Capítulo 36

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Sophie Collins

Entro no enorme jatinho particular de Luan, olho em volta. Caraca! isso que é luxo.

-Anne!-Luan me chama.

Sento na cadeira de frente para ele, ficamos em silêncio. Ele mexendo em seu notebook trabalhando e eu apenas olhando para o nada.

Pego meu celular e entro no meu Instagram, entro no meu perfil e olho as fotos que eu tenho com ele, no fim acabo apagando todas. Jogo o celular de lado.

-Seu namorada sabe que está indo para o Brasil, comigo?-Luan pergunta.-Ele sabe de mim?

-Sim, ele sabe algumas coisas.-Falo para ele.

-Não respondeu a primeira pergunta.-Ele fala tirando o notebook do colo.

Encaro ele por um tempo.

-Terminamos.-Falo baixo e desvio o olhar.

-Terminaram? Vocês são tipo O CASAL! De acordo com algumas revistas.-Ele fala fazendo graça.- Mas por quê?-Ele pega um garrafa de água me oferece e eu nego.

-Por causa da mesma pessoa de anos atrás.-Falo e ele engasga com a água.

-Meu Deus, essa garota não te deixa em paz.-Ele fala.-Ela e meio obcecada por você.

-Só pode, o que ela tem?-Cruzo os braços com raiva.-Deve ter ouro lá embaixo.-Falo com raiva.-Por que não é possível.

Luan começa a gargalhar.

-Para de rir!-Falo e depois rio dele.

Luan está vermelho de tanto ri, e com a mão na barriga.

-Só você mesmo.-Ele fala.-Mas que eu saiba eles já tinham namorado, pode ser só uma recaída.

- Por mais que eu odeio ela, tenho que admitir.-Falo olhando para a janela.-Ela pegou ele de jeito, ele e perdidamente apaixonada por ela. E pior e que eu sabia, mas mesmo assim namorei com ele.

Luan me encara.

-Mas tudo bem, fazer o que.-Falo com vontade de chorar.-É a vida, já estou acostumada.

Tenho que apagar Lucas da minha cabeça, voltar a minha vida de antes. O resto da viagem não conversamos mais, era isso o que eu mais gostava em Luan quando namoramos, ele sabe quando eu não quero conversar.

(...)

-Cheguei Brasil!-Falo e coloco meu óculos escuro.-Vamos direto daqui para o...-Engulo em seco.-Cemitério.-Ignoro a vontade de chorar.-Antes que alguém espalhe que estou no Brasil e a gente não tenha paz.

-Ah claro, a grande Sophie Collins!-Ele fala.

Entramos no carro, passo o endereço para o motorista e ficamos em silêncio o caminho inteiro. Saio do carro, e lembranças de anos atrás vem de uma vez, e a vontade de chorar aumenta.

Começo a caminhar para o túmulo e sinto Luan vindo atrás de mim.

Olho para o túmulo a minha frente, ainda não sabia o sexo. " Meu anjinho que sempre estará comigo"

-Meu Deus!-Luan fala e começa a chorar.

Eu abraço ele e ajoelhamos perto do túmulo, Luan passa a mão na lápide.Choro junto com ele.

-Se eu soubesse da gravidez, eu poderia evitar tanta coisa.-Ele fala me encarando.

-Não foi sua culpa.-Falo negando.

-Nem sua, mas eu estaria a seu lado.-Ele pega as minhas mãos.-Você tinha pensado em nomes?

-Sim.-Falo mais animada.-Eu sentia que era uma menina, e se fosse iria se chamar Aurora.-Me lembro de quando vi o nome.-Além de ser um nome de uma princesa como o meu, ou quase meu, significa o nascer do Sol, o raiar do dia.-Me viro para frente.-E era isso que ela era, era a minha Luz, meu Sol.-Limpo uma lágrima.-Ela me iluminava e a tristeza ia embora.

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