Isadora e eu enviamos novamente para a mesa, apenas encarando todos os outros, que também se mantêm assustados. Todos eles viram Anaorí sair do banheiro e essa Anaorí entrar pela porta.
- Anaorí.. você.. você tá legal? - a perguntei.
- Eu? eu tô poxa. Só fiquei meio irritada com a brincadeira boba de vocês de fingirem que não estavam me escutando. - A mesma riu.
Sorri amarelo e levantei indo até a frente da lanchonete pronta para fumar e tentar aguentar tudo isso. Saindo da lanchonete, encarei John e fiz sinal com a cabeça para que o mesmo viesse até lá fora conversar.
Encarei o pássaro grande.
Pavão. Jasper. Hm, até que é fofo.
Deitadinho encolhidinho ali.
- tá frio mesmo, né? - apertei as mãos nos bolsos do sobretudo e sorri para o pavão, e logo olhando para o nada, séria. - Tô sorrindo pra pavão e falando sozinha.. Meu Deus. - Puxei o maço e peguei um cigarro. O acendi com o isqueiro comum que Akoí me dera.
John espreitou-se pelo pequeno espaço que abriu entre a porta e saiu, parando ao meu lado e pedindo para que acendesse o cigarro do mesmo.
- Precisamos pôr as cartas na mesa e organizar tudo isso, John. Por algum motivo, tu é o único que tá vendo todas essas merdas que eu também tô. - Encarei o outro lado da rua.
- Sim. Realmente, não sei mais o que é real e o que não é. - O mesmo também encarou a rua.
- John. Eu e Isadora fomos ao banheiro. Aquela que foi com vocês no carro definitivamente NÃO é a Anaorí. Ou é. E talvez a que entrou depois não é. Não sei. É tudo uma cama de gato. - O encarei.
- E que merda tá acontecendo? O Hospital não era assim! A gente tava perto o tempo todo. E o Olaí? o que era que ele já tinha feito e Akoí disse pra não fazer? Pra onde Olaí foi? - Falei freneticamente e rapidamente. - E aquela esfera e o triângulo que você achou?
- E o isqueiro que Akoí te deu? Pra que serve essas porras? Tá tudo confuso. - John me encarou.
- E Sofía? Que merda de importante ela fazia que não foi nem necessário eles mandarem mais quatro com ela? Por quê ela não se lembra de nada? Por quê Goech mentiu sobre o Olaí ser o chefe quando na verdade ele era o chefe? - Comecei a andar de um lado para o outro.
- Tudo que aconteceu até agora tá nos fazendo esquecer o real motivo da missão do tal médico que fazia experimentos? Será que tá tudo interligado? O Hospital é o mesmo que vimos Goech.
- John.. - parei ao seu lado, suspirando. - Tô com um pressentimento ruim. - O encarei com os olhos já sem esperança.
- Eu tambem, Naomí. - John me olhou nos olhos e vi o mesmo sentimento que sentia.
A porta novamente fez barulho, nos forçando a encará-la e notar Anaorí saindo e indo em nossa direção.
- Eu acho que preciso entregar algo a vocês. - A mesma chegou em passos largos e os braços entrelaçados afim de aquecer-se do frio. A mesma suspirou nos encarando e tirou do bolso dois tipos de medalhas pequenas, moedas. - Eu sei que podemos ter começado pelo pé esquerdo.. - Anaorí me olhou com olhos calientes de inocência. - Mas, acredito que as coisas estão piores do que eu imaginava. - A mesma olhou para a rua escura, onde a única fonte de iluminação era o poste em que jasper estaria preso e voltando a nos olhar. - Isso deve ficar com vocês. Vai ajudá-los quando vocês verem algo ruim atrás de vocês. - A mesma entregou uma para mim e outra para John. - Akoí gosta muito mesmo de você, Naomí. - A mesma sorriu.
- Ah.. achei que vocês tinham algo. - Sorri envergonhada.
- Não, não.. - a mesma sorriu. - Eu e Akoí somos irmãos. - Ela encarou novamente a rua. Seu semblante novamente caiu. - O cigarro de vocês já estão quase no fim.. talvez a vida de todos nós também. - A mesma nos olhos nos olhos. - Vem, vamos entrar. Aproveitem essa noite. - A mesma sorriu sem esperanças, entrando novamente para a lanchonete e sentando-se em seu lugar, nos olhando pela janela.
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Itaperuna: Contos Reais
Misteri / ThrillerUma história rondava uma cidadezinha, uma historia cujo um médico fazia experimentos de mutações em suas vítimas. Ninguém sabia nada sobre, até que, cinco jovens foram reúnidos suspeitosamente afim de resolver este caso.