Capítulo 27

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- Eles estão acabados. - Luna se jogou na cama. - E eu também. - Aquela era nossa última noite de férias, já estávamos cansados, mas nossos filhos pareciam ter um fôlego inesgotável.

- Eles nos deram um baile hoje. - Falei me deitando ao seu lado.

- Coloca baile nisso, mas apesar do cansaço eu estou feliz. - Ela sorriu encarando o teto. - A alegria deles faz tudo valer a pena.

- Sim, vale. - Concordei com a cabeça. - Lu, como quer fazer quando chegarmos?! - Questionei, já estava na hora de conversar sobre como assumiríamos nossa relação.

- Eu pensei em conversamos com nossas famílias primeiro. - Ela se virou para mim e me encarou. - Quanto ao escritório deixo isso com você, sei que vai ser um burburinho quando nossa história vier à tona.

- Tudo bem, vamos deixar somente para os íntimos então, pelo menos por enquanto. - Esfreguei os olhos. - Não me sinto pronto para os olhares de reprovação ainda.

- Amor, ninguém, ninguém mesmo, tem o direito de julgar você ou o nosso relacionamento. - Luna segurou meu rosto e selou nossos lábios.

- Você é incrível sabia?! - Indaguei e ela abriu um sorriso.

- Sabia, são os meus superpoderes de mãe. - Brincou piscando.

- Está bancando a mãe comigo?! - Arquei a sobrancelha e ela se virou para o outro lado. - Luna. - Chamei baixo.

- Talvez, você precisa de um pouco de atenção materna. - Ela disse apagando o abajur. - Vamos dormir querido, estou cansada.

- Que?! - Interroguei perplexo. - Negativo. - Disse contrariado. - Vou te ensinar a não bancar a mãe comigo. - Agarrei seus pulsos e me coloquei sobre ela. - Você não dorme essa noite Balsano.

- Você também não Balsano. - Luna cruzou as pernas em meu quadril e inverteu nossas posições e se inclinou para me beijar. Depois disso entregamos tudo o que podíamos um ao outro e eu fiquei em dúvida se foi realmente eu quem ensinou algo ali. - Essa vai ficar para história. - Ela falou cobrindo seu corpo com lençol e saindo da varanda. - Será que fomos vistos?!

- Não tenho ideia. - Dei os ombros. - Mas são quase quatro da manhã, então as chances são bem pequenas.

- Onde agora?! - Ela perguntou olhando para os lados.

- Topa um pulinho na praia?! - Sugeri com um sorriso malicioso

- Mamãe! Mamãe! - O choramingo de Diana chegou à sala.

- Isso responde a sua pergunta. - Luna suspirou e apertou o lençol sobre o corpo. - Ok, o dever chama.

- Quer que eu vá junto?! - Ofereci solidário.

- Não, quanto menos estímulo ela tiver, mais fácil pegará no sono. - Ela disse e saiu para o quarto.

- Ótimo. - Sorri para mim mesmo. - Hora de trabalhar Matteo. - Disse e fui atrás do meu computador no quarto, o peguei e voltei para a sala. Trabalhei tranquilamente, quando olhei para a sacada vi que o céu já dava os primeiros sinais do raiar do dia. Luna deve estar tendo trabalho, pensei e como se ouvisse meus pensamentos, minha esposa apareceu no corredor segurando nossa filha nos braços.

- Ela teve um pesadelo. - Contou baixinho. - Está dengosa. - Luna se sentou ao meu lado e eu olhei para Diana que estava encolhida com a mãozinha no peito da mãe. - Está vendo, eu sempre tenho que bancar a mãe.

- Mas não comigo. - Contrariei e ela riu baixo.

- Tem razão, prefiro ser sua mulher. - Ela sorriu e eu me curvei um pouco e a beijei suavemente, foi então que Diana me empurrou, eu me afastei um pouco sem entender e ela se aninhou mais a Luna. Eu me senti um pouco traído, aquilo nunca tinha acontecido, Nana foi sempre tão amável. - Que isso mocinha?! - Luna encarou Diana com severidade. - É seu pai, mais respeito.

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