- QUÊ? - Gritei em espanto.Como me portar diante a uma TV que faz ruídos e que nem conectada na tomada está?
- COMO.. - Antes que John pudesse entender literalmente o que tinha acontecido, tampei mais uma vez os ouvidos, e dessa vez, nem era pelos ruídos da tela, e sim por Isadora, que agora gritara quase me fazendo crer que a mesma explodiria sua própria garganta ao mesmo tempo em que puxava a televisão da parede e a jogara no chão, pisando e batendo em cima.
Em seguida, como num trabalho em equipe, observei estática a Isadora dar o último tapa na tela escura e John pegar o que restou do eletrônico, passar por nós, abrir a porta bruscamente e ir em direção ao milharal e lá jogando a televisão sem muita preocupação.
Ao irmos até sua direção e o observar bufando ofegante encarando o objeto pifado que ainda fazia chiados altos, corri até o mesmo, peguei na sucata e corri até o outro lado da rua, jogando o mais longe que podia, assim escutando o rápido silêncio tomar conta do campo e me fazer suspirar de alívio e adentrar a casa novamente junto a dupla.
- Acho que bebemos demais.. - Sentei no sofá encarando a parede onde antes habitava ali a televisão de polegadas moderna demais para um casebre como esse. Peguei o isqueiro que Akoí dera e tentei acender um cigarro. O isqueiro.. não acendia? Ignorei.
- Que se dane. - Isadora rapidamente foi até a cozinha e pegou o que restou de alcóolico e voltou em nossa direção. - Tó. - A mesma estendeu mais uma garrafa repleta de algo azul esverdeado para mim e para John, agora sentado no sofá ao lado.
*
- Tô dizendo! - Ri alto e rapidamente tampei a boca com as mãos por ter lembrado dos Belos Adormecidos no quarto acima, o que fez John e Isadora rirem.
Isadora estava sentada no sofá ao lado com John deitado com a cabeça em seu colo. E eu estava deitada noutro sofá, numa tentativa falha de novamente acender um cigarro com o isqueiro que Akoí me dera.
Olhei para o lado rindo exatamente pelo fato de estar respirando e encarei Isadora e John já adormecidos.
Me deixaram sozinha aqui? Hmpf.
Maldito Isqueiro.
Porquê ele me deu um isqueiro que nem funciona?
Não faz sentido.
Suspirei um tanto decepcionada jogando levemente meu corpo para trás, cedendo meu corpo ao cansaço e encostando a cabeça na almofada que me fazia crer que minha cabeça estava apoiada nas nuvens.
Aos poucos que sentia meus olhos fecharem e abrirem abruptadamente e relaxarem de novo, enfim aceitei que estaria finalmente dormindo.
Ok, tem algo estranho.
Por alguns míseros segundos pude acreditar que o isqueiro que Akoí me dera teria acendido ainda enquanto o segurava. Seu calor esquentou rapidamente a área. Antes que pudesse forçar meu corpo a abrir meus olhos por mais alguns minutos e tentar entender, Caí no sono.
*
Quanto tempo se passou?
Acordei novamente, ainda era noite. Levantei de abrupto como quem sonha que está caindo. O barulho que saía do lado de fora me trouxe mais confusão.
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Itaperuna: Contos Reais
Mystery / ThrillerUma história rondava uma cidadezinha, uma historia cujo um médico fazia experimentos de mutações em suas vítimas. Ninguém sabia nada sobre, até que, cinco jovens foram reúnidos suspeitosamente afim de resolver este caso.