Capítulo 41 - Jogo sem regras e descobertas

244 36 15
                                    


Pov Alexsandra

Medo... Pela primeira vez em anos naquele trabalho era essa a sensação que eu sentia desde que o carro foi estacionado na porta do galpão que ficava localizado em uma região deserta. O local era pouco iluminado e nem mesmo a lua que estava bonita no céu deixava uma sensação boa visitar meu coração naquela noite, não depois de encontrar nos olhos de Dom Germano sede por vingança e nas expressões duras de Albert a frieza necessária para uma noite sangrenta.

Ser inflexível, destemida e principalmente ser forte para enfrentar qualquer situação a sangue frio eram os mandamentos para aquela profissão que há anos eu exercia para a família Santoro, mas a verdade é que ninguém pode ser inteiramente só uma coisa e até mesmo eu tinha lá meus princípios básicos do que era certo ou errado nessa vida. Matar definitivamente não era algo certo, mas certamente era o que meus olhos presenciariam.

Escorada no carro observei Albert e Dom Germano conversarem algo com dois dos muitos homens que estavam a nossa espera deixando claro que aquela seria de fato uma noite movimentada. Não demorou muito para Albert caminhar em minha direção.

– Alex, é hora de preparar a convidada para a festa.

Logo compreendi que Albert referia-se à Demétria que estava presa no porta mala do carro. Circulei o veiculo e quando abri a figura de uma mulher ilegível revelava-se para mim, no fundo eu me perguntava como ela conseguia ficar tão calma sabendo que seu destino não seria dos melhores.

– Eu acho bom você não tentar nada. – Disse friamente prevenindo-a. Apesar de ter as mãos amarradas eu não sabia até que ponto ia as habilidades de luta de Demétria.

– Eu nunca fui de fugir, Alexsandra. Você deveria reconhecer isso, afinal assim como eu você também parece ser uma mulher determinada a cumprir qualquer que seja sua missão. – Demétria disse indiferente.

– Diferente de você minhas missões não me levam à morte.

Demétria gargalhou.

– Aí é que você se engana cara Alex. Você estava marcada para morrer na Rússia ou você acha mesmo que nunca desconfiei de você? Sua sorte é que conseguiu escapar antes do retorno de Ramon naquela noite, jogada interessante, confesso. Na verdade isso serviu para nos mostrar nossos erros e não voltar a cometê-los. Quero dizer, eu deveria confiar melhor no meu sexto sentido.

– É, você deveria. Pena que não terá mais tempo para exercitar isso.

Segurei firme os pulsos da morena levando-a em direção à entrada do galpão.

Assim que meus olhos passearam por aquele local senti meu estômago embrulhar. Dom Germano estava sentado no que parecia mais ser uma espécie de trono, ao seu lado Albert analisava cuidadosamente algumas ferramentas, ou melhor, alguns modelos de facas colecionáveis. De fato eu nunca tinha visto o pai de Emanuelly tão assustador como naquele instante, de todas as cenas que já presenciei relacionadas à tomadas de decisões de Albert, nenhuma me fazia lembrar de tê-lo visto com tanto ódio.

– Então, Alex, vamos colocar nossa convidada em seu lugar privilegiado. – Albert disse secamente.

Olhei em volta e quase entrei em pânico. Eu teria estômago para aquilo? Todo o chão do galpão estava forrado de plástico preto, mas bem no centro tinha duas enormes cruzes que me faziam imaginar que uma pertencia à Demétria.

– Albert você não vai... – As palavras quase me fizeram engasgar.

Pela primeira vez o pai de Ema não sustentou meu olhar naquela noite, ao invés disso ele olhou para um dos seguranças ao lado de Dom Germano.

O jogo do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora