|32| I know it's weighing on your conscience...

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#HadesAmaAnimais

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Mesmo com os poderes de viajarmos pelas moléculas de ar, demorámos cerca de duas horas para aterrarmos num lugar desértico, principalmente por termos que evitar qualquer área controlada por deuses olimpianos como o mar e locais em que ainda é de dia. As botas de Caty enterraram-se na areia até aos gémeos, assim que se materializou, e ela atou os cabelos curtos num rabo de cavalo alto, para não os encher de pequenas pedras, deixando alguns fios roxos colados ao pescoço.

Eu assumi a minha forma primordial, precisando da plataforma das botas para me manter na superfície do terreno arenoso e da camisola grossa para me impedir de sentir o frio que fazia ali. Por algum motivo, o céu chamou a minha atenção: via-se a via láctea a cortar o escuro, inúmeras estrelas e constelações a fazerem companhia à lua que iluminava a noite, mas os meus mirantes prenderam-se nas três estrelas de Órion. Jimin iria adorar estas temperaturas e este lugar, ele faria alguma piada com as Três Marias.

- Onde estamos? - Quis saber sem reconhecer o local. A deusa começou a andar desengonçada devido aos grãos e a sua mão fazia força na minha, garantindo que eu não me afastava dela.

- No monte Chaos, mais propriamente no exílio - Blue respondeu simplista e com a mão livre retirou um frasco do bolso do casaco.

Ela agora vestia toda a sua forma primordial, tapando a queimadura com a manga do casaco e com a luva, mas consegui ver a pele avermelhada no pulso. Queria entender o que se passava ali, mas estava com medo de perguntar e descobrir que todo o seu corpo queimaria caso não encontrássemos Park.

O pequeno vidrinho continha um líquido alaranjado semitransparente, ela rodou a tampa de cortiça e deixou cair uma gota sobre a sua língua, em seguida pediu para que me abaixasse e senti o sabor intenso de laranja inundar as minha pupilas gustativas.

A areia prateada, pelo reflexo do luar, começou a elevar-se de forma organizada e foi levada pela suave brisa para construir edifícios e pessoas: um portão de ferro, que na verdade são pequenos pedacinhos de pedras, com uns três metros e a palavra "Exilium" sobre ele formou-se atrás de nós e fomos colocados sobre um longo chão de azulejos brancos. Caty respirou fundo, despejando todo o ar que tinha nos pulmões para endireitar a coluna e arranjar coragem para levantar a cabeça.

Pode não parecer, mas tudo me doí tanto como dói a ela: doí tanto que é difícil respirar, dói tanto que fico maldisposto, doí tanto que a garganta parece tapada e impede-me de falar ou comer; mas eu tenho mais força que ela. Para Caty não há um caminho que não doa, eu não tenho o meu melhor amigo e namorado porque me foi retirado à força, mas ela perdeu o melhor amigo porque não fez o necessário para o evitar e pode perder o marido por escolha dele.

Iniciámos a caminhada num puro silêncio para ouvirmos os saltos contra o piso duro, o tilintar das correntes da minha roupa e os nossos pensamentos, estes que nós teríamos que calar ou calar-nos-iam a nós. Após andarmos uns dez minutos, finalmente surgiu algo que não fosse neveiro no horizonte: a passadeira de porcelana dividia-se em três.

- À esquerda é a Ala dos titãs exilados: Cronos, Crios, Iapeto, Ceos, Hipérion, Perses e Menócio - O indicador da mão esquerda apontou para as setes casas de dois andares feitas de material escuro com janelas só no andar de cima e uma pesada porta trancada com magias e cadeados, três de um lado e quatro do outro lado dos azulejos - À frente é a cadeia normal dos humanos mais perigosos e algumas almas que foram mudadas para cá após o castigo do submundo não ter dado em nada - O caminho para a frente é demasiado longo, não me permitindo ver o que a deusa estava a falar - À direita são as casas dos deuses exilados: Athena e Afrodite.

Preacher • JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora