|05| And I'll keep leading you on.

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#HadesAmaAnimais

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- Bom dia amorzinho da minha vida - Cumprimentei, embolado entre um bocejo, o moreno que deslizava o dedo comprido pelo tecido fino que cobria a minha barriga.

- Bom dia Jimin-ssi. Ainda está cedo, podes voltar a dormir - Respondeu baixo, lento e suave e impulsionou o corpo para subir, ficando no mesmo nível que eu na cama.

- Eu ouvi um despertador - Afirmei sonolento e levei os meus dedos ao interior dos cabelos sedosos para beijar a testa do outro que suspirou fraco.

Jungkook inclinou-se sobre o meu corpo, esticou o braço para retirar o seu Iphone preto de cima do meu na mesinha. Desbloqueou-o com a digital do indicador, abriu a aplicação preta e branca do relógio e virou o ecrã para que eu pudesse ler o que estava escrito, depois que me acostumasse com a luminosidade emitida.

Tinha vários despertadores, um às seis e trinta, outro às sete e vinte e às catorze e vinte e sete, estavam marcados para todos os dias úteis com o nome "Acordar", "Curso" e "Trabalho", respetivamente. Mas havia mais um, às cinco e quarenta de um sábado, hoje, com o nome "PRAIAS DE BUSAN AQUI VOU EU".

Engoli seco e olhei para ele.

- A minha avó mandou-me mensagem a dizer para ir buscar o resto das minhas coisas enquanto ela fosse para Busan com o meu pai - Prosseguiu no mesmo tom, bloqueando o aparelho e deixou-o cair entre os nossos corpos nos lençóis.

Outro suspiro e Jeon deitou-se de barriga para cima tapando os olhos com o antebraço esquerdo e procurou a minha mão com os dedos direitos. Eu sabia que ele estava a conter as lágrimas, Jungkook amava Busan, amava a família, amava a avó e agora não tinha nada disso, o mundo dele tinha dado uma volta de trezentos e sessenta graus em menos de vinte e quatro horas.

- Vou ter que procurar uma casa para mim, não quero deixar nenhuma parte do meu quarto lá. Amo demasiado o meu cantinho para deixar as coisas abandonadas, além de que tenho uma pintura minha. Não dá para me apropriar do vosso espaço - Afirmou trémulo e levantou-se bruscamente da cama, desaparecendo entre as portas do closet.

Levantei-me também da cama, calcei as meias cinza felpudas que estavam em cima do tapete e calmamente entrei no closet, encontrando a porta da casa de banho fechada.

Pensei em abri-la para consolá-lo, porém preferi dar-lhe privacidade. Encostei-me à madeira, ouvindo o outro fungar do lado de dentro e então falei:

- Kook, eu vou estar aqui para te apoiar sempre, sabes disso né? - Perguntei, sabendo que Jeon estava a ouvir-me. Não esperei a resposta para prosseguir - Eu imagino que seja difícil, praticamente estás a trocar um amor por outro e nem escolha tens. E quanto ao teu quarto, tens o nosso no submundo, que está vazio, podes colocar as coisas lá. Não acho que estejas bem psicologicamente para ficar sozinho - Terminei sem muita esperança de resposta, porém ouvi o barulho da maçaneta a ser destrancada, empurrada para baixo e a porta abriu-se.

Puxei o mais alto para os meus abraços e rapidamente tive a minha cintura rodeada pelos seus abraços num aperto forte que me deixou nas pontas dos pés.

Abraços sempre significaram muito para nós, era a nossa forma de expressar os sentimentos mais complicados; sentir que estava ali outra pessoa, para partilhar o nosso calor, o nosso espaço, o nosso batimento cardíaco, partilharmo-nos.

- Eu não estou a escolher um amor pelo outro, eu estou a ter a prova de quem realmente me ama - A voz manhosa saiu abafada contra o meu pescoço e foi seguida de um riso soprado que me arrepiou conjuntamente com o mexer das pestanas longas - Na verdade, eu estou bem feliz, não preciso esconder-me mais, posso ser o que eu quiser e isso é uma sensação tão libertadora, perigosamente libertadora.

Preacher • JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora