Capitulo 4: You Tube Meu Primeiro milhão

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Embaixo do palco, jaz toda uma cidade de barras de aço, cabos, equipamentos, contêineres sobre rodas e cortinas de lona. Parte do palco sobe e desce, e elevadores me erguem para que eu possa fazer uma entrada triunfal. Descendo pelos lados do palco, há rampas que eu e os dançarinos usamos para fazer nossas saídas. Elas nos conduzem a um corredorzinho feito de cortinas e iluminado de lâmpadas frias. Todo o figurino fica pendurado em araras, arrumado cuidadosamente por pessoa e ordem de apresentação.

Depois do intervelo para o almoço e de umma partida de pingue-pongue rápida com a equipe, começamos a segunda rodada de ensaios para o show. O ensaio da manhã foi dedicado a resolver os últimos probleminhas técnicos. Não houve estresse dessa vez, passamos por tudo sem problemas.

O Ryan Good, meu stylist e parceirão, toma conta de tudo. Quando saio do palco, ele me ajuda a fazer uma mudança rápida para a próxima música.

O negócio é frenético - eu e todos os dançarinos trocando de roupa em ritmo acelerado. Quando tiramos aquelas camisas e sapatos suados., fede muito! Os garotos vão entender o que eu estou falando.

Além das trocas de figurino, precisamos treinar o tempo entre uma música e outra e sincronizar a voz com os efeitos de video. Ou seja: tenho de falar algo, mas sempre algo diferente emcada show. Então, no ensaio geral, preciso dizer qualquer coisa que venha á minha mente, e normalmente o que vem é um monte de bobeira e brincadeiras com o pessoal:

'E aí, galera, como vocês estão? Ryan, você está bem hoje. Foi aquele xampu que você usou ontem á noite?'

- Video rolando por 45... 40... - grita uma voz em algum lugar no escuro do estádio.

- Cara, você tem uns cachinhos dourados lindos. NOSSA!

O pessoal fora do palco dá gargalhadas, e os assistentes de palco contrarregas, que estavam zanzando, também caem na pilha. Acho que eu poderia até ensaiar o que vou dizer em cada show mas não quero que o resultado soe artificial. Prefiro olhar para os rostos da plateia e lhes dizer o que vier á minha cabeça na hora. Por mais cuidadoso que a gente seja com todos os detalhes, esse contato com os fãs não pode nem deve ser ensaiado. Não sei quem é meu público nem o que vai acontecer, mas sei que a conexão precisa ser pessoal, e não tenho medo de me manter aberto ás possibilidades.

Eis outra pergunta que me fazem o tempo todo:

'Você fica nervoso?'

A verdade é que não fico. Não quero parecer convencido, mas não entendo por que ter medo. Não é que eu nunca tenha errado. Pô, nós erramos o tempo todo, faz parte da vida. Você se recompõee segue em frente. Não vai ser o fim do mundo se eu tocar o acorde errado de guitarra ou errar a letra da música. Sou meio perfeccionista, trabalhando duro para que tudo dê certo, mas o improviso faz parte. Conheço alguém que estava fazendo um show num parque e um passarinho fez cocô em sua cabeça no meio hino "Amazing Grace". Isso é showbiz.

Eu mesmo já fiz esse tipo de apresentação beneficiente, na rua, em um parque no metrô, ou, nesse caso, na escadeira de frente do Avon Theatre...

Justin BieberOnde histórias criam vida. Descubra agora