Aos 18 anos, Bruna Bellini realizou o sonho de passar na Universidade Federal Reginald Pearson, uma das maiores faculdades de Direito do Rio de Janeiro. Desde o primeiro segundo na faculdade, ela percebe que não será nada como havia planejado - e tu...
Meu deus, eu fiquei paralisada na frente daquele idiota irresistível. O que?! Não, ele não era irresitível, era só um escroto qualquer que fica dando em cima de todas que vê.
Eu só podia tá ficando maluca. Eu tinha que ter empurrado, reagido, xingado, sei lá.
Por que eu não fiz nada além de admirar sua boca e seu corpo e seu cabelo e... é, o cara tinha um charme.
Mas não presta Bruna, ele não presta.
- Onde vocês estavam? To mofando aqui – Isabella disse meio irritada, interrompendo toda a minha reflexão que nem tinha que ter começado.
- A "princesa" aqui esbarrou no Vinicius e ela ficou toda boba – Camila disse debochando do apelido e enchendo o copo de algo que eu não consegui identificar.
- E você não reparou no garoto do lado que tava gamado em você não, né Camila? – Pedro disse pegando o copo da mão dela e rindo.
- Pera, o Vinicius? Vinicius Walker?! – afirmamos com a cabeça e Bela continuou espantada e segurando firme em meus ombros– Bruna o meu irmão não presta! Pelo amor de Deus, nem dá ideia.
- Ele é seu irmão?! – Camila falou boquiaberta.
- Vocês já estão bêbados né? Eu não to interessada em ninguém!- interrompi o assunto e virei o resto do meu terceiro copo de caipirinha da noite desde que comecei a contar.
Vinicius e Isabela eram tão diferentes, como eles eram irmãos?!
Nessa confusão até esquecemos de apresentar o Pedro e a Bela, então eles acabaram se encarando inquietos.
- Quem é esse? - Bela sussurrou no meu ouvido
- É o Pedro, meu amigo. Ele é incrível! - disse, apoiando minha mão nas costas dela e a empurrand para cumprimentar o loiro.
Enquanto os dois se conheciam mais, Cami me chamou pra dançar.
Nesse tempo, reparei que Rodrigo já tinha sumido desde que chegamos e isso começou a me preocupar. Mas eu prometi a mim mesma que não ficaria de babá, então voltei a dançar e beber.
Depois de horas curtindo com os três, minha perna já estava dormente, olhei pro relógio e vi que já eram quase 3 da manhã. Devo ter ficado com um cara ou dois e Camila também sumiu algumas vezes voltando com o batom borrado.
Decidimos pedir o Uber pra casa. Liguei pro meu irmão com a esperança de que ele não faria o motorista esperar por sua vinda, mas ele não atendeu. De repente vejo um corpo jogado na grama do lado de fora de onde a festa acontecia e, meu deus, Rodrigo bebeu?!!
Meu corpo se tensiona e tento recuperar um pouco da minha postura. Com a preocupação gritante em minhas ações, me aproximo dele e, mesmo tonta, o carrego com a ajuda de Pedro e conseguimos ir pra minha casa, onde todos passaríamos a noite.
Acabou que Isabela foi com a gente e sim, o Uber deixou entrar um a mais, acho que pela minha nota de 5 estrelas no aplicativo. Não acho que ela continue assim depois de carregar um bêbado desmaiado junto aos passageiros.
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Acordei com a minha cabeça explodindo, mas acho que eu não era a pior, já que meu irmão tava trancado no banheiro em estado de êmese, mesmo que não tivesse mais nada para ser vomitado de seu corpo.
Saí do quarto na ponta dos pés tentando não acordar os três dorminhocos e fui fazer o café da manhã.
Meu pai já estava em casa e, quando entrei na cozinha, ele me encarou com sua xícara de café. Já sabia do que ele falaria e com a minha enxaqueca eu só queria fugir dali, mas é melhor que essa conversa aconteça enquanto estou com dor de cabeça, isso poupa dela doer mais uma vez.
- Bom dia, Bruna Bellini.
- Bom dia, Carlos Bellini! – o abracei forte na esperança de que ele esquecesse do assunto, mas ele nem retribuiu o afeto.
- Você já viu seu irmão?
- É... ele tá passando mal né – falei enquanto procurava o remédio.
- Você acha que eu não sei? - disse bufando com um ar de tristeza – Filha, eu só te pedi pra tomar conta dele, ele ainda é uma criança.
- Eu sei pai, mas ele sumiu assim que chegamos, e ele já é bem grandinho e... – meu pai me interrompeu
- Grandinho pra encher a cara, Bruna?
Eu sabia que ele tava certo, afinal era meu pai e meu irmão menor de idade. Só ouvi tudo olhando pra baixo. Quando o sermão acabou, levei um chá e um remédio para Rodrigo e voltei para o quarto. Adentrei o cômodo e Cami, Pedro e Bela já estavam acordados conversando sobre a noite.
- Gente, vocês tem certeza que eu avisei pro meu irmão que eu vinha pra cá?!! - Bela disse assustada
- Eu queria lembrar, mas não sei nem como vim parar aqui – Cami respondeu passando a mão na cara amassada.
- Você mandou mensagem pra ele - falei enquanto sentava na cama.
Os três juntos me olharam. Parecia até que tinham combinado.
- Que foi? – perguntei
- Você ficou com ele?
- É claro que não – revirei os olhos – eu só falei com ele naquela hora que esbarrei, depois não o vi mais. – me jogo na cama novamente, colocando uma das mãos sob a testa dolorida –E mesmo se tivesse visto, eu não vou ficar com ele!
- Pode até não ter ficado, mas que quer é verdade – Pedro comentou rindo e eu o encaro ofendida.
- Eu não vou ficar com o Vinicius Walker. E eu não quero nem que ele saiba o meu nome, ouviu Bela?!
Bela assentiu e voltou com o assunto da festa - Aconteceu bastante coisa ontem, hein Camila –disse em tom irônico tentando revelar algum segredo.
- Pedro que o diga né, Bela?! – Camila falou gargalhando e me deixando confusa. Nesse mesmo instante o rosto dos dois safados ficou vermelho.
- Como assim eu não sabia disso? Vocês dois ficaram e não me disseram nada! – encarei os rostos ruborizados de Pedro e Isabela, de braços cruzados. – E não pense que vai fugir não, tá Cami? Eu quero saber de tudo.– falei fazendo os três engolirem a seco.
Depois de tanta bomba que me disseram, almoçamos e quando eram umas três da tarde, Bela precisava ir embora. Pedi para que me avisasse quando chegasse e Pedro a levou na porta para pegar o Uber.
Enquanto isso, eu e Camila, como mortais que somos, ficamos olhando os dois se despedirem e darem um selinho.
Assim que Pedro voltou, pegamos um pouco mais no pé dele e resolvemos sair naquele sábado. Iriamos na lanchonete central que tinha um açaí maravilhoso. Era o que eu precisava.
