Oi gente! como vocês estão? sumi por um tempinho, mas trouxe esse capítulo que apaixonante.
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VINICIUS WALKER
O carro parece guiar-me mais do que ao contrário.
Minhas mãos trêmulas se fixam sobre o couro do volante enquanto o aperto com força para que a garota no carona não perceba minha instabilidade. Sinto ela acompanhar cada movimento, como quando levo a mão esquerda à marcha do carro.
Assim que fui convidado para a casa de Bruna - sem a parte do convite, é claro - entendi ainda menos sobre como ela lida com as situações que enfrenta. Tudo porque suas íris lunares denunciavam sua tentativa de me atingir ou ganhar um jogo que criamos despretensiosamente, mas isso pareceu deixá-la mais aflita do que a mim.
O caminho, apesar de não ser tão longo, foi silencioso e angustiante. Um silêncio interrompido apenas pelo barulho dela inquieta procurando a chave nos bolsos da mochila. Não desviei minha atenção do caminho, mas minha visão panorâmica me permitiu reparar em cada ação que ela tomava, como quando o cabelo caiu no rosto e ela bufou, o colocando atrás da orelha segundos depois.
Ela estava tranquila, ou pelo menos tinha um autocontrole inquestionável, diferente de mim.
Bruna voltava a me observar como se eu não reparasse sua presença, mas é impossível não sentir seus olhos fitando meu braço esticado entre o banco e o volante.
É a mais poderosa arma que ela possui e, mesmo assim, Bruna parece ser a única a não perceber o poder que carrega no par de azul contrastante.
Foram através deles que percebi sua presença naquele dia com o corpo preenchido de tinta, através de toda a sinceridade e intensidade que passa pelas íris em tom ciano.
Respirei mais fundo do que o normal, conseguindo tirar sua atenção do meu corpo concentrado e contraído.
Minha garganta seca assim que viro o carro na simples rua conectada à praça e observo o portão de madeira escura, desejando que tudo ainda seja uma alucinação ou uma brincadeira ainda não revelada. Era o que eu desejava.
Mas ela não voltou atrás, esperando apenas que eu estacionasse e saísse em silêncio.
Agradeci os passos apressados da morena para fora do carro antes mesmo de desligar o motor, o que me soou como uma chance de esconder a sensação que volta a deixar meu corpo tão instável. Fecho a porta do veículo, afundando as mãos suadas e ainda trêmulas nos bolsos da frente.
Odeio essa sensação, e odeio como não consigo controlá-la. Não sei dizer o que estou fazendo, não conheço Bruna tão bem e, mesmo assim, estou me aproximando de sua casa para ser "apresentado" aos seus pais, sem nem mesmo saber como agir, o que me deixa ainda mais pensativo de como me meti nessa.
Já passei pela posição de ser julgado pela família, mas em um relacionamento - o que, nessa situação, me facilitaria, já que teria um roteiro direto para desenvolver com os pais. Mas aqui não.
O único assunto que terei para conversar será sobre o tempo e coisas fúteis e, além disso, às vezes Bruna parece querer minha cabeça, então acredito que não será diferente com qualquer pessoa que tenha o sangue quente dela, porque definitivamente o sangue dessa garota deixou de ser frio - se é que já foi um dia.
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A Lua que carrego
RomanceAos 18 anos, Bruna Bellini realizou o sonho de passar na Universidade Federal Reginald Pearson, uma das maiores faculdades de Direito do Rio de Janeiro. Desde o primeiro segundo na faculdade, ela percebe que não será nada como havia planejado - e tu...