Capítulo 38

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UM MÊS E MEIO DEPOIS

A vida é como correr uma maratona, em alguns momentos você precisa ir mais rápido, outros mais devagar, em alguns você precisa apenas manter o ritmo, às vezes você passa por ruas mal pavimentas, às vezes por boas ruas, às vezes estará chovendo, mas em alguns momentos os sol estará tão forte que você desejará a chuva. Contudo, acima de tudo o mais importante tanto da maratona, quanto da vida, não é chegar em primeiro lugar, e sim cruzar a linha de chegada, e provar para si mesma que é possível. Terminei a minha reflexão tirando o meu fone de ouvido e subindo as escadas da mansão, entrei em meu quarto silenciosamente, e vi que Matteo ainda dormia tranquilamente. Sorri, isso era o que ele precisava, os dias haviam sido longos, e bem a abertura do testamento do meu sogro seria naquela noite e isso vinha deixando meu marido inquieto. Entrei no chuveiro aproveitando meus cinco minutos apenas meus, sem Matteo, sem crianças, sem nem ao menos pensar na gravidez, aquela era a minha hora, meus minutinhos perfeitos. Saí do chuveiro enrolada na toalha, passei a mão pela prateleira do closet pegando o celular, abri checando minha agenda enviada por Yam.

- Ok, cliente às dez, onze, e onze e meia, pausa para o almoço. - Rolei a lista. - Novo cliente às duas e meia. - Li com voz preguiçosa. Espera. Franzi o cenho sem entender. Nossa, horário de almoço tão longo.

Yam, por que minha hora do almoço é tão grande?!

Minha assistente como sempre estava atenta.

Sua consulta Lu, você disse que era às uma.

Você desmarcou?!

Ai! O ultrassom! Lembrei agradecida por ter Yam na minha vida.

Eu tinha esquecido!

O que seria de mim sem você, obrigada!

Ela logo respondeu.

Por nada!

Você chega que horas?

Me apressei em responder.

Daqui a pouco, estou terminando de me arrumar.

Enviei e deixei meu celular, passando a me preparar para mais um dia. É hoje será cheio. Pensei enquanto me vestia. Várias coisas aconteceriam hoje, meus primeiros clientes presenciais, meu primeiro ultrassom, a leitura do testamento do meu sogro, e por fim, se tudo estivesse bem com meu bebê, Matteo e eu finalmente contaríamos para Fe e Nana que eles ganhariam um irmãozinho, nós decidimos assim, bem eu decidi, Matteo tem andando com a cabeça cheia, então quando tentei conversar, ele apenas disse: "está na sua mão" e pronto. Desde o dia posterior ao enterro ele tem estado assim, distante, assim como aconteceu logo que meu sogro falecera, eu não podia culpa-lo porque de certa maneira eu também estava agitada com a minha nova empreitada, mas eu queria que ele estivesse mais presente. Terminei de me arrumar, ao voltar ao quarto notei que Matteo ainda dormia, suspirei ponderando se o melhor era acorda-lo ou não, mas optei por deixa-lo dormir um pouco, seu telefone não tocara, então o melhor era que descansasse. Saí do quarto após deixar um beijo em sua testa e me deparei com meus filhos andando pelo corredor.

- Mamãe! - Diana se prendeu em mim, e Federico a seguiu fazendo o mesmo.

- O que os dois estão fazendo acordados?! - Arqueei a sobrancelha. - Faltam uma hora para vocês começarem a se arrumar para a escola.

- É que o sono foi embora. - Federico coçou a cabeça.

- E por que não ficaram na cama para pega-lo de volta como eu ensinei?! - Questionei e eles abriram sorrisos sapecas.

- É porque ficar na sua cama faz vir mais rápido. - Diana torceu a blusa do pijama e eu apertei os lábios e me agachei na altura deles.

- Acontece que eu já estou indo trabalhar. - Contei e meus filhos olharam para baixo.

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