Capítulo 8 - Convite

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Pov Emanuelly

Sentia uma dor de cabeça insuportável impedindo-me de abrir os olhos, mas um peso sobre meu peito forçou-me a resistir o incômodo que a claridade me causava, meus olhos arregalaram completamente quando pude ver de quem se tratava. Melissa, a prima de Lara, parecia um anjo dormindo com a cabeça apoiada em meu corpo, somente nesse instante poucos flashes da noite anterior começaram surgir em minha memoria me sufocando imediatamente, as imagens vinham aos montes me deixando completamente perdida. A última coisa que eu conseguia recordar era de Melissa me ajudando a vestir uma roupa em meu banheiro, mas agora tendo seu braço em volta do meu corpo eu estava verdadeiramente em pânico. "Senhor, o que eu fiz?" essa era a pergunta que eu me fazia em silêncio, olhei para meu corpo em busca de qualquer sinal de que tinha ultrapassado algum limite, mas apesar de nós duas estarmos vestidas isso não era suficiente para me trazer paz. Lentamente afastei Melissa do meu corpo com cuidado para não acordá-la e saí do quarto ignorando a dor de cabeça insuportável que sentia passando quase correr desesperada pelo corredor do meu apartamento.

Chegando à cozinha escorei na parede e levei minha mão ao peito sentindo-me como se tivesse acabado de conseguir fugir de um fantasma.

– Bom dia, para você também. – Alexsandra, que estava diante de uma mesa farta de café da manhã, falou com deboche. – O que foi? Parece até que viu um fantasma.

– O que... É... Bem, você poderia me explicar o que a Melissa está fazendo na minha cama?

– Ué, dormindo.

– Alex! – Eu odiava o lado debochado da minha amiga.

– Ela está lá porque você pediu.

Arregalei os olhos diante das palavras de Alexsandra.

– O quê?

– Vai dizer que você não lembra? – Ela falava despreocupadamente enquanto colocava uma fatia de queijo no pão. – Você pediu para ela dormir com você.

– Isso não tem graça, Alexsandra. Você... Nós, eu e ela, nós...

– Nada aconteceu entre nós, se é isso que você quer saber.

A voz sonolenta que soou atrás de mim quase me matou de susto.

– Jesus! – Levei a mão ao peito e corri para a geladeira pegando uma garrafa e bebendo o liquido gelado quase de uma só vez.

– Você anda ficando muito pinguça, Ema. Até água você deu para beber na garrafa? – Alexsandra abafa o riso. – Sentem e tomem café, eu tive que acordar mais cedo para ir até a padaria comprar tudo isso.

– Obrigada Alex, você é um anjo. – Melissa sentou-se e sem cerimônia começou a se servir. – Você deveria comer alguma coisa, a ressaca deve estar braba e você não comeu nada ontem.

– Eu... Eu, não estou com fome.

Não sei desde quando passei a gaguejar miseravelmente, mas não conseguia esconder o constrangimento que sentia diante de Melissa.

– Aposto que não come nada desde a viagem. – Alex disse bruta como uma cavala.

Às vezes eu esquecia o lado mandão que minha amiga tinha quando o assunto era meu bem estar. Pensando bem, seu lado mandão existia a todo o momento, eu apenas o ignorava quase sempre.

– Você vai comer sim, nem que seja apenas uma fruta. – Melissa não esperou por uma confirmação minha, apenas foi me servindo de tudo o que via pela frente. – Não te vi comer nada ontem durante a festa de casamento.

O jogo do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora