Capítulo 25 - Amor bandido

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Pov Emanuelly

– Eu vou atrás da Mel agora, mas isso não termina aqui, seu idiota.

Depois de passar por cima da tentação de matar Edgar por ter falado todas aquelas besteiras para Melissa, passei reto por todos sem me importar com a reação dos convidados pelo meu sumiço na festa que era oferecida aquela noite. Eu sequer parava para cumprimentar aqueles que vinham em minha direção, naquele momento nada mais me importava do que Melissa.

– Você viu Melissa passar por aqui? – Perguntei ao segurança que buscou Melissa em casa mais cedo.

– A senhorita Melissa seguiu para o jardim, senhora.

Segui apressada em direção ao jardim. Meu coração batia ainda mais forte do que eu acreditava ser capaz, por dentro os sentimentos de culpa e vergonha tomavam conta de mim ao imaginar tudo o que Melissa poderia estar pensando a meu respeito. Não era comum me importar com o que os outros pensavam de mim, mas com Melissa era diferente, me doía só imaginar que ela se afastaria.

Quando cheguei ao jardim não foi difícil me deparar com a beleza de Melissa, ela estava sentada em um dos bancos que tinha espalhado por ali, mas ao ver sua fragilidade não pude deixar de me sentir culpada, aquela era a primeira vez que estava fazendo-a sofrer e essa certeza me fez sentir raiva de mim mesma.

Retirei minha máscara e fui em sua direção. Mais uma vez meu coração quebrou, Melissa estava chorando silenciosamente e eu não me perdoava por vê-la daquela forma quando tudo o que mais desejava era contemplar seu sorriso. Fiquei realmente feliz por Melissa não recuar ao me ver de joelhos em sua frente.

– Posso?

Perguntei baixinho apontando para a máscara que presenteei Melissa, mas diante da sua falta de resposta me aproximei ainda mais para retirá-la.

– Bem melhor assim, olho no olho, sem nada que oculte nossas expressões.

– Que diferença faz? Não sei quantas máscaras você usa, mesmo quando você não está com nenhuma.

A frieza com a qual as palavras de Melissa foram ditas acertou meu coração como se fossem marteladas quebrando em pedacinhos.

– Melissa, você tem toda razão em estar chateada. Eu não tiro o seu direito e nem vou sentir raiva por nada que disser, mas peço apenas que me escute, que me deixe explicar, afinal nada do que você ouviu partiu de mim.

– Exatamente, partiu de alguém que demonstra o quão asqueroso é, quando na verdade você deveria ter contato tudo desde o inicio. Agora quer explicar o que Emanuelly? – Eu estava conhecendo um lado de Melissa que até então jamais foi revelado para mim. – Agora eu sinto que não te conheço, não consigo mais definir se tudo o que me mostrou até hoje é real. Não sei qual tipo de pessoa está a minha frente, bom, agora até imagino já que ficou claro que esse tempo todo convivi com bandidos de colarinho branco.

Mais uma vez Melissa acertava meu coração. O fato de sabermos quando estamos fazendo algo de errado, mas ainda assim permanecemos no errado já é bem complicado de lidar. Agora quando alguém que você julga importante para sua vida lhe demonstra tanta decepção ao jogar essa verdade na cara é algo torturante para conviver. Claro que sempre estive consciente do erro que estava por trás das atividades da minha família, e eu não apenas silenciava esse erro como também compactuava e administrava tudo aquilo. Nunca me perguntei o motivo que me levava a agir assim, mas agora diante da indignação de Melissa esse questionamento parecia criar vida dentro de mim.

– Sabe o que é pior? O que mais machuca de verdade? Depois de todo o espaço que te dei você simplesmente não confiar em mim é dilacerante. Saber de algo como isso pela boca do seu irmão... Ele é desprezível e foi cruel também.

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