Sofía não entendeu o motivo de nosso espanto ao encontrar o Hospital, logo, ignorando nossa perplexidade e caminhando em direção ao mesmo o mais rápido possível.
Já era noite.
Nós quatro, eu, John, Mike e Kelsier procurávamos respostas ao observar cada canto do local. Cada canto que antes estava abandonado, sujo, imundo.
O que anda acontecendo?
Sofía bateu na porta.
Toc Toc.
Rapidamente um homem de aproximadamente a minha idade, cabelos negros e terno de mordomo arreganhou as portas e sorriu o máximo que conseguia.
- BEM-VINDOS! Vocês demoraram. - O mesmo gesticulou para que o seguíssemos.
Sofía foi na frente e logo nos fazendo entrar afim de evitar suspeita.
Que merda..?
O local estava completamente limpo. O amadeirado parecia ter sido posto no dia anterior. Era bonito. As luzes amareladas iluminavam bem o lugar. A recepção, que antes continha apenas um balcão fadado ao mofo assim como todo o prédio, agora estava totalmente brilhando como diamante.
- Como foi a estadia? - O menino se animava a cada passo que andava. - Desculpe pela casa pequena e um pouco antiquada.. - O menino-homem fez uma pequena expressão de tristeza. - Não conseguimos arranjar uma melhor.. espero que não tenha os prejudicado. - Ele voltara a sorrir.
- Ah... foi.. foi bem animado. - Kelsier sorriu para Mike e ambos riram juntos após lembrarem dos jogos que fizeram para passar o tempo.
Encarei John que também estava cabisbaixo ao lembrar de todas as aparições que nos fizeram dormir de olhos abertos.
- Ah! QUE BOM! - O mesmo gesticulou suas mãos no ar, animado.
O homem era definitivamente MUITO expressivo. Até demais.
- Aliás, eu sou Choy. Que modos, os meus.. me perdoem. - O mesmo rapidamente conseguiu ter um semblante totalmente triste e ao mesmo tempo, contente.
- Ah.. o que é isso? - Kelsier rapidamente se virou para trás fazendo com que de reflexo, John, Mike e eu apontássemos as nossas armas - e o machado do Mike - para a penumbra onde continha algo se mexendo.
Olhei para John rapidamente.
Seria outra daquelas... coisas?
Kelsier sorriu para o que-sei-lá se movia e estendeu suas mãos.
- CUIDADO! - Gritei, o fazendo me encarar assustado. - Você não sabe o que pode fazer contigo.- Ah.. o que isso pode fazer comigo? - Kelsier sorriu convencido e pôs sua mão sobre a coisa. Me aproximei rapidamente e me afastei rápido, abaixando a arma.
Tá de sacanagem?
Kelsier puxou da área com mais sombra um pavão alto o suficiente para carregá-lo nas costas, se quisesse.
- UM PAVÃO? - Mike abaixou seu machado gargalhando.
- Puta que pariu.. - John colocou as mãos na cintura com a arma relaxadamente pendurada em seus dedos e revirou os olhos.
O encarei com o rosto mais sério possível, o fazendo rir.
Porquê todo mundo ri da minha cara quando estou séria?
- Pooooosso? - Kelsier sorriu abraçando o pavão, piscando inúmeras vezes. - Coloquei as mãos na cintura. - Não.
- MAS, NAOMÍ! ELE É LINDO, OLHA! - Kelsier sacudia o pavão que berrava em....pavonês. - DEIXA EU FICAR COM ELE, DEIXA! - ele fazia cara de choro.
Choy sorriu. - Ele é uma gracinha mesmo. É o primeiro que vejo rondar este local.. não sei de onde pode ter vindo. - Choy cruzou os braços assistindo a cena de Kelsier e o pavão, totalmente sorridente.
Encarei Kelsier. Revirei os olhos. - Qual vai ser o nome dele? - Disse, fazendo Kelsier me abraçar fortemente.
- Por quê ele tá pedindo permissão a ela pra ter o pavão? - Sofía sussurava com Choy, que ergueu os ombros em incerteza.
- Tá, tá, mas você que vai limpar o que sair dele. - Encarei o pavão enquanto Kelsier sacudia o rosto em afirmação.
- Vamos subir? - Choy apontava para as escadas - as mesmas escadas que antes faziam barulho ao andar sobre elas -
- Vamos. - Todos concordamos e esperávamos Choy guiar o caminho.
- Vem, Jasper. - Kelsier como uma criança guiava o pavão.
- Ela está ansiosa para vê-los. - Choy sorriu nos encarando.
- Ela..? - Antes que Mike pudesse perguntar, no segundo andar, uma mulher alta e loira andou em nossa direção com o olhar confiante. - Ah, até que enfim chegaram..
- Boa Noite, senhores. - A mulher se vestia como uma executiva que trabalhava no último andar de algum prédio alto em seu escritório. Seus cachos loiros faziam volume a cada passo alto que seus saltos davam no chão. - e senhoras. - A mesma ergueu uma de suas sobrancelhas, sorrindo de canto.
