Quero inovar

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Durante o ensino fundamental, muitas garotas da minha sala eram mais altas do que eu. A última coisa que eu queria fazer era dar a elas mais um motivo para não ficarem comigo, então me pareceu uma boa ideia ser um cara legal. Também decidi deixar a música um pouco de lado e fortalecer algo que eu sabia que me daria uma boa imagem: esportes.

Os garotos não são nem de longe tão dramáticos quanto as garotas nessa idade, mas quando temos esses momentos, pode esperar que vai rolar briga. Algumas pessoas têm de satisfazer isso é pegando no pé de alguém menor.

Para o azar dos brigões, meu pai é um ex-lutador profissional que costumava me levar para as suas aulas de luta. Não demorou muito para eu ganhar fama de quem não leva desaforo pra casa, apesar de terem tentafo. Acho que desde cedo aprendi que, embora fosse menor, não deveria ligar pra isso ou permitir que essa caracteristica me impedisse de realizar algo que eu sabia ser capaz. Não tinha nada a provar a esse tipo de pessoa, assim como nada tenho a provar a quem tenta me colocar pra baixo. Não sou um lutador por natureza, mas, se acredito em algo, luto por isso. Se alguém falasse mal dos meus amigos ou da minha mãe, eu monstrava pra eles que isso não era nada legal. Se alguém me empurrasse, eu empurrava de volta com mais força ainda.

Uma vez, organizaram uma briga sinista fora do colégio. Não me lembro do motivo da briga nem como fui parar dentro dela, mas um monte de gente estava envolvida. Várias pessoas estavam fotografando e gravando videos com o celular, e depois postaram esses videos no You Tube, sei lá por quê. Acho que nunca imaginaram que os professores poderiam assistir. Esse é o problema quando você posta um video no You Tube: nunca se sabe quem estará do outro da tela. Pode ser bom ou ruim, dependendo daa situação.

Enfim, ninguém saiu seriamente ferido, mas rolaram uns arranhões e hematonas, e o video parecia uma perfomance ao vivo de Mortal Kombat, o que achamos muito legal... até que a diretoria do colégio se irritou com a situação e começou a punir os alunos que não assumissem que tinham participado da briga, uma vez que, ops, lá estavam eles no video. (Aprenda essa lição e aplique-a ao seu próprio caso da forma que achar mais conveniente.)

Em geral, os canadenses são um povo brigão, mas eu nunca fui de me meter muito em brigas. Papai sempre dizia que ele tinha brigado o suficiente por nós dois na época dele de moleque. Eu preferia competir no basquete, ou fazer picadinho do time adversário com meu talento no hockey. Eu era muito mais baixo que a maioria dos caras da liga de hockey, e definitivamente não poderia ocupar a posição de centrovante no time de basquete, mas mesmo assim, eu me destacava. Sabia que nuca seria tão alto quando aqueles caras, mas eu corria mais rápido e era mais esperto no jogo. Tentava patinar em circulos ao redor deles ou roubar a bola de basquete passando por baixo deles. Isso é outra coisa que o vovô sempre me dizia e que você provavelmente pode aplicar á sua própria vida: "Aproveite ao máximo o que você tem."

Enfim, eu tentava não me envolver quando acontecia alguma confusão na escola. Eu mesmo já arranjava outras confusões, mas nada grave. Era o palhaço da turma, resumindo. Fora do colégio, me exibia com meu skate, jogava umas peladas ou zoava com o Chaz e o Ryan, e era dificil sair desse espirito nas aulas. Sou um cara cheio de energia; se tinha algum problema na escola, nunca era por fazer maldade. Era por rir demais. Ou por fazer os outros rirem. Ou por dançar nos corredores, batucar na minha carteira, cochicar na biblioteca. Em outras palavras, eu arranjava problemas por ser eu mesmo, o que não me parecia muito justo.

Certa vez me mandaram para a sala do diretor por fazer palhaçadas. Caminhei em direção ao gabinete dele, mas então decidi continuar andando. Tchau, otários! Saí pela porta, fui pra rua, atravessei a cidade e fui direto para a casa de meus avós. Achava que eles seriam solidários comigo. Me ferrei. O vovô ficou espantando e nada contente quando me encontrou na sala, de pernas pro ar, vendo TV. Ele me colocou no carro e me levou de volta pra escola, e lá tive de meia, quando deveria estar estudando. Á tarde, quando a mamãe chegou do trabalho, o colégio ligou pra ela e me dedurou, e foi tempo o suficiente pra ela bolar um plano maléfico e ensaiar a bronca que me daria. Fiquei de castigo de novo. Passei duas semanas sentado no meu quarto praticando as pestanas

Justin BieberOnde histórias criam vida. Descubra agora