Capítulo 12

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- Ada, eu estou pronto, vamos! - Chamei-a enquanto ajeitava o meu casaco.

- Calma estou quase terminando. - Ela disse descendo as escadas, arrumando os brincos. Eu já deveria estar acostumado com isso, tudo para minha namorada envolvia uma superprodução, ela estava elegante demais para um simples cinema, contudo o que poderia ser destoante demais para algumas pessoas combinava perfeitamente com ela.

- Você está linda. - Elogiei e ela sorriu contente.

- Obrigada, mas é uma ocasião especial não é todo dia que nós vamos assistir juntos a um filme romântico. - Ada pontuou e eu franzi o cenho.

- O que?! - Perguntei confuso. - Achei que iriamos ver Vingadores. - Exprimi incrédulo

- Como assim?! Eu pensei que fossemos ver o filme da Jennifer Lopez. - Contou e eu quase caí na gargalhada. - Não faça essa cara, você sabe que eu odeio filme de herói.

- Eu sei, mas pensei que fosse abrir uma exceção, afinal de contas é o fim de uma era, é a despedida Downey. - Expliquei e ela riu.

- Downey?! Vocês são íntimos a esse ponto?! - Ironizou divertida.

- Qual é! Nós dois temos uma história de mais de dez anos. - Brinquei. - É um amor antigo.

- Eu deveria ficar com ciúme?! - Ela arqueou a sobrancelha. - Espera! Não responda, não quero ter uma surpresa descobrir suas preferências hoje.

- Então o que faremos?! - Questionei coçando a cabeça e ela se sentou no sofá. - Posso assistir ao filme com você e depois vou outro dia ver o meu. - Sugeri e Ada sorriu.

- É por isso que me apaixonei por você. - Ela disse encantada. - Sempre sendo generoso. - O seu sorriso se alargou. - Seus filhos têm sorte. - Suspirou. - Olhe, eu acho que podemos fazer assim, nós vamos juntos ao cinema, eu vejo meu filme e você o seu, no final eu te espero e desse jeito todo mundo fica feliz. - Propôs.

- Tem certeza, você ficaria esperando por mais de uma hora. - Apontei e ela fez que sim com a cabeça.

- Eu só preciso de uma coisa. - Ela começou aproximando-se. - Do seu cartão.

Concordando em como seria, partimos em direção ao cinema, era sempre divertido sair com Ada, ela tinha um ótimo astral, era sempre positiva e feliz e isso foi o que mais me chamou a atenção quando começamos o nosso relacionamento, por isso, era estranho estar com ela enquanto meu coração estava perdido com os sentimentos que eu tinha por Luna que eu sempre jurei terem acabado. Eu me sentia vivendo a mesma história novamente, quando Emília reapareceu eu havia acabado de viver o verão da minha vida ao lado de Lu, mas assim que ela começou a me cercar as coisas ficaram confusas, estranhas e eu passei a duvidar dos sentimentos que tinha por minha esposa. Não foi como se eu estivesse inconsciente e Emília tivesse obrigando-me a fazer tudo, se havia uma coisa que eu tinha certeza era do meu erro, meu e de mais ninguém, contudo agora eu estava disposto a não errar, não podia consertar o passado, mas certamente faria diferente agora, se eu não fui homem de caráter no passado eu seria no presente, pelos meus filhos, meus pais e minha irmã. Aquela era a minha meta, eu respeitaria Ada e Luna, não feriria o coração de nenhuma delas.

Chegamos ao cinema e fomos direto comprar nosso ingresso, minha namorada comentava incessantemente o quanto era estranho haver tantas pessoas fissuradas por filmes de herói, e eu ria de todas as suas análises divertidas sobre o assunto.

- Amor, olha ali, veja quem está no cinema também. - Ada apontou e eu olhei na direção de sua mão, e de repente meu mundo ficou azul, triste e um pouco sem vida. O doutor amor se aproximou de Luna e tocou o canto de sua boca, mesmo de longe pude perceber que ela corou, então ele disse algo e chegou ainda mais perto, vi Luna se preparar para ser beijada, eu conhecia aquele jeito, uma respiração profunda, torcer dois dedos na blusa, e cruzar os pés um no outro para controlar o nervosismo, ela sempre ficava nervosa antes de ser beijada, sempre. Sem que eu pudesse controlar senti meus olhos arderem. Ela merece, merece ser feliz Matteo, fique contente, ela está bem. Falei para meu coração.

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