Capítulo 29 - Liberdade

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Pov Melissa

Os últimos preparativos para a inauguração da agência finalmente foram concluídos, restando somente a divulgação para a exposição das fotos de diversos ensaios que vínhamos realizando desde que a equipe foi montada e o espaço organizado. Claro que já estava sentindo um frio na barriga pré-estreia, mas eu sabia que era normal, não que eu fosse acostumada com a insegurança, mas o fato de depois de tantos anos estar retornando ao meu país de origem com uma proposta ousada de trabalho era o principal motivo para me sentir ansiosa, afinal fiz meu nome fora do Brasil, era como começar tudo do zero, e de fato estava começando.

Depois de finalizar os últimos detalhes recusei a proposta do pessoal para comemorar os bons resultados das últimas semanas exaustivas de trabalho. Segui para casa com a intenção de descansar, já que meu corpo ainda estava exausto pela noite anterior que passei nos braços de Ema. Não sei quantas vezes me peguei sorrindo durante o dia ao recordar dos momentos compartilhados, mas infelizmente logo essas recordações davam lugar à preocupação com tudo o que tinha sido revelado, e o fato de Emanuelly simplesmente ter sumido durante todo o dia não estava ajudando em nada a minha sanidade.

Saí do banho sentindo meu corpo mais relaxado, porém precisando conter mais uma vez a necessidade de ligar para Emanuelly. Apesar de ter consciência da evolução do nosso envolvimento, eu não queria que Ema me visse como uma mulher pegajosa que já idealizava um casamento.

Estava seguindo para a cozinha em busca de inspiração para preparar um jantar quando a campainha tocou alarmante me fazendo estranhar por quem quer que fosse não ter sido anunciado pelo porteiro. Fui em direção à porta já imaginando a primeira reclamação que faria ao síndico do condomínio, afinal não é certo permitir entrada de alguém sem interfonar antes, mas esse desejo passou assim que abri a porta e me deparei com a figura de Emanuelly parada diante dos meus olhos com um sorriso meigo nos lábios.

– Se continuar me olhando como se estivesse na frente de um fantasma eu juro que vou embora.

Diante da minha falta de reação Ema ensaiou dar meia volta mantendo um sorriso travesso nos lábios, mas a segurei pelo braço forçando-a a retornar.

– Mas nem em sonho que você vai embora desse jeito. – Entendi o quanto fico vulnerável na presença de Ema quando percebi que meus braços envolveram seu pescoço em um abraço necessitado. – Não acredito que você subornou o porteiro para subir sem ser anunciada.

– Suborno é uma palavra muito forte. – Aquela expressão presunçosa de Emanuelly me deixa com vontade de mordê-la. – Não tenho culpa de ser charmosa e convincente.

– Você não vale nada mesmo. – Lhe desferi um leve tapa no braço, mas como resposta Ema me apertou ainda mais em seus braços sem desviar os olhos dos meus.

– Não vai me convidar para entrar?

– Claro... – Me recriminei em silêncio pela falta de educação. – Desculpe, eu fiquei tão surpresa com sua visita que nem percebi que ainda estávamos paradas aqui fora.

Ensaiei abandonar o aconchego dos braços de Emanuelly, mas para minha surpresa em um movimento rápido Ema me girou de forma a me deixar de costa presa contra seu corpo. Enquanto caminhávamos grudadas para dentro do apartamento seus lábios tocaram levemente meu pescoço provocando um arrepio gostoso de sentir.

– Huuuum... Está cheirosa...

Aquela voz rouca era um pecado.

– Acabei de sair do banho. – Outro cheiro foi dado na região já sensível. – Estava indo providenciar o jantar.

O jogo do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora