Pov Melissa
Fiquei surpresa quando finalmente reconheci o lugar onde estávamos, lembrei-me de quando estive ali pela primeira vez para um ensaio fotográfico de uma agência de modelos pouco depois de me tornar uma fotógrafa profissional. Chegamos a Angra dos Reis e não foi surpresa quando o helicóptero pousou no terreno de uma casa grande e muito bonita, que por sinal ficava afastada de todas as outras da região.
– Então, surpresa? – Emanuelly perguntou passeando seus olhos ao redor.
– Olha, confesso que sim. Saiba que acertou em cheio na escolha, esse lugar é um dos que estão na minha lista de paixão.
– Imaginei que iria gostar, é bem a sua cara.
Me surpreendi com aquela afirmação, pois não imaginava que observação fosse uma das principais características de Emanuelly, tão pouco que ela tivesse atenta às minhas preferências, mas preferi silenciar esse pensamento curioso.
– Ainda bem que trouxe minha câmera, esse lugar traz inspiração. Posso fazer diversas fotos para usá-las no meu projeto.
– Mas nem pensar. – Ema disse de imediato. – Não viemos aqui para trabalhar, se eu não posso você também não pode. Venha logo, vamos entrar. Quero que conheça tudo lá dentro.
Segui a outra que ia me mostrando a bonita área externa que a casa possuía.
– Bom dia, senhora Emanuelly. – Um senhor simpático disse com alegria quando chegamos até a porta. – Que alegria tê-la aqui depois de tantos anos.
– Bom dia, Luiz. – Ema estava mais simpática do que o costume. – Quero que conheça a Melissa, minha convidada. Mel, esse é o Luiz. Ele e sua esposa Tereza são nossos caseiros há muitos anos, grandes amigos da nossa família.
Mel... Essa foi a única coisa que consegui reparar em tudo que Ema disse, foi impossível não sorrir ao perceber que ela estava tão desarmada naquele momento que sequer percebeu a naturalidade com a qual aquelas palavras foram ditas. Por alguma razão eu me sentia feliz em ver Ema menos enigmática e agindo como uma pessoa simples e normal.
– Prazer em conhecê-lo, senhor Luiz. Obrigada por me receber.
– Senhorita, seja bem-vinda. O prazer em conhecê-la é todo meu e não precisa dessa formalidade, me chame apenas de Luiz.
– Se assim prefere, será apenas Luiz e eu serei apenas Melissa. Combinado?
Estendi a mão para o senhor que parecia feliz em nos ter ali.
– Já adorei ela. – Ele apertou minha mão, mas olhou para Ema que sorriu divertida. – Venham, vamos entrar. – Seguimos o mais velho. – Assim que a senhora ligou tratamos de organizar toda a casa para recebê-las, mas a Tereza ainda está preparando o almoço.
– Não se preocupe Luiz, nós iremos tomar um banho e nos acomodar enquanto tudo fica pronto.
– Sim senhora. Bom, fiquem à vontade e qualquer coisa podem chamar.
Ele retirou-se deixando apenas nós duas ali na imensa sala decorada por móveis luxuosos e de muito bom gosto.
– Adoro a forma simples com a qual costuma tratar os funcionários. – Ema atraiu minha atenção para si com aquelas palavras. – Confesso que a formalidade dos empregados não me agrada muito, mas óbvio que foi algo sempre exigido por meu avô.
– Até aqui todos que conheci são pessoas gentis e muito acolhedoras, não vejo motivo para tanta formalidade.
– Sim, todos são, com exceção dos seguranças de Edgar que mais parecem umas máquinas de matar. A propósito, fique longe deles. – Talvez ao ver meu olhar analisador ela tenha reparado o ar autoritário com o qual aquelas palavras foram ditas. – Desculpe, eu não quis ser rude, apenas é um conselho.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O jogo do amor
RomanceUma família tradicional comandada pelo o poderoso Germano Santoro, homem frio, sério e tem quem diga que é também sem escrúpulos algum quando todo seu império está em xeque. Todos os membros da família Santoro, vivem seus dias sob ensinamentos rígi...