No dia em que nasci - 1º de março de 1994 -, a cantora Celine Dion, estava em primeiro lugar, com vantagem, no Bilboard Hot 100, estourando com a música "The Power of Lover". Nada mau começar a vida assim, não é? Meu diretor musical, Dan Kanter, cujo prazer secreto é Celine Dion, devia estar animadíssimo naquele dia. Como a música estava tocando em todas as estações de rádio, eu provalvelmente ouvi a Celine antes mesmo de olhar pela primeira vez para o céu azul de Strafford, em Ontário. Minha cidade natal fica quase quatro mil quilômetros ao nordeste de Los Angeles, a 850 quilÔmetros noroeste de Nova York, pouco mais de dois mil quilômetros ao norte da Disney World e do outro lado mundo em relação a Tóquio. Mas naquele dia, todo o mundo estava ouvindo Celine Dion, e amando suas músicas.
Sou canadense com muito orgulho, e espero que isso transpareça em tudo o que faço. Adoro hockey, xarope de bordo (Maple Syrup) e chocalate Caramilk. O Canadá é um país maravilhoso em todos os sentindos, e Strafford é um ótimo lugar para se viver. As pessoas são legais, mas não impressionáveis. Sempre que posso volto lá para visitar meus avós, além de meus amigos Ryan e Chaz, e todos me tratam da mesma forma de sempre.
Strafford é uma cidadezinha com cerca de 30.500 habitantes, batizada em homenagem a Strafford-upon-Avon, na Inglaterra, a cidade natal de William Shakespare. Não é á toa que Strafford vive cheia de comédia e drama, e que abriga o maior festival skasperiano da América do Norte.
Todo verão, cerca de um milhão de turistas passam por l´s para assistir ás peças no Avon Theatre, conferir as artes e artesamatos locais e passear. No inverno porém, Strafford fica bem menos movimentada.
Se você olhar para um mapa da América do Norte, verá que Ontário é aquele pequeno triângulo do Candá que se alonga até os Grandes Lagos, cortando-os, entre Nova York e Michigan. Strafford é, de fato, muito próxima dos Estados Unidos, no meio do caminho entre Detroit e Buffalo. Contudo, quando falo pras pessoas que sou canadense, algumas acham que eu vim do Polo Norte num trenó puxado por cachorros ou algo do gênero. Ás vezes realmente parece que o inverno de lá não acaba nunca, mas isso só acontece porque a garotada fica morrendo de ansiedade para o ano letivo terminar logo. O verão é quente e úmido, mas sempre muito divertido. No outono, o lugar todo resplandece de cores inacreditáveis. E a primavera, por fim, é incrivelmente linda! Os bonecos de neve desmontam ou as pessoas os chutam para que eles caiam, e os ppedaços remanescentes derretem depois. No campo de beisebol, a grama parece lutar para acordar. O ar é puro. Tudo cheiraa pinheiros molhados.
Minha mãe e meu pai mal tinham saído da adolescência quando eu nasci. Não eram muito mais velhos do que sou hoje. (E, claro, de vez em quando me assusto quando me lembro disso, então não perco muito tempo pensando no assunto.) Meu pai, Jeremy Bieber, era praticamente um moleque ainda, e dava o seu melhor para lidar com responsabilidades adultas gigantescas. Mais recentemente, comecei a entender como isso é dificil. Nós dois sempre tivemos uma relação muito boa, e, á medida que você for lendo esta história, vai perceber como ele influenciou não só minha vida, mas também minha música. E admiro muito minha minha mãe por ter tomado as rédeas para resolver todos os desafios de sua vida.
Meus pais se separam quando eu tinha dez meses. Logo depois, papaei começou a trabalhar no ramo de construção civil fora da cidade.
Mamãe basicamente topava qualquer trabalho que nos ajudasse a ter um teto sobre nossas cabeças. Chegamos a morar em casas do sistema público de habitação, e não havia luxo em nosso pequeno apatamento, mas nunca me dei conta de que éramos, na verdade, pobres. Tínhamos um ao outro, e só precisávamos disso.
