1. Apresentações

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E.. - respirei fundo. - E foi assim que John acabou manco e eu, cega de um olho. - Encarei as árvores que habitavam na floresta, pouco perto do quintal vasto com flores onde a luz da lua e das lâmpadas iluminavam a água da piscina da casa onde estávamos.

- Ér... eu não entendi desde aquela parte lá..

- Qual parte? - ergui uma das sobrancelhas, me virando para Alícia, que se arrumava na rede. Podia quase jurar que ela não estava me ouvindo enquanto eu contava tudo o que havia acontecido.

- Tudo. - A mesma sorriu em forma de desespero e entrelaçou suas mãos, em forma de tentar me comover com o pedido carismático ao dizer.. - Pode contar do início de novo, por favor?

- VOCÊ TAVA DORMINDO???? - perdendo totalmente minha postura reta e misteriosa por trás do meu sobretudo, gritei raivosamente enquanto pegava uma almofada no sofá e jogava em cima de Alícia, que agora ria baixo e pedia por favor novamente, me fazendo ceder após revirar os olhos.

- Tá bom, tá bom. Mas dessa vez, PRESTENÇÃO. - Disse no mesmo tempo em que me virei de costas novamente - Agora vou contar com mais detalhes.. - Puxei um maço do bolso do meu longo sobretudo verde musgo, tirando um cigarro o acendendo logo em seguida, tragando e encarando a floresta.

Capítulo 1 - Apresentações

...Tudo começou quando Kelsier me contara mais uma de suas piadas ruins.

O dia estava comum. Achei que seria mais uma segunda-feira comum.
Tudo teria sido melhor se nós não tivéssemos recebido aquela mensagem de texto.

***

- ENTENDEU? PORQUÊ ELA QUIS CHEGAR DO OUTRO LADO! - O homem loiro de cabelos longos até os ombros gargalhava na minha frente, me fazendo revirar os olhos e rir do quão idiota ele era.

- Kelsier, você contou essa ontem. - Eu sorri e dei mais um gole em meu café, que estava quente o suficiente pra me fazer queimar a língua, me forçando a fazer uma careta no final da frase.

- Ah.. mas ela é muito boa! - Ele exclamava e gesticulava com as mãos com certa pressão, me fazendo imaginar se, caso o vento fosse uma pessoa, ele com toda a certeza estaria cheio de hematomas de tanto ser empurrado e socado por Kelsier.Andando pelo largo corredor da Delegacia sendo seguida por Kelsier que começara a falar suas teorias sobre um caso antigo em qual trabalhamos a alguns meses atrás, senti no bolso de meu sobretudo meu celular vibrar por alguns instantes.

Pegando o celular do bolso e antes de encarar a tela vibrante, percebi que Kelsier agora estava calado e lendo uma possível mensagem de texto em seu celular, que também teria tinido ao som de uma nova notificação.

Era um endereço.

Após ler a mensagem onde dizia para estarmos lá a daqui a uma hora, encarei Kelsier, que já estava com o mesmo semblante confuso que o meu.

Somos detetives, ora. Sabemos que números restritos com endereços desconhecidos e horas marcadas nunca eram boa coisa. Mas, ignoramos anos de estudo e aprendizado para sermos vencidos pela extrema curiosidade.

Conferindo se minha arma estava no coldre, corri em direção ao laboratório e peguei minha maleta de perícia, caso precisasse.

Itaperuna: Contos ReaisOnde histórias criam vida. Descubra agora