Capítulo 36

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- Mamãe onde está o papai?! - Diana olhou para os lados sem encostar no café da manhã.

Eu havia me preparado a manhã toda para aquela pergunta, ponderei durante toda a madrugada até agora se deveria ou não contar o que estava acontecendo com meu sogro. Em alguns momentos eu pensava em contar em outros não, pensei em pedir a opinião de Matteo, mas me senti na obrigação de não o incomodar em um momento tão difícil, a verdade é que eu teria que estar ali o apoiando integralmente. Mas, eu também era mãe e tinha deveres.

- Mamãe, a Nana fez uma pergunta. - Federico requereu, eu suspirei fundo tomando, enfim, uma decisão.

- Meus amores, o vovô sentiu-se mal essa noite e precisou ir ao hospital. - Contei com suavidade e eles permaneceram calados por alguns segundos. - Querem perguntar algo?!

- O tio Simón vai cuidar dele?! - Federico apertou os lábios.

- Não filho, o tio Simón é médico de crianças, seu avô precisa de um médico de adultos. - Expliquei com calma. - Entende?! - Questionei e ele assentiu.

- Mamãe, o vovô vai morrer?! - Diana me surpreendeu com sua pergunta.

- Eu não sei dizer meu amor. - Segurei a sua mão. - Vamos ter fé que isso não aconteça.

- Não quero que o vovô morra. - Federico olhou para as próprias mãos. - Eu amo ele.

- Também quero que ele fique vivo. - Diana derramou algumas lágrimas.

- Escutem bem, meus amores, o avô de vocês está sendo bem cuidado, tenho certeza que ele terá o melhor. - Me ajoelhei perante eles e os abracei. - Fiquem tranquilos, o papai e eu estamos com vocês.

- Podemos ver o vovô?! - Federico questionou com a voz embargada.

- Não agora. - Neguei com calma. - Primeiro vocês vão para a escola, e depois quem sabe eu os levo para ver o vovô. - Indiquei e eles fizeram uma careta. - Por favor meus lindos, pelo papai, ele está tão assustado com tudo, precisa da ajuda de vocês, então vamos ajuda-lo?! - Convidei e meus filhos se entreolharam e assentiram devagar.

- Sim mamãe. - Eles disseram em uníssono e eu os abracei novamente.

- Obrigada meus amores, muito obrigada. - Beijei-os com amor.

Depois do café da manhã, eu voltei aos velhos tempos, sozinha com as crianças, ajudando-os a se arrumarem para a escola, e constantemente dando motivos a eles para animarem-se. Contudo, diferente do que era há um ano, agora eu não os distraía porque nos separaríamos, mas sim porque não queria que a mente deles estivesse ocupada com os problemas em casa. Deixei-os na escola, e aproveitei para explicar a professora o que estava acontecendo em nossa casa. Depois de toda a conversa, eu tinha apenas um destino, o hospital, eu precisava estar lá, mesmo que minha relação com os meus sogros não fosse a melhor no momento, eles ainda eram pessoas que eu amava, isso sem mencionar Matteo. Entrei no hospital, fui até o banco de informações e segui para onde minha família estava, quando entrei no corredor que ficava para a UTI, vi de longe o médico conversar com eles, ele disse algo que fez com que minha sogra desmoronasse e que Âmbar se soltasse de Simón e corresse para os braços de Matteo. Apressei o passo e quando enfim cheguei até eles meu coração se partiu ao ver minhas sogra e cunhada naquele estado, mas foi ao olhar para Simón que eu entendi o que havia acontecido. Imediatamente voltei-me para o meu marido, ele estava firme como uma rocha, beijado ora a testa da irmã, ora a da mãe, sussurrando um "eu estou aqui" consolando-as, porém eu sabia mesmo que ele não transparecesse Matteo estava destruído, mais do que isso ele sentia o peso de ser o porto-seguro da mãe e de Âmbar. Naquele momento eu tinha uma vontade gigantesca de abraça-lo de dar a ele tudo o que podia, mas via em seus olhos que o melhor era manter uma certa distância.

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