobas, então novamente nenhuma palavra foi dita, até que Matteo e meu pai chegaram, meu marido se sentou ao meu lado.

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