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Curtam o capítulo, é importante pra divulgação da história!

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BRUNA BELLINI

Vinicius caminhava em direção à saída da festa carregando a irmã, abrindo o caminho com facilidade e, mesmo sem ver seu rosto, conseguia imagina-lo tenso e apreensivo com a situação que estava acontecendo. Todos os olhares voltados pra nós: Vinicius e Isabela carregada e, logo atrás, eu e Camila, carregando uma à outra.

Do lado de fora da festa, o vento gélido bateu nas maçãs do meu rosto que estavam um pouco suadas e coradas pelo calor, o que me causou um arrepio e aparentemente também causou à Camila, que resmungou de forma engraçada com a brisa em nosso rosto.

Observei o Kia soul preto não tão desconhecido estacionado do lado contrário à casa de Felipe enquanto andávamos em direção ao carro . Junto com a sensação da música tocando em meus ouvidos, essa imagem me fez freiar o passo e prestar atenção em tudo que estava acontecendo, o que fez meus músculos tensionarem.

- Você bebeu? – Quase gritei quando paramos próximo ao carro, tentando não expressar meu nervosismo com a pergunta - que pareceu bem mais nervosa em alta voz.

Meu autocontrole fez com que meu teor alcoólico parecesse ter abaixado e agora eu estava séria, manifestando preocupação com a minha fala e não mais embriaguez.

Vinicius levantou o canto da boca enquanto destrancava o carro e, em seguida, colocava Isabela com cuidado no banco de trás. Depois disso, se virou pra mim com a expressão cínica ao levar as mãos na cintura, parecendo não me levar tão a sério - talvez por minutos atrás eu estar bêbada. Sem me responder e parecendo querer soltar uma risada, ele continuou em silêncio e me encarando enquanto umedecia os lábiosz

- É sério. – Passei seriedade enquanto disse a frase em tom ainda alto. Eu sei que passei pois seu sorriso sarcástico sumiu, parecendo entender que a pergunta não foi retórica.

- Só energético. – agora tinha o cenho franzido e me fitava parecendo querer saber o que já ia perguntar – Não pareço consciente pra você?

- Energético mata. – disse virando os olhos e dando a volta no carro, ajudando Camila a se sentar e colocar o cinto – Consciente não é o mesmo que sóbrio.

Ele soltou um sorriso enquanto entrava no carro. Vi seu rosto sumir na altura do teto do veículo e, enquanto abria a porta do carona, desejei que ele não estivesse mais com aquele riso no rosto para não me irritar ainda mais do que suas provocações já irritam.

Tentei notar se seu rosto ainda transparecia ironia, mas ao me sentar só consegui olhar para frente, como uma estátua, em perfeita e imóvel postura. O som da festa agora estava abafado com o carro fechado, mas as luzes, pelo efeito do álcool, ainda pareciam raios na minha vista e aquela sensação fez com que meus músculos tensionassem novamente. Segurei forte o pano do banco e pressionei os olhos, os abrindo em seguida para que aquela imagem melhorasse. Isso tudo me deixa aflita, como um déjá vu.

Sinto que os olhos de Vinicius estão sobre mim durante esse transe, provavelmente me achando uma louca que esteja prestes a vomitar no carpete do carro. Não seria uma má ideia.

- Você 'tá bem? – era tão óbvio que não. Mas aquilo soou como um cuidado, que ele realmente estava preocupado de alguma forma com aquilo. Talvez por zelar pelo seu carro limpo ou por sua irmã estar no banco de trás desmaiada e não querer que toda a obrigação sobre para ele, provavelmente.

- Tô. Vai - Soltei quase que em um sussurro, parecendo estar prendendo a respiração por alguns segundos . Coloquei o cinto e encostei a minha cabeça no banco, vendo ele assentir com a cabeça e dar partida no carro, me fazendo novamente apertar o tecido do assento e pressionar os olhos.

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