Capítulo 7

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Os dias se passaram correndo para a alegria de Viviane e no domingo bem cedo, Lucero já estava no shopping com ela. As duas conversaram, riram, brincaram, foram ao cinema e comeram muitas besteiras. Assim como Viviane, Lucero estava adorando àquele passeio, se sentia até como a mesma adolescente feliz de anos atrás. No fim da tarde, elas resolveram fazer umas compras e andavam carregadas de sacolas enquanto Viviane tomava um Milk shake e contava à mãe sobre alguma coisa da escola. Mas a atenção de Lucero foi voltada para um homem de meia idade que saía de uma loja masculina. Poderia se passar mil anos que ela nunca se esqueceria de Manuel, com certeza era ele. Lucero derrubou as sacolas no chão, fazendo Viviane se assustar.

− Mamãe, você está se sentindo bem?

− Fique aqui, Viviane. – Lucero caminhava apressadamente.

− Mas... – Viviane foi interrompida.

− Eu já mandei você não sair daí! – Lucero falou firme e correu.

Viviane se abaixou e começou a juntar as sacolas, resolvendo obedecer à mãe mesmo sem entender o que estava acontecendo. Lucero chegou perto do homem que supostamente era o que ela achava e criou coragem.

− Manuel!

Manuel quase não acreditou quando ouviu àquela voz. Ele nunca havia se esquecido da voz doce da sua antiga namorada, a única que ele amou por toda a vida. O homem se virou lentamente e se deparou com Lucero o encarando nervosamente. Ela estava ainda mais linda do que ele se lembrava, seus longos cabelos loiros e seu corpo esbelto estavam bem melhores, mas seu rostinho de boneca era o mesmo.

− Lucero?! Quanto tempo. – Manuel se aproximou e beijou o rosto de Lucero, fazendo com que borboletas dançassem em seu estômago.

− Pois é. Você sumiu desde que... – Lucero parou de falar e desviou o olhar.

− É, eu sei. – Manuel suspirou. – E... Como ela está? –ele perguntou também sem olhar para Lucero.

− Quem?

− Você sabe, a... A menina. – Manuel respondeu sem graça.

− Ah, ela está aqui. Hoje a Viviane completa 17 anos. – Lucero sorriu.

− Sim, eu acompanho poucas coisas pelas revistas.

− E você quer conhecê-la? Porque eu... – Lucero foi interrompida.

− Eu acho melhor não. Com que cara eu vou olhar para essa menina sabendo que sou o pai dela?

− É só não contar nada. – Lucero deu de ombros.

− Claro, você já arrumou outro pai para ela. – Manuel debochou.

− Arrumei porque você fez questão de nos deixar sozinhas. – Lucero acusou.

− Eu não vou discutir com você, Lucero. – Manuel falou sem paciência. – Esse assunto já é passado, nós já tomamos outros rumos.

− É que eu achei que depois de hoje, você fosse... – Lucero foi interrompida.

− Você não tem que achar nada, nada mudou. É melhor eu ir embora e fingir que nunca nos encontramos aqui. – Manuel virou as costas e saiu.

− Manuel, não faça isso comigo de novo. Manuel! – Lucero tentava chamá-lo de uma forma discreta para não ter a atenção dos outros, mas ele a ignorou e se foi.

Viviane se aproximou de Lucero e se assustou ao vê-la chorando.

− Mamãe, o que você tem? Quem é aquele homem? O que ele fez com você?

− Não é ninguém. Vamos embora. – Lucero passou a mão na bochecha.

− Mas e o vestido que você ia comprar?

− Eu não quero mais droga nenhuma! – Lucero se alterou e Viviane se encolheu. – Não sei nem por que eu resolvi ceder aos seus caprichos. – ela falou com desprezo e saiu.

Viviane foi atrás e entrou no carro com Lucero em silêncio, permanecendo o caminho todo assim. A mocinha não entendia o que estava acontecendo, seu dia com sua mãe foi tão legal e ela não queria que acabasse assim.


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Sim, mais um surto da nossa Lulu e infelizmente ainda não acabou =/

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