A Lua que carrego

10.

Curtam o capítulo, é importante pra divulgação da história!

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Mais uma sexta como muitas das que tiveram: cansada. Provas e trabalhos intermináveis para apresentar, inclusive do professor Richard que exigia tudo perfeito como um lindo e cansativo doutorado.

Se eu parasse para me olhar no espelho, provavelmente minhas olheiras estariam aparentes o suficiente para parecer um panda. Meus pés pedem um descanso urgente e meus olhos, de forma involuntária, conseguem no máximo ficar semiabertos.

Mas sem saber eu criei um gigante problema na minha vida enquanto eu estiver na UFRP, e provavelmente depois. Reuni duas meninas pilhadas e que conseguem levantar o astral de qualquer um.

Geralmente isso deveria me irritar, mas ver Bela e Cami juntas, se arrumando e compartilhando maquiagem enquanto planejam toda a noite em detalhes acaba me animando por ver que se deram tão bem – mesmo com uma certa crise de ciúmes da Camila no início.

Agora estamos aqui, nos preparando pra longa noite na casa da Isabela. Sim, na casa da família Walker. Isabela disse que seu irmão não estava, o que me deixou um pouco desapontada, já que se ele estivesse, acabaria com toda essa história do colar – que ele cisma de prolongar.

Mas tudo bem, combinamos de nos encontrar amanhã, o que não é um problema, minha próxima semana estaria livre de trabalhos e seminários, então gastar um sábado com ele não atrapalharia a minha vida nem pessoal nem acadêmica.

Uma mulher loira abre a porta do quarto e nos encara com um olhar de animação e surpresa enquanto nos arrumamos no espelho.

- Que mulheres!! Nem me apresenta para as suas amigas, filha! – faz uma cara de falsa decepção

A cópia mirim da mãe revira os olhos e bufa para a moça na porta

- Meninas, essa é a minha mãe, dona Lílian, doidinha – Bela disse arrancando um riso de todas do quarto - E mãe, essas são Camila e Bruna, minhas amigas da faculdade.

O rosto expressivo da Sra. Lílian apresentava uma daquelas mães tranquilas, elétricas – como a filha, ou vice versa – e bem apegada às suas crias. Bom, pelo menos por Isabela.

- Estão todas arrumadas... Vão sair? Você não me conta mais nada!

- Eu te avisei, mãe. É aquela festa da faculdade. E o Vinicius já deve estar lá, então já ta tudo certo.

Nesse instante meu corpo gela, o que soa muito estranho para mim mesma. Ta, o Vinicius vai ta lá. É só isso Bruna.

- Então trate de tomar conta dele, Isabela, sei que ele é mais velho, mas não tem um pingo de responsabilidade naquela cabeça de vento.

- Já temos a pessoa perfeita pra isso – Camila sussurrou enquanto me encarava e Isa soltava uma risada.

- O que vocês estão sabendo que eu não sei, hur?

- Nada mãe. Você sabe que o Vinicius não presta.

- Não fala assim do seu irmão, meu bem. Vai que... – Lílian colocou as mãos próximas da boca em sinal de sussurro – a minha futura nora ta por aqui.

Um silêncio e em seguida gargalhadas das que até segundos atrás eu chamava de amigas. Para não expressar a minha vergonha, mesmo que com o rosto corado, acompanhei suas risadas de forma forçada devido ao nervosismo.

- Estamos indo, mãe, senão vamos nos atrasar – Bela beija a bochecha da loira.

- Beijo, e foi um prazer conhecer vocês meninas!