Preacher • Jikook

|21| I'm about to take you back to church.

#HadesAmaAnimais

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- Sabes, eu odeio foder contigo quando estás tão fraca - Foi a primeira coisa que ouvi ao sair das camadas mais frágeis do sono: aquela voz que no início é apenas um simples eco, mas gradativamente torna-se mais próxima e tu és obrigado a lidar com o facto de que estás acordado.

Pelo menos não foi a minha mãe a mandar-me ir para a escola. Eu odiava ser acordado para estudar, vocês também?

Enfim, fazem menos de nove horas que eu sou o deus da sabedoria e eu já estou farto disto.

- Não te ouvi a reclamar - Resmunguei rabugento com o olho azul mal aberto, fixo em Poseidon que saía do quarto da noiva sem camisa, apenas de calças largas e com diversas manchas avermelhadas espalhadas pelo abdómen definido.

Eu estava sozinho na sala, atirado de qualquer forma sobre o sofá preto e enrolado na manta felpuda que não cobria os meus pés escondidos nas meias azuis, um saco que outrora fora gelo repousado sobre a testa e uma terrível dor de cabeça, os olhos extremamente pesados, os músculos doloridos e a sensação de ardor provocada pelas feridas.

- Conseguiste dormir alguma coisa Ji? - O deus do mar questionou afetuoso, fez um carinho suave na minha mão atirada sobre a ombreira do sofá e recongelou a água que escorria pela minha testa, seguindo para a cozinha para dar um bom gole de algum líquido refrescado pelo frigorifico.

- Own, Po! Aí mesmo, awn! Caty, porra, tu... - Iniciei a minha explicação do porquê de não ter conseguido dormir, mas desisti ao perceber que imitar gemidos causava mais dor no topo do meu corpo.

- Pelo menos nós não dizemos coisas constrangedoras como "Ain Jungkookie, o teu cu é tão gostoso" - Caty intrometeu-se na conversa.

Em passos calmos a deusa aproximou-se de mim; levantei o meu tronco por breves segundos para que a azulada se pudesse sentar ali. Senti a dor de cabeça amenizar assim que repousei sobre as pernas fofinhas e as mãos femininas entrelaçaram os dedos nos fios vermelhos.

- Se tu gemesses o nome do meu namorado, teríamos um grave problema.

- Não seria a primeira vez - Ela retrocou divertida aceitando uma barrita energética de chocolate branco que Poseidon lhe trouxe.

Os cabelos azuis molhados estavam colados à face clarinha, as bochechas pintadas de rosinha e os olhos brilhavam o mesmo tom; a pele de pescoço, sem qualquer macha, ferida ou cicatriz, era coberto por um moletom branco de pelo com um macaco preso num bloco de gelo no centro, símbolo dos Antarctic Monkeys; as coxas lisinhas e quentes, agora, tinham a minha face espalmada contra elas.

- Esse moletom não era meu? - Murmurei, voltei a fechar os olhos sonolento e virei-me de lado, abraçando a perna de Caty que segurava o gelo para que ele não escorregasse da minha testa.

- Dizes bem, era - Limitei-me a rir soprado: pela resposta sabia que nunca mais o veria no meu closet, se bem que é só ir roubá-lo ao armário dela. Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão, não é mesmo?

- Os outros? - Poseidon, após analisar alguns rabiscos do plano que Ares tinha feito numa folha branca, inquiriu voltando ao estado inquieto que o tinha consumido depois da sentença de Deus.

- Levaram o Jungkook para o Olimpo para descansar, eu fiquei aqui porque preciso da energia dela; os restantes devem estar lá também - Respondi muito cansado, mas o meu corpo estava a curar-se rapidamente já que Caty fornecia-me grandes quantidade de energia renovada.