Capítulo 42

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DIAS DEPOIS

Fernando e Lorena continuavam juntos e cada vez mais unidos, mas seguiam apenas sendo amigos. O único problema era que o homem não havia conseguido mais ir à casa de Lucero nem ver sua filha, pois não queria cruzar com a mãe dela, mesmo a mocinha o ligando todo dia querendo uma visita do pai, já que era muito apegada a ele. Isso deixava Viviane muito triste e foi o que Lucero encontrou quando chegou em casa, a moça decepcionada depois de mais uma ligação onde o pai arrumou outra desculpa para não ir vê-la.

− Ei, meu amor. O que houve que está com essa carinha? – Lucero se preocupou e se sentou no sofá para ficar na altura da filha e aproximou a cadeira de rodas dela para ficarem mais perto.

− O papai, mãe. De uns dias para cá, ele sempre inventa uma desculpa para não vir me ver, diz que está cansado ou ocupado com o trabalho. – Viviane suspirou com os olhos marejados. – Antes era você que me deixava pelo trabalho e agora é ele. – ela falou com a voz embargada.

Lucero não sabia o que dizer. Ela não acreditava que Fernando estava envolvendo Viviane em problemas deles, logo ele que sempre a recriminou por fazer isso.

− Ah, filha, às vezes ele está ocupado mesmo. – Lucero deu de ombros tentando ser convincente.

− Mas ele sempre trabalhou e sempre teve tempo para mim.

− Com certeza ele não está fazendo isso de propósito, ele não cometeria o mesmo erro que ele tanto me recriminava. Seu pai é muito melhor que eu, ele vai entender. – Lucero desviou o olhar marejado.

− Mamãe, olha para mim. – Viviane pediu e Lucero a olhou. – Ninguém é melhor que ninguém. Você também entendeu que eu preciso de você e eu sou muito feliz por isso.

− Eu sei e prometo que nunca mais vou me afastar. – Lucero abraçou Viviane e beijou seu rosto, mas logo a soltou. – Eu vou falar com ele.

− Mesmo estando brigada com ele? – Viviane ergueu a sobrancelha.

− Como sabe disso? – Lucero perguntou nervosa.

− Mamãe, eu não sou tonta, né? – Viviane falou como se fosse óbvio e Lucero suspirou. – Eu ouvi e você mesma me contou. Como ele nunca mais veio aqui, imagino que vocês não fizeram as pazes.

− Mas seu pai e eu nunca ficamos brigados por muito tempo, fica tranquila. – Lucero engoliu o seco, desejando que aquilo fosse mesmo verdade. – Já tomou banho? Cadê a Ana?

− Ainda não, eu estava esperando você chegar. Ana! – Viviane berrou.

Lucero fez careta e Ana apareceu correndo preocupada.

− O que foi, coração? Já estou aqui.

− Já podemos tomar banho. – Viviane sorriu.

− Graças a Deus. – Ana fechou os olhos, respirando aliviada. – Que susto, garota. Qualquer dia você me mata.

Lucero e Viviane riram.

− Desculpa. – Viviane falou e encarou a Lucero. – Você me espera?

− Claro, meu amor, vou esperar aqui. – Lucero sorriu se ajeitando no sofá.

Viviane retribuiu o sorriso e Ana saiu empurrando sua cadeira de rodas enquanto ambas conversavam animadamente. Lucero esperou apenas que elas se distanciassem para pegar o celular e discar para Fernando. Ela respirou fundo enquanto chamava, temendo a reação dele ao falar com ela depois de tudo, mas eles eram pais de uma mesma garota, teriam que conviver ao menos por ela.

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