- Mamãe onde está o papai?! - Diana olhou para os lados sem encostar no café da manhã.
Eu havia me preparado a manhã toda para aquela pergunta, ponderei durante toda a madrugada até agora se deveria ou não contar o que estava acontecendo com meu sogro. Em alguns momentos eu pensava em contar em outros não, pensei em pedir a opinião de Matteo, mas me senti na obrigação de não o incomodar em um momento tão difícil, a verdade é que eu teria que estar ali o apoiando integralmente. Mas, eu também era mãe e tinha deveres.
- Mamãe, a Nana fez uma pergunta. - Federico requereu, eu suspirei fundo tomando, enfim, uma decisão.
- Meus amores, o vovô sentiu-se mal essa noite e precisou ir ao hospital. - Contei com suavidade e eles permaneceram calados por alguns segundos. - Querem perguntar algo?!
- O tio Simón vai cuidar dele?! - Federico apertou os lábios.
- Não filho, o tio Simón é médico de crianças, seu avô precisa de um médico de adultos. - Expliquei com calma. - Entende?! - Questionei e ele assentiu.
- Mamãe, o vovô vai morrer?! - Diana me surpreendeu com sua pergunta.
- Eu não sei dizer meu amor. - Segurei a sua mão. - Vamos ter fé que isso não aconteça.
- Não quero que o vovô morra. - Federico olhou para as próprias mãos. - Eu amo ele.
- Também quero que ele fique vivo. - Diana derramou algumas lágrimas.
- Escutem bem, meus amores, o avô de vocês está sendo bem cuidado, tenho certeza que ele terá o melhor. - Me ajoelhei perante eles e os abracei. - Fiquem tranquilos, o papai e eu estamos com vocês.
- Podemos ver o vovô?! - Federico questionou com a voz embargada.
- Não agora. - Neguei com calma. - Primeiro vocês vão para a escola, e depois quem sabe eu os levo para ver o vovô. - Indiquei e eles fizeram uma careta. - Por favor meus lindos, pelo papai, ele está tão assustado com tudo, precisa da ajuda de vocês, então vamos ajuda-lo?! - Convidei e meus filhos se entreolharam e assentiram devagar.
- Sim mamãe. - Eles disseram em uníssono e eu os abracei novamente.
- Obrigada meus amores, muito obrigada. - Beijei-os com amor.
Depois do café da manhã, eu voltei aos velhos tempos, sozinha com as crianças, ajudando-os a se arrumarem para a escola, e constantemente dando motivos a eles para animarem-se. Contudo, diferente do que era há um ano, agora eu não os distraía porque nos separaríamos, mas sim porque não queria que a mente deles estivesse ocupada com os problemas em casa. Deixei-os na escola, e aproveitei para explicar a professora o que estava acontecendo em nossa casa. Depois de toda a conversa, eu tinha apenas um destino, o hospital, eu precisava estar lá, mesmo que minha relação com os meus sogros não fosse a melhor no momento, eles ainda eram pessoas que eu amava, isso sem mencionar Matteo. Entrei no hospital, fui até o banco de informações e segui para onde minha família estava, quando entrei no corredor que ficava para a UTI, vi de longe o médico conversar com eles, ele disse algo que fez com que minha sogra desmoronasse e que Âmbar se soltasse de Simón e corresse para os braços de Matteo. Apressei o passo e quando enfim cheguei até eles meu coração se partiu ao ver minhas sogra e cunhada naquele estado, mas foi ao olhar para Simón que eu entendi o que havia acontecido. Imediatamente voltei-me para o meu marido, ele estava firme como uma rocha, beijado ora a testa da irmã, ora a da mãe, sussurrando um "eu estou aqui" consolando-as, porém eu sabia mesmo que ele não transparecesse Matteo estava destruído, mais do que isso ele sentia o peso de ser o porto-seguro da mãe e de Âmbar. Naquele momento eu tinha uma vontade gigantesca de abraça-lo de dar a ele tudo o que podia, mas via em seus olhos que o melhor era manter uma certa distância.
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Abraça-me
RomancePoderia um amor nascer de um casamento terminado?! Para Luna Valente não, ela deixou de acreditar no amor quando se separou do homem dos seus sonhos. Agora depois de anos quando finalmente se reergueu e conseguiu uma vida feliz perto da família que...