Capitulo veintinueve

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Yara 🧜🏼‍♀️

Todas as meninas foram lá pra baixo e só ficou eu e Maria. Difícil esconder alguma coisa dela, ela me conhece como ninguém e sabe quando estou mentindo.

Maria: O que tá rolando? —Ela senta do meu lado e pega na minha mão.

Não faz mal eu contar só pra uma pessoa, não é? Eu preciso desabafar.

Yara: Lembra dos meus sonhos? —Dei uma pausa e passo na língua nos lábios.—Eu fui procurar saber mais sobre o assunto e descobri que meu pai não era quem eu pensava. Ele mandou matar a minha mãe, amiga..

Tenho que falar devagar, não posso jogar a bomba no colo da Maria e sair correndo, ela ficaria maluca.

Maria: Como assim, Yara? Não pode ser, ele é seu pai, meu tio cara. —Ela diz com a feição mais perdida do mundo.

Yara: Eu tenho certeza, não queria acreditar também mas enfim. Agora eu tenho que entender o motivo dele me mandar pra cá, sabe? Naquele dia, ele planejou a minha morte também mas acho que se arrependeu..Tanta coisa pra eu me preocupar, amiga. Ainda tem o Caio, não posso contar a ele tudo que eu descobri, ele vai pirar e me deixar em casa 24h horas por dia.

Ela abaixa a cabeça e começa a pensar, Maria é lerda, quando dá esses ataques de pensativa já sei que me fudi.

Maria: Será que ele vem pro Brasil pra te matar? Meu Deus, o Caio tem que ficar sabendo disso..—Nego com a cabeça, ela doida.

Yara: Meu pai é mais perigoso, você conhece a peça, eu sei como lidar com a família como ninguém, aprendi com a minha mãe, não é? Daqui há dois dias tem a missão no outro morro e eu só penso nesse assunto, se ele tá vindo pra ajudar com a invasão..O que pode dar errado?

Maria: Mais um motivo pra você contar pro Caio, para de ser idiota Yara! Se você diz que seu pai é tão perigoso, manda o papo pra todo mundo nessa casa ficar esperta e já monta um plano. —Assinto.

Eu preciso pensar sobre o assunto, até porque isso não envolve mais eu e meu pai, agora todos estão correndo risco. Um homem que foi capaz de planejar a morte da própria mulher e futuramente da filha, tem coragem de fazer tudo.

Yara: Você tá certa, irmã. Obrigada por tudo mesmo...—Não completo a frase e vejo meu celular alertar novas mensagens.

Celular liga e eu já acho que é meu pai, tremo na base cara, não vou negar.

Alguém me mencionando em algum Twitter? Abri a página e fui ver o que era, quando eu mais descia o texto, mais eu me estressava.

Diabo se apossou do meu corpo.

Yara: Me deu uma vontade de ir pro baile, menina. —Digo levantando com um sorriso no rosto e já indo escolher minha roupa. —Leva a dudinha pra tia Denise pra mim? To com vontade de fazer merda.

Maria: O que tu viu nesse celular, hein dona yá? —Ela diz tentando pegar meu celular e eu nego.

Yara: Se eu te mostrar, você não vai querer deixar eu ir, babaca. Relaxa, eu to calma! —Mentira.

A pessoa que queria um futuro comigo dando moral pra piranha da rua? Homem não presta, eu sempre disse isso e por isso nunca quis me envolver com ninguém.

Me arrumei toda pra matar alguém hoje, melhor forma.

Desci as escadas e as meninas pararam de cochichar, olharam pra mim e retribui com um belo sorriso.

Maria: Ela quer ir pro baile, o que eu faço? —Ela diz baixinho e eu pude ouvir.

Carol: Se você vai, todas nós vamos, para com isso Yara. Pelo menos espera eu me arrumar, ok? —Assinto, preciso de provas que não estou maluca.

Carol já sabe do que eu to falando, como eu vi a postagem, ela também deve ter visto. Não sei nem porque ela não foi correndo até o baile e quebrou a Rafaela na porrada, mas se ela quiser eu mato as duas, sem k.o.

Yara: Vou mandar o papo reto pra vocês, estou armada —Aponto pra arma que carrego comigo —Eu quero bater nela primeiro e depois penso até em matá-la. Se alguém se meter, morre junto.

O engraçado é que eu estou falando calma, sabe quando você não acredita que aquilo seja verdade e quer ver com os próprios olhos? E quando ver vai pensa: Não acredito..

Lola: Amiga, você tá pronta pra matar..Eu não vou te segurar e nem nada, posso até te ajudar porque eu sei da tua raiva, mas vale pensar que o Caio possa ser inocente, não é?

Yara: Pode até ser verdade mas ele foi um filha da puta de ter discutido comigo e logo após ter convidado as piranhas pro camarote, você não acha? —Ela ficou calada e eu concordei com a cabeça.

•••

O baile tava cheio pra caralho e quando eu mais me aproximava do camarote a minha raiva ia subindo, juro que eu to só o ódio da cara do Caio, ele deve tá ligado que eu to mudada não é possível que ele não percebeu e do nada surtou.

Depois falam que mulher que é complicada demais, homens não percebem nada e depois quer graça.

Malu: Tem certeza que vocês querem fazer isso? A Yara tá vestida com uma roupa que parece que ela tá indo pra uma festa..—Ela desvia de um banho de cerveja e continua—E com uma arma na bolsa, isso tá errado.

Yara: Foda-se, não dou a mínima tá ligado? Não estamos em um morro onde tudo se resolve na bala? Coincidência, no México também é assim.

Paro no bar e peço 5 shots de tequila, sou movida a álcool e preciso me aquecer.

Carol: Gustavo já avistou nossa movimentação, fudeu. —Ela diz virando seu copão de vodka com energético.

Yara: Tu sabe que eu adoro uma atenção..—Digo virando o último shot.

Continuo andando até o camarote e meu coração vai acelerando, parece que eu vou morrer, nunca me aconteceu isso porra eu nunca fiquei com tanta raiva de alguém.

Entro no camarote e já vejo os meninos bêbados e as piranha jogando pra ele.

Todo mundo nem tá ligado que eu só trouxe a arma pra causar pânico, eu resolvo tudo no soco soco bate bate, porra.

Loirin: Coe dona, faz isso não o baile tá mo paz..—Nego com a cabeça e rio.

É aquele ditado: quem tem cu, tem medo.

Yara: Eu também tava na paz em casa, sabia? Se tu tá assim se tremendo, sabe a merda que o seu patrão fez né?

O olhar do Caio sob minha pessoa é de assustado, papo reto o bichinho nunca me viu assim, isso que dá so conhecer o lado bom da Yázinha.

Carol: Só não faz nada que você se arrependa depois..—Ela diz segurando meu braço e eu solto.

Dou de ombros e vou até o Caio, bato no peito dele com as duas mãos e ele me olha assustado, sem entender porra nenhuma.

Yara: Você perdeu a noção? É uma briga nossa pra você procurar as mamadas da rua?

Caio: So tenho uma pergunta pra fazer: Ta maluca, Yara? —As piranhas do lado dele começaram a rir e aquilo me deu uma raiva.

Namoral, quer me deixar possessa de ódio é perguntar se eu to maluca, num fode parceiro.

Aline: Acho melhor você abaixar a sua bolinha, piranha importada, tá pensando que você é quem aqui? —Fiquei cega de ódio, fudeu.

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