Pov Emanuelly
Como era o costume dos últimos dias, mais uma vez eu estava em minha sala na transportadora diante de uma pilha de documentos para serem organizados e não tinha a menor disposição para aquilo. Eu sequer conseguia repassar com Alexsandra todo o plano para que sua viagem à Rússia fosse bem sucedida. Minha cabeça fervilhava em pensamentos que me levavam a uma única pessoa: Melissa!
Alexsandra como sempre estava em minha sala largada no sofá à disposição para caso seus serviços extras fossem necessários. Tudo já estava devidamente preparado para seu embarque à tarde, e como sempre ela estava tranquila quanto a tudo que tinha que fazer, mas nenhum pouco satisfeita por precisar me deixar sem sua proteção. Alexsandra sempre foi extremamente protetora, para ela ninguém além dela era bom o suficiente para fazer minha guarda. Somente aquela manhã perdi as contas de quantas vezes Alex me fez prometer que não faria nenhuma estupides enquanto ela estivesse fora, além de garantir que jamais sairia sem os seguranças que deixou a minha disposição.
Estávamos em silêncio e apesar de estar nítido na expressão da minha amiga que ela estava se corroendo de curiosidade para saber como tinha sido a noite com Melissa, ela certamente estava esperando pelo momento que eu começasse a falar por conta própria, coisa que eu não sabia se iria fazer, afinal não queria mostrar para Alexsandra o quanto o beijo de Melissa me deixou atordoada com minhas emoções, um único beijo foi capaz de abalar minhas estruturas e me deixar vergonhosamente rendida. Mas não era apenas o beijo que me fez entrar momentaneamente em pânico, o que vi nos olhos de Melissa também me deixou apavorada, eu me sentia como uma adolescente vivendo os dramas do primeiro amor.
– EMA! – O grito desnecessário de Alex me trouxe de volta à realidade que me cercava. – O seu celular está tocando pela milésima vez.
Eu nem tinha percebido o barulho irritante.
– Alô. – Atendi sem olhar o visor para saber de quem se tratava.
– Uau, e eu aqui achando que fazia falta!
"Droga, era só o que me faltava àquela altura do campeonato para ferrar ainda mais com minha a vida". Pensei comigo mesma quando ouvi a voz de Lara no outro lado.
– Lara... – Bastou dizer isso para Alex revirar os olhos e voltar a sentar no sofá relaxadamente. – Desculpe, eu não olhei o visor para saber de quem se tratava. O que você quer?
Não foi minha intenção ser rude com minha cunhada, mas confesso que minhas palavras não demonstravam nenhum pouco de ansiedade. Eu diria até que estava entediada.
– Tudo bem, Manu. – Lara falou um tanto desapontada. – Eu nem vou perguntar como você está, apenas pela voz deu para perceber que está irritada.
– Cansada, eu diria.
– Provavelmente pela noite de farra.
Fiquei em silêncio me perguntando como Lara sabia que eu tinha saído na noite anterior, mas não precisei perguntar, ela mesma adiantou-se em responder meu questionamento mudo.
– Conversei com Melissa agora pouco, assim como você ela está com uma voz péssima. Quer dizer que minha prima anda te colocando no lado obscuro da vida?
– Obscuro não, desconhecido talvez. – Falei séria. – Além disso, sua prima tem a companhia agradável.
A verdade é que eu não estava com a mínima vontade de dar sequência àquela conversa com Lara.
– Huuum... Nunca pensei em te ver novamente perdendo noite em uma boate, quer dizer, essa fase da sua vida já passou há alguns anos.
– O problema é que todos estão acostumados a ver uma escreva dessa maldita transportadora. – Revirei os olhos perdendo a paciência com aquela conversa sem sentido. – Fala de uma vez o que você quer, Lara. Eu realmente estou ocupada e imagino que você não me ligou para saber da minha vida pessoal.
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O jogo do amor
RomanceUma família tradicional comandada pelo o poderoso Germano Santoro, homem frio, sério e tem quem diga que é também sem escrúpulos algum quando todo seu império está em xeque. Todos os membros da família Santoro, vivem seus dias sob ensinamentos rígi...