- Como foi a estadia na casa? Tudo em ordem? - A mesma deu mais impacto a sua fala se direcionando para mim e John.
- E você é a...? - ergui uma das sobrancelhas.
- Me chamo Anaorí. E você é a..? - a mulher sorriu em um egocêntrico deboche dando de costas e se virando para John.
- Hm. - Anaorí teria passado o dedo pelo peitoral de John, logo sorrindo para o mesmo, que retribuiu o sorriso malicioso.
- E como está o Akoí? - A mesma encarou o resto do grupo, a procura de Akoí, se virando para Sofía.
- Ele deve ter voltado pra casa. Não acha? - Encarei o relógio e logo após a mulher.
- Eu me direcionei a senhorita Sofia, Naomí. - A mesma franziu o cenho ao sorrir.
- Então sabe quem eu sou. - Sorri, vitoriosa. Fazendo a mesma dar de costas e nos pedir para que seguíssemos a ela.
- Você é a idiota da mulher que ROUBOU o Akoí! - Sofía tinha uma cara de desprezo para mim.- Eu ROUBEI o Akoí? Pelo amor de Deus, garota. - Revirei os olhos.
- Meninas, é só um homem.. - Kelsier fazia cafuné na cabeça de Jasper, que - eu tinha certeza - que ronronava ao toque.
- Cala a Boca, ô..dono de chico liro. - Sofía disse, revirei os olhos.
Seguindo ao corredor, percebi uma daquelas coisas novamente ali.
Uma penumbra escura, uma sombra, uma pessoa que não tinha nada de humano.
Bem atrás de Anaorí.
Ignorei o acaso. Dando passos pesados, com os punhos cerrados afim de encontrar algum tipo de força e coragem que tivera me restado para fingir inpercepção daquilo que andava atrás dela.
- Naomí.. - John ao meu lado, sussurrou.
- Oi? - fingi normalidade.
- Você.. você tá vendo aquilo ali também? - John apontou disfarçadamente para aonde eu também via a penumbra.
- SIM! - tentei manter o sussurro ao me virar para ele.
- ãah..! - John sussurrou com dor encarando seu bolso, e logo tirando uma das peças que encontrara no banheiro público, o triângulo. O triângulo que antes era um amarelo pouco vibrante, agora se encontrava fortemente num laranja pulsante, que esquentava a cada vez mais.
- Tenho uma coisa pra vocês. - Anaorí sorriu se virando para o grupo, e logo abriu uma das portas no corredor.
Ao adentrarmos o quarto, não acreditei.
Era Isadora. Com a perna enfaixada. O tiro havia pegado nela, Mas ela estava se recompondo. Corri em sua direção e a abracei, pedindo zilhares de desculpas por não ter voltado. Estava chorando de alívio.
- Você é boa de mira. - Anaorí sorriu para Sofía, que retribuiu o sorriso convincente.
- Ah.. Você tá bem? - John se aproximara da maca e encostado na mesma.
- Tô sim, obrigada pela preocupação. - Isadora sorriu sinceramente.
Hmpf. Eu não esqueci o que ouvi ele dizer na floresta. Espero que o mesmo tenha mudado de pensamento.
Ajudei Isadora a levantar. Por incrível que seja, parecia que Isadora teria chegado antes de nós ali. E ela não mancava tanto quanto o esperado.
A sombra atrás de Anaorí parecia maior. John e eu nos entreolhamos assustados.
- O que foi? - Anaorí nos encarou com um olhar de preocupação que não daria para entender se era sincero ou não.
- Nad.. - antes que pudesse dizer, John me interrompeu.
- VOCÊ NÃO TÁ VENDO ESSA COISA ENORME ATRÁS DE VOCÊ? - John apontara bruscamente para algo acima e atrás dela.
- Quê? - a mesma se virou e deu voltas. - Não tem nada aqui. - O resto do grupo obtia a mesma expressão confusa.
Rapidamente, Ana mudou sua expressão e prendeu seus cachos num coque alto.
- Vamos comer algo, gente? - sorrindo simpáticamente, nos fazendo estranhar por alguns segundos.
Aceitamos ir por estarmos o dia inteiro sem alguma coisa sólida no estômago.
- Ótimo. Afinal, vocês irão dormir aqui essa noite para dar início a missão logo de manhã. - A mesma disse adentrando em seu carro. - Vocês vem? - A mesma sorriu para nós, paralisados.
Descemos todos os andares, e na entrada do hospital observamos o carro de Akoí chegar, saindo do carro o mesmo. Anaorí correu e o abraçou fortemente e logo encarando a mim e a Sofía com um sorriso malicioso.
- Cadê o Mike? - Kelsier se perguntou, mas ninguém dera ouvidos.
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Itaperuna: Contos Reais
Mystery / ThrillerUma história rondava uma cidadezinha, uma historia cujo um médico fazia experimentos de mutações em suas vítimas. Ninguém sabia nada sobre, até que, cinco jovens foram reúnidos suspeitosamente afim de resolver este caso.