Pov Emanuelly
Depois que saí do banho fui em direção ao quarto da minha irmã, bati na porta uma só vez e logo ouvi autorização para entrar.
– Eu sabia que você vinha.
Dominique disse assim que surgiu na minha frente vestida em um roupão preto dando sinais que havia acabado de sair do banho. Passei a chave na porta atrás de mim, mas ainda assim ela permanecia com aquele ar cínico de sempre.
– Garota, você não me provoca. – Disse quando a vi sorrir debochada. – Por que diabos você me falou aquilo tudo? Anda logo, desembuchada que eu não tenho todo tempo do mundo nem paciência para suas gracinhas.
– Jura que não sabe? Quer mesmo que eu diga? Faz questão de ouvir? – Nessas horas eu odiava o fato de Dominique parecer tanto comigo. A petulância da mais nova me irritava. – Pois bem, você é uma tonta Emanuelly, todos nessa casa sempre souberam da sua paixão por Lara, aliás, os únicos idiotas que achavam que conseguiam manter isso em segredo eram você e Edgar.
Eu odiava o atrevimento da minha irmã, mas naquele momento isso era o que menos me preocupava.
– O quê? Você está me dizendo que...
– Que ele sabe. Ele sempre soube, e por isso só sossegou quando conseguiu conquistá-la. Edgar queria vencer você pelo menos uma vez na vida, por isso aproximou-se de Lara com tanta determinação, e você idiota do jeito que era alimentava o ego dele toda vez que sofria em silêncio por vê-lo com o grande amor da sua vida.
Dominique jogava todas as palavras sem culpa, ela sequer parecia se importar se aquela descoberta causaria ou não estragos.
– Que merda é essa que você está dizendo, garota? Quer me convencer que Edgar não ama a Lara?
– A princípio não. Edgar sempre foi mulherengo, você sabe disso. Ele queria sim ter algo com ela, mas nunca pensou em leva-la a sério, mas de alguma forma ele descobriu sobre sua paixão por ela e achou que seria divertido vê-la sofrer por desejar uma mulher que estava com ele. – Quanto mais eu ouvia as palavras de Dominique, mas ódio eu sentia de Edgar. – Só que o tonto não contava que fosse se apaixonar perdidamente por Lara, quando isso aconteceu ele se desesperou, não sabia o que fazer para assumi-la, mas quando teve carta branca do vovô aí tudo se tornou o jogo preferido dele, ou seja, finalmente poderia estar com a mulher que amava e fazer você sofrer por isso. Era como matar dois coelhos de uma só vez.
Observei Dominique acender um cigarro em choque por tudo que ouvi, meus músculos estavam rígidos e o estômago embrulhava. Como Edgar poderia ser tão psicopata a ponto de usar os sentimentos de uma mulher apenas para me atingir? Por mais que ele depois tivesse se apaixonado por Lara isso não mudava o fato que a principio ele a usou e isso chegava a ser doentio.
– Lara sabe disso? – Perguntei ainda sem rumo. – Aliás, como você sabe de tudo isso?
A frieza com a qual Dominique me contava tudo me deixava tão perplexa quanto saber da verdade.
– A principio lógico que ela não sabia. Edgar é idiota, mas não a ponto de correr o risco de perdê-la. Mas depois... Bom, não tenho certeza, mas nossa cunhadinha querida é fraca, influenciável e se me permite dizer não acredito que seja completamente imune ao poder da ambição. Sério que nunca percebeu como o status de senhora Santoro parece pesar para Lara?
Dominique falava gélida como se nada daquilo lhe afetasse. Para ser sincera eu não acreditava que afetasse mesmo já que Dominique nunca mostrou nenhum tipo de sentimento pela cunhada. Para a mais nova a presença de Lara era apenas só mais uma naquela casa a qual ela precisava conviver, mas que não influenciava em nada em sua vida.
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O jogo do amor
Roman d'amourUma família tradicional comandada pelo o poderoso Germano Santoro, homem frio, sério e tem quem diga que é também sem escrúpulos algum quando todo seu império está em xeque. Todos os membros da família Santoro, vivem seus dias sob ensinamentos rígi...