Enquanto mamãe trabalhava, eu ficava na creche, mas também passava bastante tempo com meus avós. Eu tinha um quarto na casa deles, que a vovó pintou de azul e branco e decorou com bandeiras do time Toronto Maple Leafs em todas as paredes. Não tinha nemcomo fugir disso: estava no mundo do hockey desde meu primeiro dia de vida, e o Maple Leafs era meu time de coração.
Vovô e vovó nos levavam todo verão ao Star Lake, onde alugavm um chalé que pertencia ao clube de caça e pesca. Os irmãos e irmãs da vovó também iam para lá, e eu ia pescar junto com o vovô e com meu bisavô, pai da vovó. Como ele era franco-canadense, não falava inglês. Vovô, por sua vez, não falava francês, então não rolava muito papo nessas pescarias. Mas tai algo muito bom que aprendi pescando: ás vezes não é necessário muito papo. Ha-ha!
Eu falava tanto francês quanto inglês desde pequeno então conseguia traduzir para o meu avô.
-Pergunte se ele está com fome - pedia vovô
-Avez-vous faim? - perguntava eu.
-Mais oui, j'ai trés faim - respondia o bisavô, assentindo animadamente.
Mas na maior parte das vezes, os dois sabiam as palavras mais importantes: Fish, poisson (peixe.). Boat, bateau (barco). Water, I'eau (água).
Thanks, merci (obrigadao). You're welcome,pas de quoi (de nada). I have to pee, j'ai envie de faire pipi (Preciso fazer xixi). O que mais é necessário para se entender com alguém?
'Na pescaria, não é necessário conversar. A pescaria só acontece 'dizia vovô, e me parece que muitas outras coisas da vida são assim também.
Imagine como deve ser legal estar com alguém e não precisar ficar enchendo linguiça no bate-papo...Odeio quando saio com uma menina e os dois precisam ficar se esforçando para puxar conversa. Acho que o que indica que o encontro está dando certo é quando você consegue simplesmente relaxar - ouvindo música,assistindo a um filme ou algo assim - sem se sentir obrigado a forçar uma conversa. O papo tem de ser natural. Quando o encontro está sendo bom, há sempre espaço para as pessoas dizem coisas importantes. O Scooter me deu o conselho amoroso mais inteligente que alguém poderia receber - menino ou menina -, que é: simplesmente ouça. Isso significa escutar de verdade o que a outra pessoa está dizendo, em vez de perder tempo elaborando a próxima piadinha que você vai contar.
Pois bem...Naquele tempo, havia manhãs silenciosas na água. Agoa, quase não tenho tempo para fazer isso. Estou ligado na velocidade da luz vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana - e adorando! Sou grato por todas as bênçãos e oportunidades que surgiram em meu caminho. Mas preciso dizer: quando eu era pequeno, sonhava com uma vida "normal", com uma familia "normal", e nada disso será possivel daqui pra frente. A qualquer lugar que eu vá, um circo se monta ao meu redo, o que muitas vezes é dificil para a minha familia. Eu adoraria ter uma namorada legal, mas ela teria de aguentar isso tudo. Vocês nunca me ovirão reclamar da minha vida, mas espero que algum dia eu esteja com meu próprio neto ás margens doo Star Lake, puxando trutas-marrons com nossos molinetes e contando histórias sobre como nós nos reuniamos ao redor da fogueira á notinha, todos rindo e falando ao mesmo tempo, exatamente como aconteceia na ceia de Natal.
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Justin Bieber
RandomMinha família e meus amigos sempre me disseram para ser grato. Então, obrigado! Eu não teria chegado a lugar nenhum sem vocês. Sabiam que vejo vocês quando estou em cima dos palcos; agora vocês po derão me ver como realmente sou. Esta é a história d...